Terceiro Capítulo - Novas Descobertas

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Fazia uma semana. As dúvidas só aumentaram, juntamente com as frustrações. Ginnifer estava quase arrancando seus cabelos e a gritaria da cozinheira chefe não ajudava. O francês estava melhorando, mas ainda não sabiam seu nome, de onde vinha e o que estava fazendo ali.

_Se queimar o pão de novo, vai ir procurar emprego em outro lugar! – sra. Trumpet berrou –

_Desculpe, senhora.

_Desculpas não vão ajudá-lo.

O jantar estava no fim. A última bandeja acabara de sair e Ginny quase chorou de alegria. Tia Bell e ela saíram do castelo, tomando o rumo de casa. Tio George estava cochilando em sua cadeira e o estranho encarava o fogo.

_George! – Bell ralhou – Acorde.

_Bell, querida. Sempre suave.

_O jantar está pronto? Estou com fome. Ginnifer, mais um dia de gritaria e eu voarei nos cabelos daquela "senhora".

Ginny riu consigo. Era impossível que sua Tia Mirabella voasse em alguém, o que dirá na mulher que mantinha refém seu sustento. Levantou o olhar e encontrou o francês a encarando, os olhos verdes perderam o brilho febril, mas continuavam estranhamente vívidos.

_O que?

_Minha irmã. – ele testou – Pares tu.

_"Pares tu"? Parece comigo?

_Oui. Égal.

_Hm... Okay, não sei o que isso significa.

Ele fez alguns gestos, tentando ser entendido pelas mímicas. Apontou para o rosto de Ginny e fez o sinal do número dois com os dedos.

_Eu, duas vezes? O que isso quer dizer? Gêmeos?

O francês suspirou, frustrado. Eles teriam de aprender a língua um do outro ou isso não iria funcionar. Ocorreu a Ginnifer que, até o presente momento, ela nada sabia de seu paciente e isso incluía seu nome.

_Você tem um nome? Por Deus, é claro que tem. Deixe-me reformular. Qual é seu nome? Eu sou a Ginnifer. – e apontou para si – Você é?

_Maximilliam.

_Não é um nome muito francês. Quer dizer, é latino. Bom, talvez possa ser meio francês.

O estranho, Maximilliam, encarava Ginnifer com uma expressão de troça. Ela poderia estar irritada, mas era bom ver que ele não iria morrer mais.

_Então, Maximilliam, tenho uma proposta.

_Proposition?

_Oui. Sim. Proponho que nós ensinemos nossas línguas um ao outro.

Tio George soltou um risinho abafado, claramente descrente no sucesso daquela ideia. Eles não conseguiam nem se entender, o que dirá ensinar línguas tão diferentes um ao outro.

_Obrigada, tio, por seu ponto de vista.

_Merci. – falou o paciente –

Ginnifer olhou para ele. Aquilo parecia querer dizer que ele concordava com a ideia.

_Bom, minha sobrinha, imagino que serão dias interessantes esses. Por favor, quando descobrir como aprender francês com alguém que não fala uma palavra de inglês, avise-me.

_Seu tio. Comique.

_Meu tio é cômico? Não, cômico não. Engraçado?

_Oui. Très bien.

_Merci. – Ginny sorriu – Isso vai dar muito certo, tio George. O senhor verá.

_Prove-me que estou errado.

Desipere in Loco (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora