Capítulo 5- Aurora Monte-Negro

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Minutos depois, paramos em frente a casa. Subo para meu quarto, deixo a mochila na cama e pego o celular. Parece que as meninas me colocaram em um grupo, ''007''.

*Temos uma nova integrante no grupoooo*
Vejo a foto de perfil. Darya!

*Seja bem vinda Luna*
(Layla).

'*007?*

* Darya, áudio*

* MULHEEEEEEER, nosso grupo é pequeno, mas perspicaz. A Lah é a ótima para descobrir as coisas. Com esse jeitinho de flor delicada, ninguém percebe. Já eu ... digamos que não levo desaforo para casa e tenho uma certa forma de obrigar as pessoas a falarem a verdade...é um do... ESPANTALHO DO FANDANGOS, DEVOLVE MEU CARREGADOR, RAVIIIIIIIIIIII*

*Luna se acostume Darya é a rainha da aleatoriedade nos áudios* (layla)

*Aiii gente, desculpa, minha pedra no sapato, clone mal formado, parasita de útero, pegou meu carregador. Mas tá. Voltando, cada uma tem um jeito meio FBI.*

Depois de conversarmos sobre algumas coisas, como o que tem para fazer na cidade, decido finalmente dar uma olhada nos meus achados.

Pego a caixa. Sinto uma vibração em meus braços, meus pelos ficam arrepiados. Uma sensação esquisita se apodera de mim. Estranho.
Começo pelo caderno.

'' Diário pessoal de Aurora Monte-Negro - 1930

25 de setembro. Já fazem alguns dias que sinto coisas diferentes em mim, algo está me consumindo e indo rápido de mais. Sei que não adianta mais adiar a escolha, terei que decidir alguma hora. Minhas pesquisas me levam a acreditar que há chance de sair ilesa.

Depois da morte de Gabriel, meu mundo foi a baixo, não há mais como escapar, me controlar está quase impossível. Preciso chegar a uma conclusão logo. Espero que não seja tarde demais... ".

As palavras escritas ali me tocam de uma forma que consigo imaginar uma mulher desesperada escrevendo. Não sei quem é ou foi Aurora Monte-Negro, mas sinto sua agonia ao escrever essas palavras. Minha cabeça pesa com tantos pensamentos. Eu claramente preciso de distrair.

Passo a tarde explorando a casa, finalmente vou ao quintal. O local é lindo, cercado de mata, ao longe consigo ouvir barulho de água. Água? Não haviam me dito que tinha um rio ou cachoeira por ali. Vou andando em direção ao final da clareira. Me surpreendo ao encontrar uma espécie de casa na árvore. Subo as escadas. A porta está trancada. Tento fazer força para abri -la, ela range. - percebo que a fechadura bate com a chave que encontrei na caixa. Mas ela está na minha casa, então decido tentar abrir a casa amanhã.

A noite se aproxima. Estou sentada no sofá vendo Netflix. Minha mãe já chegou. Está fazendo a janta.

- Luna pode vir jantar.

Optamos por jantar na sala. Colocamos "kill Bill" na TV.

- como foi o trabalho ? -Pergunto

- Bom. Já estamos com a planta quase pronta. A estimativa é que comecem a construir na semana que vem.

- Mãe, você sabe se tem alguma cachoeira aqui perto?

- Não sei ao certo. Ouvi alguns boatos de haver um rio por aqui, mas não sei, se tiver vamos visita-lo no fim de semana. A propósito, descobri quem morava aqui antes de nós. Uma tal de Aurora, a casa ficou abandonada depois de sua morte. Claro que a família dessa Aurora vem preservando e inovando a casa a tempos, porém ninguém morou aqui desde então.
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Acordo com meu despertador novamente
berrando. Tive o mesmo sonho. O lobo de olhos coloridos nunca consegue me alcançar. Embora, agora eu já não sinto mais medo. Engraçado ou não, mas os olhos parecem muito com o de Daymoon. Após minha higiene, vou tomar café.

- Bom dia, mamacita.

- Bom dia, Luna.

Tomo o café e já entro no carro a caminho da escola.

Vou andando pelo corredor, meu celular apita. Provavelmente é Layla querendo saber onde estou. Pego e começo a ler as mensagens, estou terminando de responder quando esbarro em uma parede ou alguém e quase Caio no chão, mas em segundos sinto uma mão segurando firme na minha cintura com um puxão. Sinto um arrepio pela minha espinha.

- Você deveria  olhar por onde anda.- Ouço a voz que fala bem perto do meu ouvido. Meu arrepio aumenta.

- Desculp... Aí é você.
O menino do debate de ontem me olha com um sorrisinho debochado de lado.
Me sinto um pouco envergonhada. Não deveria ter entrado na discussão sobre o livro.

- Prefiro acreditar que isso no seu olhar é surpresa, não decepção. A Propósito meu nome é Daymoon.

- Eu sei - digo
ele levanta uma  das sobrancelhas.

-Sinal que andou perguntando sobre mim... Então já sabe que sou o melhor aluno de debate da escola.

-Até agora.
Ele anda um pouco mais para perto, percebo que ele ainda não tirou as mãos das minhas costas.

-Que perfume você usa? Tem um cheiro bom.

Oi?

-Am... Perfume?

O sinal bate e ele da uma última olhada em mim e vai embora. Após algumas aulas, o intervalo chega. Vou com Layla para a última mesa do refeitório. Pego o lanche e começo a comer.

- Aaaaah, primeira semana de aula e já tô passando raiva. -diz Darya sentando na mesa.

Hoje está incrivelmente quente, então Darya está usando uma bata completamente colorida que chega doer meus olhos.
Relevo e presto atenção na conversa.

- Quem foi o felizardo da vez? -pergunta Layla

- O de sempre. Meu doce e lindo clone mal feito. Acredita que ele jogou um sapo do laboratório no meu cabelo. O coitado achou que eu ia gritar. Mal sabe. -diz ela com um olhar semicerrado.

Não sabia que tinha sapos no laboratório. Espero que não precise abrir um. Falando em sapos...

- Gente, tem algum rio ou lago nessa região? -Pergunto

- Sim. No meio da floresta temos uma cachoeira que desemboca no rio. Chama-se coração da floresta. A gente bem que podia ir nesse final de semana, hein. Com esse calor!

Assentimos e decidimos marcar de ir. Finamente uma distração depois de todos esses dias esquisitos.

Após a aula, as meninas me convidam para ir embora com elas.

- Meninas, vocês tem alguma coisa para fazer no fim de semana?
-Pergunto

- Não. -respondem juntas

- Então vamos na cachoeira, já que moram aqui, poderiam ir comigo e minha mãe e já mostrar o caminho.

Como conseguir um guia de graça.

- Só preciso de um mergulho para tirar esse calor de 40•c.- Diz Darya
Ela se abana com uma pedaço de folha de caderno... na verdade acho que é o dever de matemática.

- É muito fogo no rabo- diz Darya.
Rimos e voltamos para a sala.

Chegamos no final do asfalto. Darya vai pela cidade e Layla pela trilha oposta à minha. Sigo a minha trilha. O caminho pela floresta é revigorante, o som dos pássaros e do vento. Paro e ouço um pouco mais, consigo ouvir o barulho da água correndo pelas pedras. É incrível. Faço o caminho até minha casa.














Genteeee, vim deixar uma coisa bem claro.🖤 Eu não sou escritora, então se tiver algum erro de português, perdoem -me 🖤 faço o meu melhor 🖤

Selene - Entre o bem e o malOnde histórias criam vida. Descubra agora