─ Está dizendo que, ─ Começou Beomgyu. Ele parecia perturbado. ─ Um grupo de fãs veio até a sua casa porque você criticou uma boy band numa transmissão ao vivo com o Taehyun?
─ Eles quebraram minha janela e jogaram farinha e ovos em mim ─ Murmurei, enquanto um bico se formava em meus lábios. ─ Foi difícil até que eles me perdoaram e pararam com as ameaças.
─ Você cometeu um grande erro! Fãs hoje em dia fazem coisas assustadoras por seus ídolos. ─ Repreendeu-me Soobin.
Parei no portão de entrada do colégio. Meu olhar focou-se num único ser. Meu coração pareceu errar uma batida ao mesmo tempo em que meus lábios se curvaram num sorriso pequeno, dedicado apenas à ela. Por mais que eu implorasse aos céus para estar errado, sabia muito bem o motivo por estar naquela situação embaraçosa. Ela é - sem dúvidas - o que nós (jovens), costumamos chamar de crush nos tempos atuais.
Infelizmente, não era por ela ser a minha crush que eu estava sentindo o suor escorregar na minha espinha, e sim pelo trágico acontecimento da sexta-feira passada.
Aigoo. Eu estava me sentindo tão culpado!
─ Por que você parou? ─ Perguntou Beomgyu. Eu pisquei algumas vezes antes de desviar meu olhar dela para voltar à atenção aos meus amigos.
─ Ah, não é nada!
Beomgyu levantou sua sobrancelha. Soobin fez careta. Os dois olharam sobre meus ombros e então, viram o motivo de meu nervosismo.
Em alguns metros de distância lá estava ela. Rayssa. Como já era de se esperar, ela estava conversando com as suas amigas, enquanto riam de maneira tão engraçada, quase me fazendo rir também, apenas pelo seu sorriso.
Sem perceber, eu acabei admirando e guardando em minha memória todas as suas características: Os seus olhos tão inesquecíveis, pareciam transmitir o conforto que eu tanto necessitava. Os seus cabelos castalhos, volumosos, com pequenos cachinhos escorregados por seus ombros. Sua pele bronzeada. O rosto no formato que eu - particulamente - costumo acreditar ser perfeito. E por fim então, os seus lábios, finos e delicados da maneira mais encantadora.
Encarar aquela garota depois do recente acontecimento, me levou a perguntar o porquê de ter sido tão idiota ao ponto de rejeitá-la de uma maneira tão injusta e covarde.
Todavia, como eu poderia pensar com clareza diante da melhor coisa que havia me acontecido naquele dia?
─ E lá vamos nós, outra vez! ─ Soobin resmungou.
─ Aish! Nós vamos nos atrasar de novo, Yeonjun! ─ Disse o outro, tentando me puxar. No entanto, eu estava decidido a me manter agarrado ao portão da escola.
[🍓]
O dia tinha tudo para ser como todos os outros: um extremo tédio. Até mesmo o clima trabalhava para aquilo. As nuvens estavam escuras e os diversos alunos gritavam entre si, discutindo sobre como seria o designer do nosso uniforme.
Entretanto, lá estava eu, novamente admirando a minha crush na cantina.
Rayssa desviou sua atenção e então, o seu olhar encontrou-se ao meu. Um instante tão extraordinário, tão intenso e tão nítido que tenho a sensação de haver sido golpeado no peito e deixado sem fôlego. Parecia que ela me olhara direto na alma. Ela sorriu e acenou, caminhando até minha mesa.
─ Rayssa.
Diante de mim estava a garota mais linda que eu já vira.
─ Woah, Yeonjun! ─ Disse animadamente. ─ É você mesmo? Talvez, eu esteja alucinando com a sua presença, huh?
Nós rimos.
─ Sim, eu sou uma alucinação sua. Estive presente em todos dos seus sonhos! Não lembras? ─ Respondo sem hesitar.
─ E como poderia esquecê-lo? ─ Ela sorriu.
Porra! Outro golpe.
─ Ei, como está a sua mãe? ─ Ela perguntou.
─ Bem! Diz constantemente sentir a sua falta.
Ela fez um bico e sorriu. Eu imitei o seu gesto, fazendo-a rir.
─ Vou visitá-la. ─ Disse decidida.
Ficamos quietos por uns minutos, apenas desfrutando do nosso pequeno almoço.
Ergui o meu olhar, encontrando - novamente - o de Rayssa, que já me encarava há um longo tempo e aquilo fez-me desviar o olhar para o meu prato.
─ Yeonjun ─ Chamou-me. Eu ergui o queixo, ela estava com um brilho especial nos olhos. ─ Sabe, você ainda carrega dentro de si o garotinho que chorou escondido dos pais, que era o mais fraco da escola. Ainda traz as marcas do rapaz franzinzo que não era bom em qualquer esporte. Não conseguia afastar as cicatrizes de algumas injustiças que cometeram com você.
Por que ela estava a dizer aquilo tão de repente?
─ Não sabia que você me conhecia tão bem desta maneira. ─ Sorrio.
─ E acho que não conheço. São os seus olhos, eles me mostram tua essência. ─ Ela sorriu.
Movido por pensamentos assustadores, descubro uma força e coragem que desconhecia existir.
Respirei com dificuldade.
─ Pergunto-me como você iria reagir se eu disser que gosto tanto de você.
─ Qual seria a surpresa? Eu sabia disso há tempos! ─ Brinquei.
─ Shh! Temos que manter o controle, ok? Não queremos que ninguém descubra que temos um relacionamento secreto. ─ Ela inclinou-se, apenas para sussurrar em meu ouvido.
Rayssa havia entrado no jogo. Eu tive a certeza quando ela mordeu de leve a minha orelha. Rangi os dentes contra mais arrepios.
─ Nós acabaremos juntos, não? Por que será que mantemos o que sentimos um pelo outro guardado à sete chaves?
Ela administra um sorriso.
─ Guardado? Oh, meu Deus! Por que você não fica quieto? ─ Perguntou. Inacreditável.
Rio fracamente. Sentia-me eufórico.
─ O que você me diz, Rayssa? Dá à minha boca mais alguma coisa para fazer?
Ela respirou fundo. Aproximou-se e agarrou-me, puxando meu rosto para mais próximo do seu antes de finalmente me beijar.
Como era possível que um beijo pudesse superar cada uma de minhas fantasias?
E com anos para fantasiar com este momento, eu havia imaginado um beijo de tirar o fôlego.
Mas aquilo...Aquilo tinha sido mais. Tinha sido melhor.
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COMO NÃO LIDAR COM A CRUSH ➻ yeonjun
Romantizm[ALERTA DE CLICHÊ] Choi Yeonjun admira sua vizinha, na qual é apaixonado desde a infância. Os dois estudam no terceiro ano do ensino médio. Ele é seduzido por seu sorriso e pelo o olhar penetrante que recebia da garota hora ou outra. Era quase impos...