Sixteenth

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Mais cedo eu postei esse cap errado, tava incompleto.
Finalmente tenho wi-fi!!!!

Dor encheu o peito de Harry, encarando o alfa loiro com descrença. Ele pareceu entender sua confusão quando uma risada curta e sem humor escapou de seus lábios.

- Os Tomlinsons venderam você para Anton Morris, ele organiza leilões para vender ômegas servos que não foram comprados por alfas ricos ou que foram rejeitados, que não querem mais...

- Rejeitados? - disse com um fio de voz, abaixando o olhar.

Era isso? Louis não o queria mais? Foi vendido como um objeto... De novo?

Pietro suspirou ficando de pé e indo até o menor, mas não tocou nele.

- Não sabia disso, não é?

O cacheado negou, virando o rosto para disfarçar os olhos marejados.

Ia fugir, tinha decidido isso, mas não esperava que aquelas pessoas que apesar de tudo eram tão gentis consigo, também desejavam que sumisse.

Era realmente apenas um ômega pobre, ridículo e agora nem um lar tinha mais. Nunca realmente teve um, e provavelmente nunca teria.

- Não é como se você fosse ser entregue nas mãos de algum carrasco, Morris ao menos tenta fazer questão de colocar apenas alfas de respeito na casa.

- Se nada de ruim vai acontecer comigo, por que aquele idiota me bateu? - ficou com raiva, apontando para o machucado em seu rosto. - E de que adianta você tentar me tranquilizar? Não é como se pudesse escolher o meu próprio futuro!

Pietro respirou fundo, não podia melhorar sua própria situação, quem dirá a de Harry.

- Logo alguém te traz comida, não somos animais e não vai passar fome ou...

- São sim, estão me prendendo aqui!

- Por que você ainda não entendeu que não pode fugir, se quiser posso te pôr em um quarto melhor, sem trancas, mas ainda não poderá sair.

Harry franziu o cenho, o olhando desconfiado.

- Não me olha assim, estou dizendo a verdade! Mas você tem que me prometer que não vai tentar fugir, vai me fazer entrar em contradição mas nós dois seríamos mortos.

O ômega ponderou por mais algum tempo.

- Nada de ruim vai acontecer comigo, certo?

- Eu juro. - ele ergueu a mão direita, usando a outra para fazer um "X" em seu peito.

- Eu não confio em você, mas não quero ficar preso aqui.

Pietro suspirou.

- Venha, vou te levar para um quarto mais confortável, pedir sua comida e fazer alguma coisa com esse machucado em seu rosto. - antes que se segurasse tocou o rosto do cacheado para ver melhor o hematoma, mas ele afastou sua mão com um tapa. Nem mesmo ardeu, mas considerou aquele aviso. - Ok, ok, desculpa.

∆∆

Louis fumou um maço inteiro de cigarro, em menos de três horas. Nunca tinha feito algo assim, sabia dos riscos de saúde que seu vício trazia, mas estava tão nervoso.

Também sentia impaciência, raiva e aquele aperto irritante em seu peito, que parecia querer que ele pulasse da sacada e andasse sem rumo o resto de sua vida.

Colocou a cabeça entre os braços apoiados na proteção da sacada, todas as sensações estavam o matando.

Queria saber onde Harry estava, se estava bem e se alguém estivesse com ele, o que estaria fazendo.

Não se perdoaria se algo ruim fosse feito ao ômega, ele não merecia nenhum tipo de maldade.

Devia ter cuidado melhor dele, prestado mais atenção. Mas como poderia? Tudo era bem mais fácil quando trabalhava em casa, mas agora tinha que reger a empresa da família e não queria decepcioná-los fazendo um mal trabalho.

Sua intenção não era decepcionar Harry também, mas pelo visto o fez já que ele estava pronto para fugir.

Se endireitou, saindo da sacada e em seguida de seu quarto. Desceu as escadas fazendo seu caminho até o quarto de Harry.

A porta estava aberta, e a mala que acharam agora estava posta sobre a cama do ômega.

Tudo ali cheirava como ele, e estranhamente a sensação em seu peito se acalmou.

O guarda roupa estava aberto também, dentro a roupa que suas irmãs tinham dado a ele era a única coisa que restou, junto da caixinha onde sabia que os brincos estavam.

Sorriu pequeno, Harry podia vender os brincos e as roupas uma vez que fugisse, mas era puro demais para pensar em algo assim.

Pegou uma camiseta de dentro da mala, a chegando perto de seu nariz. O ômega tinha um cheiro tão doce e suave, gostava de sentir toda vez que passava por ele.

— Louis?

O alfa se virou assustado, Mark o encarava com uma sobrancelha levantada.

— Pai, eu... - engoliu em seco, olhando para a camiseta em suas mãos e então para o outro alfa.

Ele riu, negando com a cabeça e se aproximou, se sentando na cama.

— Tudo bem, filho. Fazer isso te acalma? - perguntou chamando o outro para se sentar também. - Sentir o cheiro dele?

Louis suspirou, quase se jogando do lado do pai.

— Faz a sensação parar.

— Que sensação?

— O aperto no meu peito, como se tivesse algo me puxando mas eu não sei pra onde. - colocou a mão no local para mostrar onde. - Sinto isso desde ontem a noite.

Ele riu mais uma vez, colocando a mão na nuca.

— Sabe, as vezes é difícil aceitar que você não é mais só um filhote.

Louis não entendeu, mas sorriu sentindo seu pai bagunçar seu cabelo.

— Eu chequei as filmagens das câmeras do portão. - de repente Mark ficou tenso, se lembrando do porquê de estar ali.

— O quê? - o alfa mais novo franziu o cenho. Os olhos azuis de seu pai encararam os seus com seriedade.

— Harry não fugiu, ele foi levado por dois homens. - Louis fechou os olhos e ficou de pé. - Consegui pegar a placa do carro que o levou e meus amigos na polícia identificaram como o veículo que uma casa de leilões usa para recolher seus ômegas.

— Sequestraram ele! - rosnou.

— Essa é a parte mais confusa, Louis. Eles são devidamente registrados e não fazem atividades ilegais, os ômegas que levam são devidamente comprados e vendidos da maneira certa.

O mais novo estava sem palavras, que merda estava acontecendo?

— Eu não vendi o Harry!

— Também não é do feitio deles levar ômegas assim, na calada da noite, a menos que o vendedor peça. - Mark continuou.

Louis rosnou de novo, se segurando para não socar nenhuma parede. Estava irritado.

— Alguém aqui de casa fez isso com Harry, eu não queria que ele fosse vendido e ele é meu!

O mais velho assentiu, se levantando também.

— Eu sei disso, e também sei quem o fez.

— Quem?!

Seu pai hesitou, respirando fundo antes de dizer.

— Sua mãe.

Poor OmegaOnde histórias criam vida. Descubra agora