POÇO DO DRAGÃO

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Verme cinzento seguia na frente, levando os dois prisioneiros acorrentados atrás. Todos podiam sentir a tensão no ar. Era tão palpável que uma faca a cortaria. O que aconteceria naquele lugar, naquele momento, definiria o futuro dos sete reinos.

Um futuro que agora parecia sombrio e sem vida. Como a rainha que foi tirada deles.

_ Vejo que o assassino e o manipulador chegaram. Vieram pagar pelos seus crimes? - A rainha das ilhas de ferro, Yara Greyjoy, perguntou.

_ Olha como fala com meu irmão. Ele salvou o reino de Westeros. Executou uma tirana. - Exclamou Arya Stark.

_ E não vamos esquecer que ele é o legítimo herdeiro desta terra. - Não, Sansa Stark não ia deixar ninguém esquecer. Na verdade, parecia determinada que cada pessoa que cruzasse o seu caminho se inteirasse desse fato e espalhasse a notícia. 

Após o assassinato da rainha Daenerys há duas semanas atrás, tudo virou um caos. Ninguém sabia como agir, estavam perdidos sem ela. Os dothrak, seus irmãos de sangue, queriam desolar essa terra. Banhar em sangue os sete reinos. Se fossem por eles, não parariam até que cada homem, mulher e criança conhecessem a vingança do dragão. Vingar sua Khaleesi era um questão de honra, de fé. Se falhassem com ela, nunca se reuniriam com seus antepassados, jamais iram andar ao lado do grande garanhão, nas terras do além.

No meio disso tudo, Verme cinzento foi quem impediu que uma nova guerra começasse. Ele conhecia bem demais sua rainha, para saber que esse não seria o seu desejo. Sempre que lidava com um novo desafio, tentava imaginar como Daenerys agiria, ou o que Missandei a aconselharia. Antes de ser cruelmente assassinada, o último decreto real da Rainha Daenerys foi nomeá-lo mestre de guerra. E era seu dever honra-la.

Até que em um sonho muito real, recebeu uma notícia de uma sacerdotisa vermelha. E se permitiu sentir algo nunca pensou que experimentaria novamente. Esperança.

_ O que as minhas irmãs estão fazendo aqui? Elas não tem nada haver com os meus atos. – Jon se pronunciou. Ele parecia destruído. A barba grande, a pele pálida, emagrecido, e olhos opacos sem vida. Não era mais o homem que o dia foi. O grande guerreiro morreu. Era como se a lâmina tivesse atravessado eles dois naquele dia, na sala do trono.

_ Nada? Serio? – Yara perguntou. – Você não sabe de nada Jon Snow. Ou é um ingênuo, ou um idiota.

Ele olhou espantado. Não era a primeira vez que ouvia aquelas palavras. Elas o assombravam. Seria seu fardo na vida? A ignorância. Se tivesse permanecido na escuridão em relação ao seu real parentesco talvez a situação fosse diferente. Daenerys estaria agora sentada no trono de ferro, e ele ao seu lado, assumindo algum posto no pequeno conselho. Mas não podia voltar ao passado. E o que estava feito não poderia ser desfeito. E ele que um dia foi escudeiro, comandante e rei, agora provavelmente morreria como um traidor.

_ Lordes e Ladies, por favor. A que ponto chegamos? De que adiantará discutirmos agora?  Eu tenho certeza que vocês não saíram dos seus castelos, deixaram suas terras e convocaram os seus exércitos para trocarem farpas. Essa guerra se estende por quase 10 anos. Incontáveis vidas perdidas. Tudo em prol de um trono que nem existe mais. – Sempre hábil com as palavras, era claro que o antigo mão da Rainha teria um discurso pronto. Ele sempre tinha. Sempre soube quais palavras falar, qual raciocínio seguir para conseguir o que queria. Sua mente era sua arma -  É isso que vocês querem? Mais uma guerra? Mandar seus homens para batalha? Não. Todos desejamos paz. Queremos um reino prospero, com homens livres e crianças em segurança.

