— Não vai mesmo dizer o que aconteceu? Você demorou horas, Channie! — Minseok disse pelo que seria a quinta vez.
— Eu já disse, o filho da puta queria passar sermão barato de novo. — Rolou os olhos para cima.
Você é muito mentiroso, não deveria se orgulhar. Qual é? É seu amigo, na verdade todos seus melhores amigos deveriam ter conhecimento disso, você sempre contou porra!
A verdade era que após aquilo tudo o garoto sentia-se no mínimo confuso, uma hora Baekhyun fazia questão de dizer que não o foderia até que ele implorasse, em outra hora aparecia para dar uma lição daquelas em Chanyeol. Não que ele não gostasse daquilo, ele descobriu que adorava, até feria um pouco seu orgulho e pose de bad boy que sempre teve, até porque seu papel sempre fora aquele, provocar para que implorassem por ele.
De fato o garoto sempre se considerou flex, quase sempre gostava de sentir-se no controle da situação, costumava ter garotos e garotas implorando por ele, este os tratava muito bem, sempre deu seu melhor mesmo que seja por uma noite. O Park acreditava que cada pessoa passava por sua vida por algum motivo que ele não estava afim de descobrir, não agora pelo menos, por isso ele aproveitava a pessoa nem que fosse por uma noite.
— Seok, tenho aula agora. Você sabe como o Senhor Min é um pé no saco, mais tarde conversamos, uh? — Pegou apressado seu casaco de moletom e a mochila preta.
Passou pelos amigos sem dar ao menos um tchau e totalmente apressado, no entanto Sehun, Minseok e Chen não ligaram muito, ele sempre fora assim mesmo,sendo que apesar de tudo, os amigos reconheciam que Chanyeol possuía um coração de ouro, mesmo mostrando isso pouquíssimas vezes, o mais novo era de demonstrar calado e com atitudes que as pessoas jamais descobririam que ele quem havia feito tal ato. Em síntese, o moreno sentia-se confortável em cuidar dos seus no "escuro", não precisava que o recompensassem por algo feito de coração, isso também evitava criar expectativas e logo em seguida decepções.
Desde muito novo o garoto fora exposto a situações que não deveria, como ver o tronco da própria mãe ser arrancado na sua frente por um caminhão gigantesco, ou ter aguentado seu pai por um ano o culpando do acidente de carro. Chanyeol costumava ser doce até o ocorrido, mas as constantes agressões físicas e psicológicas do pai fizeram com que se fechasse cada vez mais, felizmente a música, o basquete e seus amigos ainda o mantinham vivo.
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— Não posso acreditar que fez isso. No escritório ainda! — Jumneyon comentou pegando uma cerveja para si do frigobar.
— Acredite, e sabe o que mais? Ele nem parecia aquele mesmo garoto que estava prestes a me bater. — Baekhyun confessou vitorioso, entretanto sabia que Chanyeol era mais que uma vitória para si.
— Deveria dar meus parabéns? — Kyungsoo, seu outro melhor amigo disse ácido como sempre. — Cuidado, Hyunnie, você pode perder o jogo mais fácil do que imagina. — Sorriu para ele.
Apesar de se fazer de desentendido, o rapaz sabia muito bem do que Kyungsoo falava. O moreno era muito sagaz quando se tratava de identificar qualquer tipo de sentimentos, e tinha plena ciência sobre os "joguinhos" do outro, tudo porque sempre acompanhou cada jogador, inclusive Baekhyun, e quando ele costumava dizer algo queria dizer que isso iria acontecer de um jeito ou de outro, não importava qual.
Até mesmo o mais velho sentia algo diferente em si, punir Park Chanyeol gerou mais do que só satisfação em seu ego, até quando ele teve seu after care com o garoto se sentiu diferente, algo como querer cuidar daquele menino perdido, visto que apesar de possuir aquela pose, Chanyeol ainda tinha os olhos negros e brilhantes procurando para onde ir, mas parecia nunca encontrar. Quando seu amigo disse isso, ele entendia perfeitamente sobre o que ests falava, Baekhyun só esperava que isso não fosse longe demais, afinal não queria se dar como vencido mais rápido do que imaginava.
— Bobagem, Ksoo. — Respondeu tentando parecer indiferente.
