Voltando ao outro lado da cidade, Johnny caminhou durante duas horas até chegar à casa de sua irmã. O muro era alto demais para pular, e o portão metálico estava trancado com correntes; o cadeado, enferrujado, parecia quebradiço. Com um golpe rápido do facão, ele quebrou o cadeado e adentrou a casa.
Era uma residência de apenas dois andares, e ao entrar, tudo estava escuro e silencioso, sem um sinal de vida. Johnny, que havia gravado os endereços de seus irmãos e de seu pai na memória, tinha certeza de que estava no lugar certo. Subindo os degraus da escada lentamente, evitando fazer barulho, ele observou dois quartos e um banheiro.
No primeiro quarto, ele hesitou ao ver duas camas, cada uma ocupada por uma criança dormindo tranquilamente. Com um nó na garganta, saiu e fechou a porta, percebendo que tinha sobrinhos dos quais nem sabia. Sentindo um misto de raiva e tristeza, ele se dirigiu ao quarto de sua irmã.
Ao entrar, encontrou Julia dormindo. Com a mão no rosto dela para evitar que gritasse e o facão pressionado em sua barriga, ele a acordou.
— Se lembra de mim? — ele sussurrou, sua voz baixa, quase um eco.
Ela tentou gritar, mas a pressão do facão a fez hesitar. — Sou seu irmão Johnny. Não recorda? — A confusão e o medo refletiam nos olhos dela.
— Maninha, Julia Johnson... — ele murmurou, um sorriso sombrio no rosto. — Como eu senti falta de você. Será que seus filhos vão sentir também? — Com um movimento brusco, ele encravou o facão em seu estômago, penetrando profundamente. Julia começou a ficar ofegante, sangue escorrendo pela boca enquanto ele girava a lâmina e depois a retirava. Ela tentou gritar, mas não tinha forças.
Johnny saiu do quarto, fechando a porta atrás de si, como se nada tivesse acontecido. Ao passar pelo portão que havia quebrado, pegou as duas correntes de 1,5 m que haviam segurado o portão. Sem olhar para trás, ele se dirigiu à próxima casa, que ficava a apenas 15 minutos a pé.
A escuridão da madrugada começava a se espessar com a chuva fina que começava a cair. As ruas estavam desertas, e os poucos carros que passavam pela estrada eram sombras fugazes, incapazes de notar sua presença. Johnny caminhava em silêncio, como um fantasma, enquanto a chuva lavava os vestígios de sua última visita.
Ele sentia uma mistura de adrenalina e desespero, a necessidade de completar sua missão o impulsionando a seguir em frente. As casas ao redor pareciam indiferentes, testemunhas silenciosas da sua jornada sombria. E a cada passo, ele se aproximava mais do próximo alvo, o eco de seus atos ressoando em sua mente.
Chegou à casa da sua segunda irmã mais velha, Joanna Johnson. Ela morava sozinha, sem marido, e estava acordada na cozinha, abrindo a geladeira na escuridão. Foi nesse momento que Johnny apareceu, emergindo das sombras como uma presença aterrorizante. Num movimento rápido, ele a atacou, cortando seu pescoço com um único golpe preciso. Tudo aconteceu tão rápido que Joanna não teve tempo para gritar ou compreender o que estava acontecendo antes de sua vida se extinguir.
Após o ato brutal, Johnny se afastou, o coração pulsando de adrenalina, seguindo em direção à sua última irmã, Jennifer. Sabia que o relógio estava contra ele, e a urgência o impulsionava.
Enquanto isso, Lucas, determinado a encontrar uma pista sobre o paradeiro de Johnny, caminhava sem rumo pelas ruas desertas. Sem saber exatamente para onde ir, avistou a mesma casa onde Johnny havia entrado mais cedo. O portão metálico balançava, batendo ao sabor da ventania. Sem mais opções, ele se aproximou, sentindo um arrepio percorrer sua espinha.
Ao entrar, ele viu uma criança descendo a escada e, preocupado, perguntou:
— Quem é você? O que está fazendo na casa da minha mãe? — a criança o encarou, confusa.
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Noites Sombrias: Volume I
HorrorQue pode acontecer quando uma pessoa não tem família, amigos, infância, ou coisas boas na vida além de desprezo dos outros por ser ele mesmo? Nessa história vai contar sobre Johnny que cansado dessa vida, decide matar as pessoas que te fizeram mal...