Prólogo.

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Londres, 22 de Junho de 2017.

Grace

Estou a caminho da O2 Arena extremamente ansiosa e animada. Hoje é o primeiro show da longa tour que Harry irá fazer até o fim deste ano, me sinto muito feliz e orgulhosa por ele, afinal é esse sentimento que amigos tem, não é? Mas amigos com benefícios seria o termo certo.

Na verdade eu tinha um acordo muito sério com Harry Styles, tudo seria apenas sobre sexo e nada mais, mas é claro que isso não funcionou da maneira correta para mim, até porque estar perto dele estava custando minha sanidade mental, a todo momento eu lutava contra o sentimento idiota que insistia em gritar no meu peito, e por consequência disso, comecei a agir estranho perto dele. Começamos com a promessa de ser apenas sexo, mas eu já tinha caído por Harry e estava me apaixonando cada dia mais.

Isso tudo chega a ser esquisito, o quando ele te manipula com a sua beleza, ele sabe muito bem o que isso causa e sabe o que faz. Provavelmente qualquer garota iria se apaixonar por um homem assim, o que te trás flores mesmo não sendo o seu aniversário. O que diz o quanto você é especial mesmo não sendo a noite de Ano Novo. O que diz que você está extremamente sexy em seu pijama curto de bolinhas coloridas. E o que dança na sua sala ao som da sua música favorita para te fazer sorrir nos seus piores dias.

Não é a toa que as meninas de todas as idades ficam loucas por ele, mesmo apenas tendo o básico dele e de um homem. Consigo até entender toda essa aclamação, mas eu não sei como parar. Não sei como parar de cair. As minhas barreiras começaram a serem desconstruídas quando no fim de junho, em meio a um piquenique no jardim de sua casa, o peguei me encarando. Seu olhar estava tão suave que parecia acompanhar o pequeno vento que se fazia presente à medida que algumas mechas minhas voavam. Ainda posso sentir seus olhos me fitando e sua mandíbula ficando mais densa e marcada. Ele estava tendo o mesmo sentimento que eu? Ou tudo isso séria coisa da minha cabeça, outra vez.

Talvez eu estivesse sentindo demais, e se contasse, seria apenas a minha própria companhia de vinho noturno às quartas.

No dia em que nos conhecemos, lembro-me de termos ficado a madrugada toda bebendo vinho no tapete do chão da minha sala, enquanto conversávamos sobre a vida, sobre o que me levou a assistir ao pôr do sol da ponte. Aquela quarta-feira foi a melhor em muito tempo. Minha mãe, dona Aurora tinha dia marcado para partir. '2 meses no máximo'  foi o que o Doutor Collin disse. Quando você recebe esse tipo de notícia, sem ter sua família ao seu lado, um grande filme passa pela sua cabeça, você relembra de coisas que nunca lembrava.

Sua melhor amiga. A mulher que te gerou, que carregou você no colo até sentir confiança para andar com suas próprias pernas. Aquela que curava um joelho ralado com um beijo, aquela que fazia de tudo para te deixar feliz quando seu coração foi quebrado pela primeira vez. A sua mãe. É avassalador o quanto isso te quebra.

Era 13 de Março, eu estava andando pelas ruas da velha e fria Londres, tentando espairecer com o vento gelado, quando parei para ver a paisagem que o Big Ben juntamente com o rio Tamisa formavam. Magnífico. Tinha acabado de deixar o Royal Marsden Hospital transtornada por receber a notícia me deixou despedaçada, furiosa e vulnerável. Eu precisava de um ar puro. Minha fé não é das grandes depois disso tudo, mas tenho uma certeza que Deus é um pintor e arquiteto lindo. Percebo que escolhi a profissão certa quando me pego olhando os detalhes distantes da Abatida De Westminster, um estilo gótico, apaixonante.

Retiro meu celular da bolsa, para registrar esse momento, mas o mesmo se encontra sem bateria, droga. Ele volta para onde estava antes, e decido ter para mim essa memória, nunca sabemos quando será a última vez que veremos o pôr do sol.

Westminster Bridge | h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora