Vigésimo Segundo Capítulo - O Castelo

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Pode soar exagerado, mas assim que se aproximaram de Tiffauges, Ginny conseguia jurar que sentia o cheiro de mofo e umidade do Castelo. Situado numa pequena colina e próximo ao lago, o castelo parecia essencialmente perverso. Um calafrio percorreu a espinha de Ginny, arrepiando todos os pelos de seu corpo.

_Pelo amor de Deus... Isso aqui é horrível! Parece algum castelo de contos bardos.

_Ginnifer, não faça piadas agora. – Gigi pediu –

_Desculpe. Escapou. Mas olhe para isso, Genevieve.

_Estou olhando e concordo com você, é apavorante.

_Meu Deus, vocês falam demais. – Axel reclamou –

Ao atravessarem o pórtico, Ginnifer lançou um último olhar para o lado de fora, antes que a ponte levadiça subisse e eles ficassem presos ali. O baque da madeira contra a pedra pareceu tão definitivo, tão... Ela chacoalhou a cabeça. "Não, não... Se eu deixar que caraminholas entrem na minha cabeça, estou perdida. Vou sair daqui, custe o que custar."

_Chérie, bem vinda a Tiffauges.

Ginny revirou os olhos. Ela preferia ser bem recebida no Inferno do que ali. Se bem que, ao ver de Ginnifer, não havia muita diferença entre um lugar e outro. Os cavalos pararam no pátio do castelo, bufando e batendo os cascos, nervosos. "Se os cavalos estão assim... Oh meu Deus." a cabeça de Ginny dava voltas com tantos pensamentos. Axel desmontou e caminhou até o cavalo dela. Cada passo e ele fazia uma careta, decorrente da dor que Ginny infligira nele.

_Está com dor? – ela perguntou, inocente –

_Não.

_Mentiroso.

_Vamos, você tem que descer daí. Estamos atrasados.

Ele estendeu as mãos para ajudá-la a descer, mas, mesmo que suas próprias mãos estivessem amarradas, Ginny saltou do cavalo sem ajuda.

_Eu sei desmontar, muito obrigada.

Conforme caminhava, Ginny ouviu um dos brutamontes de Axel conversando com outro.

_Por Deus, o que há na árvore ginecológica dessa garota? O demônio?

Ela franziu o cenho. Seu francês não era perfeito e Ginny devia ter ouvido errado, e foi por isso que virou-se para o homem e perguntou:

_Na minha o que?

_Na sua árvore ginecológica. Sabe, aquelas construções familiares que traçam sua linhagem.

Ela não conseguiu se conter.

_Na minha árvore genealógica?

Respirando fundo, Ginnifer tentou não rir... E falhou, miseravelmente. Ela teria ficado ali e aproveitado a expressão envergonhada do homem, mas Axel puxou a longa corda que estava ligada aos pulsos de Ginnifer e ela cambaleou para frente.

_Estraga-prazeres. – ela resmungou –

_Eu me esforço.

Ginny juntou cuspe para atirar na nuca de Axel, mas antes que pudesse concretizar seu plano, o Barão saiu do castelo e ele parecia dez mil vezes pior.

_Olá, filha.

                                                                                                             *********

Max e Julian vagavam pela floresta, atentos a qualquer barulho fora de contexto. Mas não havia nada, exceto o gorjeio dos pássaros e o vento sussurrando pelas folhas. O silêncio entre os próprios cavaleiros era confortável, nenhum deles sentia necessidade de falar. Mas existem coisas que precisam ser perguntadas e, que melhor lugar para fazer isso que isolados no meio do mato?

Desipere in Loco (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora