01 - Flores.

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Grace

Acordei com uma música infernal ecoando em meu quarto. Consigo dizer que essa mesma música tocou três vezes, pois a cada parte que a bateria soava, uma dor de cabeça chegava. Sem abrir muito bem meus olhos, tento alcançar meu celular na mesa ao lado da minha cama, provavelmente Kate deixou ele aqui antes de partir ontem a noite. Assim que o encontro, não vejo a hora da música do BlackIn Piece parar.

— Alô? — minha voz está embargada.

— Grace? — uma voz rouca responde.

Dou um longo suspiro que faço questão que seja ouvido pelo outro lado da linha.

— Harry.

— Eu te acordei? Me desculpe.

— Tecnicamente uma pessoa só está acordada quando seus olhos estão abertos.

Posso ouvi-lo rindo e confesso que fiz o mesmo.

— A que devo a honra da sua ligação? — pergunto enquanto volto a deitar em uma posição confortável. — Por favor seja rápido, minha cabeça está explodindo.

— Eu acho que tem aspirinas na gaveta. — movo para tentar achar e assim que acho a tomo imediatamente. — Você se lembra de alguma...

Antes do Harry terminar sua frase me sinto enjoada e em um piscar de olhos corro para o banheiro, em um movimento rápido deixo meu celular na pia e sinto a bile subir pelo meu estômago com uma forte dor. Coloco tudo para fora, junto com a aspirina que tinha acabado de tomar. A forte queimação na minha garganta me incomoda ao ponto de tentar tossir, mas quando o faço parece que piora. Posso escutar Harry me chamando pelo telefone, pego o mesmo trazendo para o meu ouvido.

— Desculpe Harry, vou ter que desligar. — desligo antes mesmo de escutar uma resposta.

Outra onda de enjoo toma conta do meu corpo, sinto minha pressão baixar e meu corpo ficar mole, tudo parece estar girando, mas parece normalizar a imagem quando meu estômago esvazia. Não existe um motivo plausível para o meu enjoo a essa hora da manhã. Ouço a porta da frente bater e logo uns passos rápidos em minha direção.

— Meu Deus, Grace. O que aconteceu? — Kate se ajoelha em meu lado e pega meu celular do chão.

— Me lembre de nunca mais beber tanto. — forço meu corpo a se levantar.

— Você disse que sabia os seus limites. — Kate puxa a descarga por mim.

— Bem, está claro que eu não sei mais. — começo a escovar meus dentes.

— Bom, pelo menos isso te acordou. É um porre acordar você.

— Ah não, isso não me fez acordar. — falo com a boca cheia de pasta de dente. Kate me olha sem entender. — Harry fez.

— Harry te acordou? — minha amiga se apoia na parede cruzando os braços. Concordo com a cabeça. — Então vocês conversaram? — cuspo antes de responder.

— Não tecnicamente, foram só algumas palavras. — enxaguo minha boca sem dar muita importância para o assunto.

— Por que você está fazendo pouco caso com isso?

— Porque não há motivos para fazer uma festa, Kate. — respondo o óbvio.

— Que tipo de palavras?

— Palavras como "Oh eu te acordei? Me desculpe. Acho que tem uma aspirina na gaveta" — faço careta e engrosso minha voz tentando imitá-lo enquanto falo.

— Estou falando sério boba. Que tipo de palavras? — Kate está rindo enquanto fala.

— Poxa, e eu também estou falando sério. — caminho em direção a minha cama. — Logo depois disso eu comecei a passar mal, desliguei e ai você chegou. — me ajusto para de baixo das cobertas novamente. — Por que todo esse interrogatório Kate?

Westminster Bridge | h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora