Décimo Sétimo Capítulo - Bastardo Bom e Bastardo Mau

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Ginnifer chegou ao limite do acampamento arfando. Por algum motivo, agora ela não sabia qual, fora correndo até ali. Caminhando pelas barracas, ela encontrou uma fogueira com alguns homens sentados ao redor. "Eu poderia dizer que sou filha do Barão... Mas não quero me vincular ao nome dele. O que eu faço?" ela pensou, refletindo cuidadosamente em seu próximo passo. Uma ideia começou a tomar forma, uma ideia que ela não gostava muito, mas daria para o gasto. Chacoalhando o cabelo até ficar com, o que ela esperava, uma aparência selvagem e misteriosa, Ginny desamarrou um dos laços do corpete, descendo um pouco o decote do vestido.

_Estou me auto difamando. – ela resmungou –

Ginny caminhou até a fogueira com seu melhor sorriso estampado no rosto. Não foi preciso emitir nenhum som; um por um, os rostos voltaram-se para ela, os olhares maliciosos fazendo seu sangue ferver de raiva.

_Ora, ora. O que a bonitinha está fazendo por aqui? – perguntou um dos homens –

_Veio procurar um pouquinho de diversão? – outro provocou –

_Na verdade, estou procurando uma pessoa.

Ela tentou, ao máximo, disfarçar o sotaque britânico, arrastando os erres de cada palavra.

_E quem seria essa pessoa?

_Bem – ela fingiu estar envergonhada – ele não me disse o nome.

Agora viria a parte difícil, pois, se um dos homens ali sentados, fosse o filho do barão, ou filhos, a farsa cairia por terra. Ginny pediu a Deus, mentalmente, que a ajudasse só um pouquinho.

_Ele mencionou algo sobre ser do exército e... Em Barão de Reims?

_Reims? – o primeiro homem ecoou – Não há nenhum Barão de Reims aqui. A não ser que esteja falando do Barão de Rais.

_Rais! Sim! Isso mesmo.

"Bingo!"

_Você deve estar falando de um dos bastardos do Barão.

_Bastardos? – Ginny imprimiu desapontamento à voz – Oh, que decepção. Ele me parecia um nobre legítimo.

Um coro de gargalhadas soou ao redor do fogaréu.

_Mesmo assim, sabe onde posso encontrar esse bastado?

_Lá.

O homem apontou para uma tenda acinzentada, não muito longe de onde estavam.

_Tem certeza que vai procurar os bastardos? Não prefere alguém legítimo? – o homem insinuou-se –

_Quem sabe eu não volte aqui.

Ginny jogou o cabelo sobre o ombro e andou até a tenda, tentando não parecer muito ansiosa em sair dali. As palmas de suas mãos suavam quando ela finalmente chegou ao local indicado.

_Olá? – ela chamou –

Seu coração estava disparado. O que seus meios-irmãos fariam quando a vissem ali? Se é que ela teria tempo, e coragem, para explicar sua procedência. Clareando a garganta, ela tentou de novo:

_Olá?

Uma movimentação rápida aconteceu dentro da tenda, risadinhas escapando de lá. A parte de trás do tecido moveu-se e alguém correu dali, mas Ginny não conseguiu distinguir quem era. A aba frontal elevou-se, revelando um rapaz, um pouco mais velho que Max. O cabelo preto cacheado estava espetado em todas as direções e os olhos cor de mel brilhavam, inquietos. Ginnifer não teve dúvidas, aquele homem era parente do Barão.

_Como posso ajudar, doçura? – a voz dele parecia viscosa, impregnando a roupa de Ginny –

_Eu...

Desipere in Loco (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora