Seventh

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Louis finalmente desligou o computador depois que todo o trabalho estava feito. Seu pai ainda estava presente, sentado no sofá ao lado de uma estante e próximo a sua mesa.

- Seu aniversário de vinte anos está próximo, se sente pronto para assumir a empresa? - o alfa mais velho perguntou casualmente, não eram mais homens de negócios e sim apenas pai e filho.

Louis sempre o admirou desde pequeno, tinham uma boa relação e ele era um homem em quem tentava se espelhar.

- É para isso que tenho me preparado por todos esses anos, não?

- Certo. - ele riu pelo tom de brincadeira do filho. - Estava pensado em tirar umas férias assim que você tivesse tudo sob controle, sempre quis conhecer o México.

- Parece ser uma boa ideia, o senhor precisa relaxar.

- Não só eu como sua mãe, sinto que ela pode explodir a qualquer momento.

- Eu que o diga... - murmurou coçando a nuca, seu pai riu.

- Ela só está nervosa com todas as mudanças que vêm acontecendo. Seus vinte anos, minha aposentadoria, este ômega.

- Ela comentou algo sobre Harry?

- Apenas que não confia nele. Apesar do rosto adorável que ele tem, ela insiste que o pobre ômega é capaz de te esfaquear pelas costas.

- Mamãe me estressa tanto as vezes. Aquele ômega não mataria nem uma formiga, o senhor entenderia se tivesse o visto quando fui buscá-lo. Ele parecia tão frágil e chorou como se estivesse o levando para a morte, sentia medo até do som do meu suspiro.

- Pude ver uma amostra disso no quarto das meninas, o cheiro do nervosismo dele foi notável quando entrei.

- Gostaria que ele confiasse mais em mim.

- Não entendo porque precisa da confiança dele, o garoto é seu...

- Servo, eu sei... Dona Johannah tem repetido isso em cada conversa que temos. - tomou uma respiração mais funda, passando a mão pelos cabelos. - Só não queria que tivesse que ser assim.

Mark o avaliou por alguns segundos antes de voltar a falar.

- Sua mãe me contou sobre sua aversão a situação desde o início, se for de sua vontade, sabe que pode devolvê-lo.

- Aí que está a questão. De algum jeito sinto que Harry está melhor aqui, os pais dele agiram com tanto descaso, apenas se importaram com o dinheiro.

Seu pai ficou quieto, então continuou.

- Eu apenas queria que as coisas não fossem assim, não acho justo que ômegas não tenham poder de escolha em suas próprias vidas. Lottie e Fizzy podem ter um bom relacionamento com seus alfas, mas sei que elas gostariam de ter vivido um romance e realmente conhecer bem a pessoa com quem se casaram. Sei que elas sentiram tanto medo quanto Harry ao serem entregues para alguém que não conheciam. Só... Não é justo. Pelo menos para mim, não é.

Mark se levantou parando ao lado do filho e pondo uma mão em seu ombro.

- Infelizmente é assim que as coisas funcionam, filho. Mas não o julgo por pensar diferente, você tem esse direito.

O mais novo sorriu pelo tom reconfortante do outro.

As vezes parecia que sua mãe era uma alfa e seu pai um ômega.

- A única coisa que pode fazer, na verdade, é tratar esse ômega com respeito, já que se importa tanto.

- Obrigado. - estava realmente agradecido, um pouco de compreensão era muito bem vinda.

∆∆

Louis sorriu observando Harry interagir com os cozinheiros. Ele estava aparentemente os ajudando com o jantar.

Teve certeza que não era visto, ficando um pouco atrás da parede. Sentia que estava criando o hábito de vigiar o ômega.

O cacheado mexia nas panelas e picava algum legume conforme os outros empregados pediam. Eles sorriam para ele e elogiavam suas habilidades e truques.

Já fazia uma semana desde sua compra, e pouco a pouco todos se afeiçoavam ao doce ômega, que era sempre gentil e prestativo com todos. No dia anterior tinha escutado a conversa de duas empregadas que diziam sobre como a presença do cacheado era calmamente.

E concordava com elas. Pegava até mesmo a si próprio reparando nele mais do que o "normal".

Harry agia mais como um empregado comum do que como seu servo. Ele limpava e agora até mesmo cozinhava, não importa se a atividade envolvia Louis ou não.

Não estava incomodado com isso, na verdade. Gostava que ele não se sentisse preso a si e não se condicionava a estar.

Apenas queria que ele se sentisse o mais livre possível dentro da mansão.

Escutou a risada dócil de Harry e voltou a olhar de seu esconderijo. Ele tinha a ponta do nariz suja de algum molho, provavelmente arte de algum dos cozinheiros. Ele se limpou ainda entre risadas e Morgana, uma senhora que fazia as mais deliciosas comidas disse que já estava quase tudo pronto e que ele poderia ir, se quisesse.

O ômega falou mais algumas coisas que não entendeu e tirou o avental, para sair da cozinha.

Se afastou da porta, esperando o ômega sair para fingir estar apenas passando ali por acaso.

Harry pulou quando deu de cara consigo, não esperando o alfa naquele lado da casa.

- Hey! - exclamou meio sem jeito.

- Louis, não esperava vê-lo por aqui! - o ômega sorriu com as bochechas avermelhadas.

- Ah... Eu só vim... Eu ia... Perguntar para a Morgana! - acabou não fazendo sentido nenhum e o menor riu de seu embaraço.

- Perguntar... O quê? - levantou uma sobrancelha ainda sorrindo.

- Sobre... O jantar? - pareceu mais uma pergunta do que uma afirmação.

- Certo. - sorriu mais um pouco. - Precisa de algo mais?

- Não, eu vou... Falar com a Morgana, então. - apontou para a cozinha.

- Até mais, Louis. - o ômega passou por si, deixando seu perfume suave enquanto seguia seu caminho até seu quarto.

- Até...

Respirou o máximo que pôde o odor agradável antes de voltar para seu próprio quarto, tão distraído que não percebeu que o ômega via que ele não iria falar com Morgana coisa nenhuma.

Harry respirou fundo, obrigando seu coração a se acalmar. Depois riu do jeito bobo do alfa.

Louis com certeza não era como tinha imaginado que seria.

Louis apaixonadinho iti malia
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