— Pode falar o que quiser, anjo, mas você sabe que às vezes mente mais para si do que pra' gente aqui. — Deu de ombros.
— Baek? Achei o que procurava. — Jumneyon interrompeu o momento sério com uma empolgação estampada em seu rosto. — Segundo um jornal antigo da época, a Sra. Park morreu por conta de uma batida de carro, sendo que quem dirigia o automóvel era o Sr. Park, e ao que parece o garoto presenciou tudo. — Aquilo o atingiu em cheio.
— Estão vendo o que eu disse? Hyunnie, boa sorte, você vai precisar. — Ksoo levantou-se e deu uma batidinha no ombro do amigo antes de sair.
Baekhyun podia imaginar um Chanyeol mais novo, com os olhos marejados e perdidos ao ter assistido a "partida" da própria mãe, o mais velho não poderia jamais chegar perto de tentar entender o que o garoto havia sentido, afinal tudo que ele sabia sobre perda estava relacionado a morte de seu porquinho da índia quando este tinha quatorze anos, seus pais ainda estavam vivos e apaixonados, então...
— Hyung, preciso ir, você paga o café? — Levantou-se da cadeira.
— Claro. Aonde vai? — Indagou com o cenho franzido, mas ele já sabia a resposta.
— Resolver algo. — Respondeu antes de se virar e sair pela porta.
Baekhyun precisava ver com os própios olhos Chanyeol expressar tudo que sentia na sala de música da universidade, agora que ele sabia de uma parte da história tinha a certeza de que sua válvula de escape era a música, e como ele esperava, o garoto estava lá, sentado em um banco com um violão apoiado em suas coxas.
Através das portas e janelas transparentes ele pôde ver e até ouvir um pouco a melodia e a voz do Park, era algo como uma melodia doce, suave, quase que triste, seu tom de voz apesar de um tanto grosso se expressava muito bem por meio das notas. Ele cantava suavemente, mas com paixão e emoção, como se quisesse deixar toda sua tristeza ir embora junto com aquilo, e Baekhyun entendia isso, sempre soube que as pessoas possuem suas válvulas de escape, algo parecido com deixar os sentimentos trabalharem naquilo para acabar não surtando por completo.
— O que faz aqui? — Chanyeol o despertou de seus pensamentos, sem nem perceber que o mais velho tinha sido conduzido por si até a porta da sala de música.
— Eu só... sinto muito. Por tudo que aconteceu. — Confessou.
— Pelo quê? Já sente muito por ter me punido? — Comentou com um tom de deboche.
— Não por isso. Pela sua mãe. — Respondeu.
Chanyeol sentia-se confuso, com raiva, com vontade de agradecer por ele ter se importado e até com mágoa ao lembrar daquilo, afinal sempre havia evitado coisas que o lembrassem sua mãe, como o antigo parque de diversões perto de sua casa, onde sua mãe costumava o levar aos domingos.
— Você...quem te contou? — O Park optou por demonstrar sua revolta, não queria terminar o dia chorando no colo alheio. — Espera aí, você descobriu não é mesmo?! Pessoas como você tem esse poder, achei que havia esquecido, mas você parece com meu pai nesse quesito, e sabe? eu realmente detesto o meu pai. — Cuspiu.
— Desculpe, eu não quis passar isso. — A essa altura Baekhyun não sabia como reagir aquilo.
— Por favor, fica longe de mim. E quer saber? Na porra do jogo você realmente trapaceou, se queria ganhar era só ter dito, não jogado sujo. — Tomou a mochila preta em um dos braços e saiu pisando fundo, sem dar nem mesmo alguma opção de resposta ao outro.
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Flex: alguém que pode ser tanto ativo, quanto passivo, ou seja, tanto top* como bottom*
Top: Ativo
Bottom: Passivo.After Care: Um cuidado do dom para com o sub após as punições ou até mesmo após o sexo.
Lembrando que oficialmente e pra valer, Chanyeol ainda não é o submisso do Baekhyun, apesar de ter gostado da punição e tudo mais.
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Capítulo revisado
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Joueur
FanficPark Chanyeol e Byun Baekhyun são verdadeiros joueur, como diz a boa e velha língua francesa, ou simplesmente jogadores. A diferença é que Chaneyol é a estrela número um do time de basquete Seoul Warriors da Universidade de Seoul, e sempre vive como...