Amargo Sabor Do Amor [EM ANDAMENTO]

Bebendo Eu Te Esqueço

•Patrick•

A barmaid surge no meu campo de vista trazendo as nossas bebidas. Ela esbanja um sorriso no rosto exagerado demais, aliás, tudo a nossa volta é exagerado demais. Ou talvez eu que esteja mal-humorado o suficiente para ser intolerante a qualquer coisa que eu possa ver e/ou escutar.

— Senhores, suas bebidas. – ela inclina o bastante para que seu decote fique a mostra. Um ato fútil de flertar a meu ver, reviro os olhos com a ideia.

Sim, eu estou um porre.

E a única mulher capaz de me tirar dessa nuvem negra é a mesma que me colocou nela. Então é possível que eu fique assim o resto da noite, ou não. Penso ao sentir o gosto forte do meu coquetel. Talvez encontre algum conforto na bebida.

— Presley você precisa sair dessa fossa. Ela fez uma escolha cara, nem sequer te deu opção. Não tem nada haver com você, isso é um problema dela, olha a sua volta e veja o harém que nos espera. – Ele aponta para a pista de dança.

— Do que adianta Chris? Eu só consigo pensar naquela maldita mulher! Seu argumento até seria válido, mas ela está certa de ter reagido daquela forma, o beijo aconteceu. – Passo a mão na cabeça me punindo mentalmente por não ter contado antes.

Eu jurava que ela quem iria se envolver demais, e agora, aqui estou eu, nessa merda de situação!

— Tudo bem aconteceu, mas e o fato dela estar em outro relacionamento? Um beijo é pior que estar "namorando" com outra pessoa? Qual é Patrick, eu sei que você não é tão tolo a ponto de se culpar quando não é o único com o rabo preso ali.

Olhando por esse ângulo, Chris estava certo, uma coisa não se compara a outra. Talvez Mellany esteja realmente sendo injusta comigo, com nós dois.

Está decidido!

Não irei continuar me culpando. Se quiser conversar terá que me procurar ela mesma.

— Você está certo, e quer saber? Eu vou relaxar e esperar pra ver o que acontece. Não vou estragar a nossa noite por algo que nem sequer é minha culpa. – Chris dá o seu sorriso convencido e depois pede mais uma rodada.

Conversamos banalidades, jogamos um pouco de sinuca e logo em seguida fomos para a pista de dança. A música era agitada, algo como House Music. A essa altura o álcool já invadira meu corpo há muito tempo, o que facilitou o meu lado dançante se libertar.

Olho para a esquerda e vejo Chris falando no ouvido de uma mulher morena em meio à multidão, sorri com o fato de o filho da mãe ser tão bom com negócios quanto com mulheres, no fim das contas era tudo a mesma coisa pra ele.

Mal percebi quando a música mudou de ritmo e iniciou "Thousand Years" de Christina Perry. Tentando sair da pista sinto mãos me puxando, olho em direção ao toque e a vejo na minha frente.

Mellany usa um sobretudo preto, o que me impede de ver o que veste por baixo dele, seus cabelos estão soltos e não há maquiagem em seu belo rosto. Mesmo estando tão simples ela ainda é a mulher mais linda em todo aquele bar. Minha vista está quase que completamente embaçada, e sinto tudo girar. Não posso acreditar que ela esteja ali, com certeza o álcool está mexendo com a minha cabeça, fecho e abro novamente os olhos e ainda a vejo. Mas que maldição, não devia ter bebido tanto!

— Você está bêbado como um gambá, venha, vamos nos sentar. – Ela fala alto no meu ouvido. Não é possível que eu esteja ouvindo coisas também, essa é a voz dela!

A "clone" me leva até uma parte no canto do bar onde tem acentos e mesas. Assim que sento tudo piora, parece que o álcool faz mais efeito quando estou sentado, essa ideia me fez gargalhar. Mel ou a impostora, fala algo pro bartender e depois me observa com atenção. Ainda sorrindo digo em seu ouvindo: — Quem é você e porque está com o rosto da minha Mel?

Ela arqueia uma sobrancelha e então eu não controlo e rio de novo. Entrega-me uma bebida qualquer e eu viro tudo de uma vez.

— Isso tem um gosto de nada. Será que conseguiram inventar uma bebida alcoólica sem gosto nenhum? – Então ela sorri pela primeira vez e me oferece outro copo da mesma bebida. É péssimo admitir isso, mas a impostora é ainda mais linda que a própria Mellany, como isso é possível?