Poço do dragão permaneceu em silencio. Ninguém contestaria a lógica do anão. Estavam todos cansados, os lordes e o povo. Sentiam falta de casa, desejavam a segurança que conheceram na infância. A guerra era amarga como fel, e em cada um deixou uma cicatriz. Ninguém ali tinha passado ileso. Perderam familiares, amigos. Alguns perderam a si mesmos.

_ Isso também é o que Daenerys quer, mais do que qualquer um – Verme Cinzento lembrou. E de novo, estavam todos híspidos e se encarando. Paz não viria facilmente. Não entre eles, cada um se achando mais com a razão do que o outro. E cada um visando apenas o seu beneficio.

_ O que Daenerys queria. – Lembrou Tyrion – Ela não está mais entre nós. E a mãe dos dragões nunca veio para trazer a paz. Provavelmente a desejasse muito tempo atrás. Antes mesmo de vir pra cá. Mas cruzou o mar verde como a conquistadora que era.

_ Você mente – retrucou Verme Cinzento. Ele não sabia como puderam ser tão cegos. Se deixaram enganar até o ultimo momento pelas manipulações do Tyrion. Ele arquitetou a guerra dos tronos como nenhum outro. E se permitisse, faria de novo.

_ Meus caros, no meu tempo em reclusão eu tive muito o que pensar. Era só o que eu tinha pra fazer. Temos que decidir aqui e agora, entre nós, quem será o novo rei.  Deve ser o mais bravo? O mais velho? O mais Rico? Não. O novo rei que inspirará as massas e comandará o povo será aquele com a melhor historia. E que tem uma história melhor que Br...

_ Pare. Nós já temos uma rainha. – Verme cinzento interrompeu. Já tinha deixado aquele disparate ir longe demais. Agora era hora.

_ Você está em negação Verme Cinzento. Não vê? Daenerys morreu. E mereceu a morte que teve. Ela perdeu a mente a muito tempo atrás. Nunca seria apta para governar.

_ Ela sempre foi uma boa governante, sempre ouviu dos lordes ao povo. Eu estava lá. Montou um conselho para que a ajudassem a governar, para guiá-la quando precisasse de ajuda na hora de tomar decisões. Eu estava lá. Passava os dias cansada recebendo os pedidos na grande pirâmide. Ouvindo cada reclamação e injúria que seu povo tinha. Eu estava lá. Ela lutou pela liberdade, pela justiça, lutou por um mundo melhor. E continuara lutando.

Quando Verme Cinzento terminou seu discurso, todos se levantaram ao ouvir um rugido de dragão. Era Drogon. Ele vinha como um alento de esperança para alguns, e a sombra da morte para outros. O ar ficou empoeirado a medida que ele se aproximava. De fora do poço podiam se ouvir a batida de tambores, junto com o clamor do povo.

Drogon sobrevoou poço do dragão por mais uns minutos. E quando pousou, os olhos de todos custaram a acreditar no que estavam vendo. Era Daenerys Targaryen, a mãe dos dragões, quebradora de corrente, rainha de Meeren, Khaleesi e agora Rainha dos sete Reinos que tinha retornado. Vestindo um vestido vermelho como sangue, que tinha um busto como uma armadura negra incrustado de rubis e ônix. Nos ombros escamas metálicas negras que lembravam a de um dragão e que se estendiam por todo o seu braço. Estava com o cabelo solto. E sobre ele, uma coroa com três dragões entrelaçados.

Em cima do seu imponente dragão, ela era alguém que tinha algumas contas a acertar. E o faria, com Fogo e Sangue.

-------------------AVISOS: ( 1) o próximo cápitulo será uma retrospectiva da Daenerys sendo trazida a vida

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AVISOS: ( 1) o próximo cápitulo será uma retrospectiva da Daenerys sendo trazida a vida. ( 2 ) Eu queria muito traduzir essa história pro inglês, pois a maioria das fanfics de GOT que eu leio são na língua inglesa. Se alguém puder me ajudar na revisão/tradução agradeceria muito.

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