VIGÉSIMA QUARTA DOSE

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Ela

Sem muitas novidades no trabalho, aquela sexta não demorou passar. Assim que acabou o horário do seu expediente Katrina foi para a sua casa, apesar do dia tranquilo, tudo que ela queria era descansar um pouco.

- O Dylan saiu? - Kathy perguntou depois de sair do banho e ir para a sala fazer companhia para sua mãe.

- Ele saiu, acho que foi encontrar alguns amigos da faculdade.

- Estou aqui pensando se saio também ou aproveito essa noite para descansar. - Segurava o seu próprio queixo enquanto pensava.

- Você trabalha amanhã? - Sua mãe perguntou e viu a filha negar com a cabeça. - Bom, você quem sabe, mas acho melhor descansar hoje, amanhã você sai.

- Acho que é isso mesmo que eu vou fazer, mãe. Escolhe um filme pra gente assistir que eu vou fazer uma pipoca. - Pediu antes de ir para a cozinha.

Não chegou ao ver o final do filme porque dormiu no meio dele. Acordou de madrugada com o seu corpo reclamando por estar deitada no sofá de forma tão desconfortável. Sua mãe não estava ali e ela reclamaria por Victória não ter lhe acordado se Kathy não estivesse coberta por um cobertor quentinho. Victória apenas não queria acordar a filha, mas fez questão de cobri-la. Sorriu contente pelo cuidado que a mãe possuía com os filhos, enquanto ia para o seu quarto.

Acordou mais tarde no sábado e aproveitou o restante do dia para cuidar de si mesma. Foi no salão de beleza, fez as unhas, cabelo e depilação. Estava precisando de um momento assim. Quando já era noite, combinou de sair com Dominique, a amiga havia falado que queria sair e, já que Dylan estava com a filha naquela noite, era uma ótima oportunidade.

Já no táxi, a caminho da balada, Kathy compartilhou com a amiga os recentes acontecimentos. Teve que abrir o jogo sobre Samantha e Dylan, para que Dominique pudesse entender toda a história envolvendo Christopher e também porque não gostava de mentir. Dominique fingiu não se importar com as informações sobre Dylan, focando apenas no que incluía Katrina. O que Dylan fazia ou deixava de fazer não era mais da sua conta.

- Eu beijei um rapaz que só queria me ver para proteger a irmã. - Falou quase que para ela mesma, lembrando do acontecimento.

- Bom, se a irmã dele está querendo virar cupido, o homem deve estar solto na pista, pra não dizer encalhado. E foi só um beijo, Kathy, não é o fim do mundo.

- Eu não sei o que me deu. Já fiquei com três rapazes nos últimos dias, eu nunca fui assim. - Sentiu-se envergonhada pelo que havia feito.

Depois que terminou o seu último relacionamento, Kathy sempre teve medo de se envolver novamente, mesmo que fosse só por uma noite.

- Amiga, para de se torturar. Você é solteira e tem todo o direito de ficar sozinha ou com um, dois ou dez caras numa noite. É a sua vida e as suas escolhas, a única pessoa que você tem que agradar é a você mesma.

- Você tem razão, vou tentar não pensar nisso mais. Porém, sei que eu ficaria morrendo de vergonha se me encontrasse com o Christopher de novo, mas acho que já ajudei ele no que eu podia. – Comentou ao lembrar que não havia conversado com Christopher novamente e respirou aliviada por isso.

Continuaram conversando sobre outros assuntos até chegarem na balada que Katrina sempre frequentava, Dominique não conhecia mas sabia que era o lugar que Kathy mais amava ir aos finais de semana.
Sentaram-se em uma das mesas que ainda estavam vazias e voltaram a conversar sobre a vida de Kathy. Com o olhar, Katrina mostrou o garçom para Dominique e enquanto as duas observavam o rapaz, que trabalhava bastante naquela noite, Kathy enxergou uma outra pessoa que ela não esperava ver naquela noite.

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