Cap. 6: O Certo e Errado

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  Júnior despertou com um sobressalto, a luz forte do quarto ofuscando sua visão. Ele estava deitado em uma maca, os músculos paralisados pela dor e pela confusão. Ao seu redor, o ambiente era sombrio, com paredes frias e um ar pesado de desespero. A visão começou a se clarear, e ele logo reconheceu a figura de Alison, que estava inclinada sobre ele, um sorriso cruel se formando em seus lábios.

— Ah, você acordou! — ela exclamou, sua voz carregada de uma excitação sádica. — Estava começando a achar que você nunca mais voltaria. Mas não se preocupe, vou adorar cortar você, mas primeiro, quero fazer algo diferente.

Júnior sentiu um frio na espinha ao ver Alison pegar um rato, um pequeno ser aterrorizado que ela segurava com um sorriso malicioso. Antes que ele pudesse protestar, ela cuidadosamente colocou o rato sobre sua barriga e posicionou um balde pesado por cima dele.

— Agora, aqui está a parte divertida — disse Alison, com um brilho insano nos olhos. — Se o lugar ficar quente o suficiente, esse ratinho vai começar a cavar para fugir. Vamos ver o quanto você aguenta!

Ela se afastou, e Júnior ficou paralisado, a respiração acelerada, enquanto o rato se movia inquieto, buscando uma saída. A pressão do balde sobre seu corpo parecia aumentar a cada segundo. O calor começou a subir, e Júnior sentiu o roçar das pequenas patas do rato em sua pele, o som dos arranhões reverberando em sua mente. A dor era insuportável, gemidos de agonia escapavam de sua boca enquanto ele tentava, em vão, se contorcer.

Mas então, um som inesperado ecoou pelo quarto. A porta foi aberta com um estrondo, e Mikaelly entrou, seu olhar determinado. Sem hesitar, ela pegou um objeto pesado — um pedaço de metal que parecia ter sido arrancado de algum lugar — e, com um movimento rápido, acertou a cabeça de Alison. A mulher tombou para o lado, seu sorriso sádico se desvanecendo em um olhar de choque.

— Júnior! — Mikaelly gritou, correndo até ele e rapidamente desamarrando suas mãos. — Vamos!

Sem perder tempo, os dois começaram a correr, os corações disparados em um frenesi de adrenalina. No entanto, quando chegaram à porta, Kimberly surgiu de repente, como uma sombra que se materializava. Com um movimento ágil, ela encravou sua foice no maxilar de Mikaelly, um golpe fatal que fez o corpo da amiga cair no chão, sem vida.

Júnior ficou paralisado, o horror tomando conta dele. Ele não conseguiu acreditar no que acabara de testemunhar. O olhar de Kimberly era impassível, e a cena diante dele se desenrolava em um pesadelo que parecia não ter fim.

— Kimberly, não! — ele gritou, sua voz ecoando pela sala enquanto a realidade se desintegrava ao seu redor.

A foice brilhava em suas mãos, um símbolo da luta entre a vida e a morte que agora os cercava. Ele estava preso entre a necessidade de escapar e a dor de perder quem amava.

Júnior correu, o coração martelando no peito, em direção ao local onde as vozes ecoavam. Cada passo parecia uma eternidade, o medo e a confusão invadindo sua mente. Quando chegou, parou abruptamente ao ver um cenário que congelou seu sangue. As figuras que outrora foram amigos agora se tornaram sombras distorcidas, suas expressões cheias de raiva e dor.

Mas foi então que Kimberly surgiu, seus olhos brilhando com uma intensidade perturbadora. Ela tirou a máscara, revelando um rosto que Júnior conhecia, mas que agora parecia tão distante.

— Está sem saída, pai! — disse ela, sua voz carregada de uma frieza que fez Júnior estremecer.

— Filha, essa não é você! — ele implorou, a voz embargada. — Essas pessoas mexeram com você, tente se lembrar!

Kimberly hesitou por um momento, e então sorriu de forma sinistra.

— Está certo. Mas você humilhou Johnny Johnson, Júnior Hoffmann.

Noites Sombrias: Volume IOnde histórias criam vida. Descubra agora