Twenty - Lu

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Luhan batucava as unhas na escrivaninha branca, não conseguindo se concentrar no trabalho de latim que precisava entregar depois de amanhã, tudo porque só conseguia mover o lápis que segurava com a mão direita para desenhar Oh Sehun, ele se tornava cada vez mais deslumbrante em cada linha e cada traço feito pelo garoto.

Ele sorria diante cada traço bem feito e que representavam tão bem o outro, os lábios nem tão grossos, nem tão finos, os olhos puxados que sumiam assim que Sehun sorria. Seu sorriso, de fato Luhan amava o sorriso do namorado, poucas vezes podia vê-lo sorrir antes, apesar de ser alguém que sempre fazia de tudo para fazer todos sorrirem, o moreno quase nunca sorria quando estava sozinho, talvez o que faltasse para ele fosse Luhan, talvez ele já fosse completo, mas precisava de alguém para transbordar.

Luhan, que até então estava concentrado - não em seu trabalho de latim - foi interrompido por incessantes batidas na porta, cujo ele decidiu ignorar todas, afinal, quem seria o louco que viria atrás dele em seu dormitório a meia noite e meia, já que Taemin, seu colega de quarto, havia dito que passaria a noite inteira fora? Contudo, as batidas definitivamente não paravam, chegaram a irritar o garoto a um ponto em que ele simplesmente levantou irritado da cadeira, deixando o lápis cair em algum canto do dormitório, onde ele provavelmente o procuraria por semanas e não acharia.

Sendo assim, caminhou bufando até a porta e a abriu com uma cara que dizia "não tem mais o que fazer além de interromper os outros?"

— Você? — Foi tomado pela surpresa.

— Esperava mais alguém? — Definitivamente seu sorriso favorito estava diante dele.

— Hum.. acho que não. — Deu de ombros.

O mais baixo liberou o caminho porta adentro para o namorado.

— Não precisa descansar? — Arqueou uma sobrancelha enquanto fechava a porta e a trancava. — O treino de vocês hoje foi pesado.

— Precisava te ver. — Sehun justificou se jogando na cama de Luhan. — Não sei, você me traz paz, e eu precisava de paz. — Pela primeira vez ele podia ver Sehun corando.

O menor sentou-se em sua cama ao lado do namorado que já estava esparramado na mesma.

— É que... você é meu ponto de paz, Lu, eu me sinto bem desde que começamos isso. Eu sei que não sou tão bom com as palavras quanto você, mas eu te amo e tô viciado em qualquer coisa que envolva você. — Sehun sorriu tomando a mão do garoto junto da sua enquanto sentava-se de frente para ele.

E desde então, sou porque tu és
E desde então és
sou e somos...
E por amor
Serei... Serás...Seremos... — Recitou um trecho de um dos poemas de seu autor favorito.

— Eu não entendi... — Sehun sorriu e Luhan também.

— É um trecho de talvez de Pablo Neruda, é meu poeta favorito. — Explicou acariciando as mãos do namorado. — Ele me lembra você. — Murmurou.

[ Reproduza a mídia ]

Sehun achou que nada mais poderia ser dito para tornar aquilo perfeito, já era perfeito somente por ter Luhan envolvido, ele era uma de suas pessoas favoritas no mundo, era como sorvete de pistache, seu favorito, em uma tarde de primavera, e justamente por essa sensação e por tantas outras, Sehun levou uma de suas mãos a cintura de Luhan, o puxando delicadamente para que sentasse em seu colo.

O silêncio se fez presente ali, mas era algo agradável, os dois escutavam somente a respiração e os beijos distribuídos através da clavícula de Sehun, que não tardou em puxar o outro para um beijo. Era diferente de todos os trocentos beijos que já haviam tido, esse era diferente, parecia ser com toda alma e espírito de ambos, seus lábios pareciam se encaixar perfeitamente e suas línguas entraram em uma sincronia perfeita. Tudo estava absolutamente perfeito.

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