Joueur

One - Let's play, baby

Três anos atrás.

— Você sabe que esse menino ainda vai dar problema sendo do jeito que é! — O senhor Park praticamente berrava enquanto dirigia.

— Jonghoon! Quer prestar atenção no trânsito? — Dessa vez a senhora Park disse um pouco aborrecida.

Tudo havia começado quando Park Chanyeol, o filho único de uma das famílias mais prestigiadas de Seul, havia decidido contar para os pais que ele era gay, e que estava apaixonado por um garoto de sua aula de música.

Sua mãe prometeu ama-lo e apoia-lo independente de tudo, já seu pai só sabia gritar, berrar ou qualquer outra coisa do tipo. Tudo que ele sempre se importou foi o prestígio de sua família, mas nunca com seu filho ou sua esposa.

Aos cinco anos, o pequeno Yeol, como costumava ser chamado, achava que o pai apenas trabalhava demais, que tudo bem ele não ter tempo algum para ele, já que colocava comida na mesa. Ele podia até achar isso, entretanto, a criança tinha tais pensamentos devido a influências do senhor Park, que dizia isto todo dia, repetia como uma espécie de mantra.

Já aos quatorze anos, o garoto que agora era chamado de Chanie, notou que não era o pai que trabalhava demais, era simplesmente a pessoa horrível que o pai era. Ele sentiu seu mundo desmoronar quando percebeu isso, e bastou somente um tapa desferido no rosto da mãe para que o adolescente se desse conta isso.

Aos dezesseis, ele mal falava com o pai, que só fazia questão de falar com ele realmente quando era sobre seu futuro, sobre com quem se casaria e o que faria na empresa da família. Chanyeol achava isso pura convenção  social, assim como o fato de seu pai ter casado com sua mãe.

Naquele momento, o garoto que havia se descoberto aos quinze, havia escolhido uma péssima hora e lugar pra revelar isso aos pais, visto que estavam em um carro, com seu pai dirigindo em direção a busan. Mas jovens não costumam pensar direito, não é mesmo? Pelo menos era o que sua mãe sempre dizia.

É, ela realmente dizia.

— Jonghoon! — Foi o que sua mãe conseguiu gritar antes do infeliz e iluminado momento. Literalmente iluminado por um enorme farol de caminhão.

💎

Três anos depois. Dias atuais.

Park Chanyeol atualmente era a estrela número um do time de basquete da faculdade, Seul Warriors, isso o mantinha dentro da universidade, bancando todo seu curso de música com a bolsa de atleta. O garoto, que já estava se tornando um verdadeiro homem, agarrou a chance de entrar na faculdade dessa maneira, já que desde aquilo ele se recusara a ficar na mesma casa que o pai.

Com sorte seus avós maternos possuíam uma grande fortuna e o ajudavam como podiam quando ele precisava, visto que o mesmo conseguia trabalhar na cafeteria da universidade e até mesmo dar aula de música, a vida fez com que o garoto assustado de dezesseis anos, agora virasse um vingador, mas não literalmente. O garoto que antes era doce, resolveu por conta própria que sentimentos o deixavam mais vulnerável e se fechou, tornando-se assim alguém que gostava de viver no limite para tentar afastar parte de sua dor.

— Já ouviu dizer, Chanie? — Chen, um de seus melhores amigos disse quando adentrou o vestiário. — O reitor tá pensando em vender 1/3 do time pra' um desses empresários aí.

— Filho da puta. — Murmurou. — De novo isso?

O moreno não possuía nada contra empresários riquinhos de merda, como costumava chamar, mas também não tinha nada a favor, tudo porque ele já provara uma vez o gostinho de ter tanto dinheiro que você pode simplesmente fazer o que quiser, ele sabia que cada um desses homens de terno eram assim. Eles não se importavam o suficiente, investir era a meta.

Chanyeol poderia ter seu jeito difícil de lidar, sendo um tanto explosivo às vezes, mas prometeu para si quando entrou no time proteger cada uma daquelas pessoas, porque anteriormente, cada um daqueles garotos altos e com pernas longas, haviam sido e continuavam a ser uma família para o Park. Ele não queria que alguém interferisse na vida deles somente por não saber com o que gastar o próprio dinheiro. Que fizesse o que bem entendessem, que gastassem com prostitutas, mas na família dele ninguém com vários zeros na conta iria tocar.

— Espera, onde você pensa que vai? — Sehun surgiu a sua frente, tentando o impedir. Ele e Chen trocaram olhares.

— Resolver uma pendência, e acho melhor me deixar passar, Sehunie. — Disse decidido.

 Não se importou muito se Sehun estava ou não na sua frente, não se importou em passar por ele batendo seus ombros nos dele, depois Chanyeol que se entendesse com o amigo, que com certeza daria alguns bons sermões a ele sobre como ser menos explosivo e impulsivo, porém agora, nada mais importava. Suas longas pernas pareciam ser movidas a todo ódio e explosão advindos de seu coração, e foi assim que o Park atravessou a quadra, pisando fundo, de cabeça erguida e cara amarrada.

Lá estava, exatamente como Chanyeol havia previsto, um homem com um terno extremamente caro, o reitor da universidade, e o treinador bajulando o cara de cabelos loiros, como se ele fosse algum tipo de divindade. 

— Chanie! Não notei que estava aí! — O treinador sorriu em vê-lo. — Gostaria de te apresentar Byun Baek...

— Sem ofensas, Sr. Lee, mas foda-se ele, não tô' interessado. — Disse com a raiva já subindo a cabeça

— Rapaz, eu não....

— Vim ser claro e direto com você. — Dessa vez o moreno se referia ao homem de terno que o olhava firme. — Você não vai gastar seu precioso dinheiro de merda nesse time e fazer o que bem entender com ele. — Foi direto, pouco se importava com a primeira impressão que iria passar ao mais velho.

— Penso que se o dinheiro de merda for meu, posso muito bem gasta-lo como quiser, anjo. — Foi a vez de Byun Baekhyun dar a cartada final, era isso que ele pensava pelo menos.

— Eu tô avisando, seu merda, é melhor dar meia volta e ir embora, ou eu mesmo chuto esse belo traseiro até a porra da sua bmw. — Os dois estavam perto demais um do outro, tão próximos que Chanyeol conseguia sentir o perfume amadeirado de Baekhyun.

— Pago pra ver, vamos! — Baekhyun amava isso, a sensação de jogar com alguém, mas não de maneira convencional.

Vamos ver quem perde primeiro, meu bem, o loiro pensou com um sorriso lascivo.

💎

Antes que me matem, sim, eu refiz o capítulo, precisava apresentar melhor o menino Chanie ❤️

Espero que gostem!

💎

Capítulo revisado.