Fourteenth

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Finalmente conseguindo att, mas não sei quando sai o próximo
Obrigada pelos comentários, votos e o apoio <3

∆∆

O clima naquela grande casa estava tão... Estranho.

Pesado, na verdade, no ponto de vista de Louis.

Não falava com sua mãe desde a noite de seu aniversário, que foi a uma semana atrás. Ela ignorava completamente sua presença quando estavam no mesmo cômodo, e o alfa não sabia se isso era bom ou não.

Infelizmente Lottie e Fizzy já tinham voltado para suas próprias casas, e Phoebe e Daisy vivam em seu próprio mundinho cor de rosa, alheias a tensão.

Foi também a sua primeira semana indo para empresa, seu pai ainda estava lá para ajudá-lo, mas logo estaria oficialmente aposentado.

Soltou a fumaça de seu terceiro cigarro na última hora, se debruçando na sacada de seu quarto.

Sua atenção se prendeu em Harry, que ajudava outros empregados a tirar a decoração do salão de festas. Estava um pouco longe, mas conseguia focar no cacheado.

Ele olhou em sua direção, como se sentisse seu olhar, mas pôs um cacho atrás da orelha e se virou sem ao menos sorrir.

Xingou baixinho apagando o cigarro e  deixando no cinzeiro ao lado de seu cotovelo.

O ômega estava estranho consigo desde o dia da festa. Ficou muito agradecido por tê-lo ajudado, mas suas interações tinham diminuído consideravelmente.

Não conseguia mais olhar diretamente para os olhos verdes ou arrancar um daqueles sorrisos bonitos com covinhas nas bochechas que iluminavam seus dias. Ele também tinha voltado a chamá-lo de "Senhor", e isso incomodava Louis demais.

Estava estressado, cansado e nervoso.

A ameaça da última vez que falou com Johannah ainda rondava sua cabeça quando não estava atolado em trabalho.

"— O seu ômega? - ela debochou sem ao menos se encolher, olhando com nojo para a porta do quarto do cacheado. - Aguarde e verá, Louis William."

Disse que Harry era seu para duas pessoas diferentes no mesmo dia. O que tinha na cabeça para fazer isso? O ômega não parecia ao menos gostar de si agora. Pelo menos não mais.

A confiança que tinha conseguido fazê-lo ter em si e que construiu por semanas tinha ido por água abaixo em poucas horas.

Segurou um rosnado, voltando para seu quarto.

∆∆

O cacheado respirou fundo, fechando os olhos e contendo a vontade de olhar para Louis de novo.

Não podia, tinha que cortar os laços com todos. Ficaria mais fácil para ir embora.

— Harry? Está passando mal? - uma empregada perguntou.

— Não, Liz. - respondeu e sorriu pequeno. - Já acabou? Vou voltar lá para dentro.

— Já sim, as caixas mais pesadas ficaram aqui mesmo. - ela pareceu se lembrar de algo. - Ah, você se importaria de levar estas toalhas de mesa de volta para a dispensa?

— Eu levo.

Refez seu caminho até a mansão com as toalhas nos braços, então indo para a despensa.

Uma voz feminina o fez parar, vinha da sala e a conhecia bem. Discretamente olhou, encontrando Johannah falando ao telefone.

— Tem certeza que pode fazer isso ainda essa noite? - ela revirou os olhos parecendo apressada. - O dinheiro será depositado e sim, o meu filho concorda com isso.

Louis concorda... Com o quê?

— Só venham, ok? Terão seu dinheiro e não haverá risco algum.

Logo depois ela se despediu e desligou o celular. Harry foi rápido em voltar alguns passos no corredor, assim pareceu que tinha acabado de chegar quando ela saiu da sala.

O descaso no olhar dela em relação a si já era usual, por isso apenas abaixou a cabeça quando os olhos azuis o encararam e seguiu seu caminho para não criar desconfianças.

Aquela conversa de telefone não saiu de sua mente nem tão cedo.

O que Johannah estava aprontando?

∆∆

A água quente caindo por seus cabelos e corpo era relaxante. O ômega aproveitou mais alguns minutos de seu banho antes de desligar o chuveiro.

Espremeu os cachos para tirar o excesso d'água, os secando com uma toalha e depois secando o corpo. Se vestiu sem sair do quentinho causado pelo vapor dentro do banheiro. Como já ia dormir um short molinho e uma de suas várias - poucas - camisetas simples serviam.

Tinha decidido que amanhã seria seu último dia na mansão da família Tomlinson, e na próxima noite juntaria suas coisas e daria um jeito de fugir.

Tirou sua mala do guarda-roupa, decidindo recolocar suas roupas dentro dela para adiantar a fuga.

Quando teve certeza de que não esquecia nada puxou a mala até sua cama, escondendo abaixo da mesma.

Se sentou na cama um pouco ofegante, empurrando os cachos molhados para fora do rosto.

O barulho de sua porta abrindo o fez olhar na direção assustado, e pôde sentir o medo crescer por sua espinha  quando a forma de um homem completamente vestido de preto entrou por ela.

Ficou de pé rapidamente, arregalando os olhos.

— Quem é você?! Saia do meu quarto agora!

O grande homem ao menos respondeu, mas pôde sentir o cheiro de alfa dele. Ele começou a andar em sua direção e Harry se desesperou ainda mais.

— Socorro!

∆∆

Louis acordou em um solavanco.

Franziu o cenho se sentando na cama e olhou as horas em seu celular, faltavam dez minutos para dar uma da manhã.

Esfregou o rosto saindo da cama, decidiu tomar um copo d'água.

A casa estava escura e silenciosa, normal considerando o horário. Acendeu a luz da cozinha, pegando um copo e o enchendo.

Sentiu um vento frio bater em seu corpo, se arrependeu de não pegar uma blusa para cobrir seu tronco, mas gostava de dormir sem camisa.

A fonte do vento era a porta que ficava no cômodo para facilitar a transição dos cozinheiros entre a pequena horta e a cozinha, mas ela não devia estar escancarada tão tarde da noite.

Olhou do lado de fora para ter certeza que não tinha nenhum empregado do lado de fora, mas uma sensação ruim tomou seu corpo antes de trancar a porta.

Não sabia descrever o que era, mas era como se algo em seu peito o puxasse para o lado de fora.

Bufou antes de abrir a porta novamente, saindo mesmo que estivesse descalço. Tomou cuidado para atravessar a horta, dando a volta na mansão, "seguindo" a sensação.

Acabou parando nos grandes portões de saída para a estrada, os encontrando destrancados também.

— Senhor Tomlinson? - foi o guarda noturno que se aproximou, apontando sua lanterna para o chão para não machucar os olhos de seu patrão. - O que faz aqui neste horário?

— Nada, eu... - olhou na direção da estrada, era como se seu peito ordenasse que saísse caminhando sem rumo. - Estava só andando e achei isso destrancado.

— Ah sim, senhora Tomlinson mandou trancar mais tarde. - sorriu indo até o portão para realizar a tarefa.

— Por que ela faria isso? - murmurou para si mesmo, mas o guarda ouviu.

— Não sei, só sei que não é uma boa ideia contestar dona Johannah e eu não seria tolo o suficiente para isso. - ele riu, achando que a pergunta tinha sido para ele.

— Entendo...

Olhou uma última vez para o lado de fora da propriedade, voltando para casa.

Poor OmegaOnde histórias criam vida. Descubra agora