Reliving

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Capítulo 1-

Meu suor brotava em minha testa, devagar as gotas iam descendo pelo meu rosto até meu pescoço por onde se perdiam, meus braços ardiam com a carga que eu colocava neles. Por um segundo sentia que eu iria cair, não iria aguentar. Logo uma força brotava em mim novamente e eu me erguia com mais vontade. Aguenta! Aguenta!

-E podem relaxar meninas. -a voz suave da minha professora de ginástica avisava o final da aula. Desci devagar meus braços e me deitei no chão. Eu odiava fazer flexões, na verdade eu odiava tudo que não fosse ficar jogada no meu sofá de coro branco com um cobertor de estampa de tigresa, assistindo uma maratona de The Big Bang Theory minha série favorita, acompanhada de uma tigela de pipoca com uma generosa porção de manteiga.

-Muito bem srta.Sophia, você tem tido uma melhora real. Isso explica sua boa forma. -a professora comentou estendendo a mão para me ajudar a levantar. Sorri e bufei pegando em sua mão e fazendo força para subir.

-Obrigada, finalmente estou vendo algum bom resultado. Antes eu era só mais uma gordinha com o bumbum ardendo e nada de boa forma. Confesso que cheguei a duvidar de suas habilidades. -a professora riu e saiu da sala.

Fui em direção ao fim da sala onde estava minha bolsa da Adidas, peguei meu celular e desbloqueei a tela, havia uma ligação perdida. Enquanto checava o número tive uma leve impressão de ter alguém atrás de mim. Me virei rapidamente e me deparei com meu reflexo no espelho do outro lado da sala e mais ninguém, dei um pulo de susto. Aquela fora a primeira situação estranha que acontecera comigo naquele dia e eram apenas onze horas. Tomei minhas coisas em meus braços e segui para fora do ginásio e fui em direção ao estacionamento.

Cheguei em meu carro, e apertei o botão para destrancar as portas. Me surpreendi quando nada aconteceu. Apertei de novo e de novo, nada. Bufei de tanto cansaço, tudo o que eu queria era ir para minha casa para poder tomar um bom banho e descansar até de noite. Coloquei minhas coisas no chão e então comecei a procurar a chave manual. Quando a encontrei pressionei contra a fechadura e nada. Será possível que um carro tão novo já poderia estar dando defeito? Gritei de raiva e olhei em volta para ver se havia mais alguém no estacionamento que poderia me ajudar eu estava sozinha.

-VAMOS ABRE LOGO, EU VOU TE JOGAR FORA SEU CARRO ESTÚPIDO E IDIOTA- gritei com raiva forçando a fechadura, mesmo que a única ideia estúpida e idiota fosse alguém jogar um carro "fora".

Em instantes senti novamente a sensação de ter alguém por perto, me virei rápido para olhar quem era e pedir ajuda.

-Alguém por favor...AHH -cai no chão com a porta abrindo misteriosamente como uma porta de um carro normal (o que de fato o meu não devia de ser) abre. Me levantei rápido e peguei minhas coisas. Sem olhar para trás sentei logo no banco do motorista, coloquei o cinto e liguei o carro, quando estava prestes a sair.

-AI MEU DEUS RUPERT! -gritei freando quando vi a figura de pé em frente ao meu carro sorrindo de orelha á orelha. Depois de alguns segundos que o susto passou comecei a rir. O rapaz veio andando vagarosamente até a janela do lado do banco do motorista, a qual eu abri para que pudesse ouvi-lo melhor.

-Boa tarde amor -ele disse devagar. Rupert era meu namorado. Nós já estávamos juntos a quase um ano, quando eu finalmente decidi admitir que eu realmente nutria algum sentimento pelo filho do colega de trabalho do meu pai. Passaram-se natais, ano novos e ações de graças em que nos encontrávamos e tudo o que fazíamos era ignorar um ao outro mas acho que finalmente em uma idade avançada percebemos o que aquilo de fato quisera dizer.

-Não, não é boa tarde para mim, eu ainda nem almocei. -respondi sorrindo.

-Então creio que seja hora de fazer isso! Por que não passamos em uma lanchonete? -ele perguntou invadindo meu carro com sua cabeça passando-a pela janela com a intenção de me beijar, com tudo me esquivei devagar olhando em seus olhos.

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