Selene - Entre o bem e o mal

Capítulo 19- O pôr do sol

Pah! Pah! Pah!
Ouço um barulho extremante irritante em minha janela. Abro os olhos e sigo até minha baywindow. Daymoon está lá em baixo jogando pedras na minha janela.
Ele aponta para o celular.

* mensagens on *
*Quero te levar em um lugar hoje*
* Sabia que existe a opção de ligar para a pessoa. Jogar pedra na janela é um tanto medieval.*
* Eu acho romântico.*
*eu acho que vc poderia ter quebrado minha janela.*
*Eu acho que vc está linda com esse pijama de Harry Potter.*
*Larga de ser bobo, vai para a sala que já desço*

Tomo um banho e faço minha higiene. Depois de secar meu cabelo desço.
- Bom dia, mãe.
- Bom dia filha.
-Bom dia, NA-MO-RA-DA.

Daymoon estava debruçado sobre o balcão da cozinha e tinha um enorme pedaço de bolo em seu prato.

- Bom dia, NA-MO-RA-DO.
Reviro os olhos e pego seu bolo.
-Estava falando com sua mãe que vou te levar para passear hoje. Se a sua lindíssima mãe permitir, é claro.
Minha mãe da uma risadinha.
-Mais é claro. Só tenham juízo. Hein, crianças.- diz dando uma piscadinha.

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-Realmente não vai falar para onde estamos indo ?
-Não. Até porque não vamos em um só lugar.
-Aí Daymoon. Fala logo.
-Minha boca é um túmulo.
Dou um beijo nele.
-Se continuar com isso eu vou desistir de te levar lá e te levar para outro lugar. Meu bem- fala bem perto de mim.
Sinto minha pele se arrepiar e meu rosto corar. Tento encobrir minha timidez e dou um tapa nele.

Depois de trinta minutos chegamos na cachoeira.
-Se soubesse que viríamos aqui teria trago biquíni.
-Não se preocupe com isso. Tem sempre a possibilidade de nadar como veio ao mundo. Não iria reclamar nadinha.
-Hoje você tá que tá, hein.

Ele tira todo o material para fazer um piquenique da sua mochila.
Pão recheado, torta, pudim. Aí senhor!

Depois de comermos, ficamos deitados admirando o céu.
Percebo ele dar um suspiro.
-O que foi ?
-Tenho medo de ir rápido demais. Não tenho muita lembranças boas com Selenes.
-Sempre quis saber o porque de você odiar selenes e consequentemente me odiar também.
-Eu não te odiava.- ele diz olhando fundo nos meus olhos.
- É justamente por isso que eu não gostava de você. Deveria te odiar e não gostar de você.
Ele suspira de novo.

-Selena era minha tia sabe. Você já ouviu falar dela, tenho certeza. Eu a amava. Ela era minha tia favorita, a única que me ouvia e me entendia. Quando ela se foi, naquele noite... eu não sei... mas sempre senti que fui de certa forma responsável. Eu vi ela saindo, poderia tê-la empedido, eu...

Seguro seu resto e beijo seus lábios.

-Você era só um menino. Não tinha como saber. Me ouça, VOCÊ NÃO TEM CULPA.
-Tenho medo de fazer algo com você, de repetir a história, de perder você.
-Isso não vai acontecer. Você nunca irá me perder. Enquanto me amar, estarei sempre com você.
Ficamos nos encarando por um bom tempo. Poderia ser estranho com qualquer outra pessoa, mas não com ele. Parecia certo, era certo.

Quando o sol já estava no topo resolvemos andar.
- O que acha de dar um mergulho?
-Eu não trouxe biquíni.
-A primeira oferta está de pé - ele ri.- é sério, pode ser de roupa mesmo.
-Eu não vou entrar de roupa e ... o que você está fazendo ?
- O que você acha que estou fazendo?
Ele diz passando sua camisa pela cabeça. Não nego que dei uma secada. Quando ele começou a tirar a calça eu me virei. Ouço ele rindo.
-Para de rir e coloca essa calça no lugar. Se você tirar mais uma peça, eu JURO que te mato.
-Amor, se eu tirar a última peça vou ficar sem nada.
Ouço o barulho dele entrando na água.
-Pode se virar. Já estou dentro da água.
Me viro e vejo ele já no meio da cachoeira.
- Eu não vou entrar.- digo emburrada.
-Anda Logo Lua. Juro que não vou olhar.
Vejo ele virando de costas e me dou por vencida.
-Não vira ou eu arranco seus olhos.
Tiro minha blusa e meu short e de raiva coloco a blusa dele. Problema, que molhe! ninguém mandou não me avisar aonde iríamos.

Ele se vira e olha para a blusa.
- Não acredito que entrou com a minha blusa. Eu não entrei com ela justamente para não molhar.
-Ninguém mandou me obrigar a entrar.
Ele me olha e do nada me joga para cima e depois me afunda com ele.
-Você tá doido!- digo quando volta a superfície.
Ele ri e joga água na minha cara. Não deixo barato e rebato, e assim começa a guerra de água. Ele puxa meu pé e vou direto para o fundo, volto para a superfície e dou de cara com seu peito. Passo os braços ao redor do seu pescoço e junto nossas bocas. Ele morde meu lábio e pede passagem. Concedo. A
perta minha cintura enquanto minha mãos vão para seus cabelos. Como se fosse possível, ele me puxa mais para si. Quando para bruscamente e encosta nossas testas.
Ainda ofegante pergunto.
-Algo errado ?
-Acho melhor pararmos.
Ele me encara e com um subido ataque de bochechas vermelhas, entendo o que ele quer dizer.
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Após a cachoeira fomos ver o por do sol no "nosso monte". Aonde demos nosso primeiro beijo. Sinto meu coração quentinho. Ah credo! Estou me tornando uma pessoa muito boba.
-Essa é minha hora favorita do dia.-Diz Daymoon.
-Também é a minha. Qual seu motivo?
-Eu amo o por do sol. Minha tia costumava me trazer aqui, ela dizia que os hebreus consideravam a cada por do sol um dia novo. E não a partir da 00:00 igual a gente.
Ela sempre falava que cada por do sol reflete o quão nada está perdido, é o final do dia, mas não o fim. O sol sempre renascerá, sempre.
Ele me olha e sorri.
-Isso foi lindo. Realmente lindo.
-Qual seu motivo?- ele pergunta afastando o cabelo do meu rosto.
Olho para frente.
-Não é exatamente pelo por do sol, mas pelo exato azul que ele fica quando o sol parte para o oeste. O crepúsculo, ele é melancólico, me sinto triste e pensativa. Acontece tão rápido, mas me mostra que mesmo as coisas mais rápidas e que não duram para sempre, podem ser eternas em nossa alma.
-Isso também foi lindo.
Dou um tapinha nele e afundo meu rosto em seu pescoço.