O Lado oculto do Sol!

O lado oculto do Sol (Capítulo 4)

Estranha coincidência.

Capitulo 04

Ao chegar ao meu apartamento, coloquei meu DVD preferido do Bruno Mars para tocar, aumentei um pouco mais o volume e corri para o banheiro, clamando por um maravilhoso e relaxante banho.

Sentia-me em paz e estranhamente ansiosa por essa noite, com uma vitalidade incrível depois de uma tarde inteira na praia com minhas amigas, que a propósito não demorariam muito a chegar aqui.

Enxaguei o xampu de Blue Berry que eu tanto adorava e que deixava um perfume incrível nos meus cabelos e enquanto abria a ampola de hidratação da mesma linha, escolhia mentalmente a roupa que usaria essa noite.

Estava motivada a caprichar um pouco mais no visual, queria parecer linda e sex como a muito tempo não me sentia.

Bom havia ganhado uma blusinha frente única preta linda e toda em paetês, presente de natal da minha tia Julia que a propósito deve estar furiosa por eu ainda não ter retornado sua ligação.

Lembranças do seu sorriso meigo e confortante me despertaram uma imensa saudade.

Mesmo nos falando praticamente todos os dias por telefone, ainda assim parecia não ser o suficiente. Nós sempre fomos muito ligadas uma a outra e por isso foi muito difícil para ela me deixar morar sozinha no Rio depois do meu irmão decidir mudar definitivamente para a Austrália por causa de seu trabalho de exportador de Bauxitas, o mesmo de nossa falecida mãe que ele agora assumira na empresa de seu pai, após minha tia passar no concurso público para delegada federal em São Paulo.

Não queria mais pensar em minha família no momento, pois estava começando a me sentir melancólica.

Voltei à escolha da roupa que usaria essa noite, evitando qualquer pensamento que pudesse me entristecer, precisava me livrar desse estado ermo, tenho que me sentir viva e não com a infeliz sensação de que posso morrer a qualquer momento.

Todos irão morrer um dia e se for chegado a hora não há o que fazer, nem onde se esconder.

Precisava relaxar e deixar as más impressões para trás, um pesadelo não necessariamente poderia ser um presságio. No meu caso as energias e pensamentos negativos, eram referentes àquela falsa ilusão de tragédia eminente desencadeada por aquela cigana.

Certamente isso fora o grande causador de todas essas estranhas sensações.

Decidida a deixar de fantasiar com toda essa histeria coletiva que eu permiti influenciar minha vida, passei a toalha em torno dos cabelos como um turbante e vesti meu roupão de algodão.

Enquanto selecionava algumas peças em potencial, lembrei-me do short que eu comprara a poucos dias em um dos eventos do Assim e Assado bufe, o lançamento de coleção de uma dessas grifes famosas.

Esse tom de jeans claro meio manchado e desfiado, realmente ficaria ótimo com a blusinha. Imaginei ainda de calcinhas dentro do closet, enquanto separava as duas peças das demais selecionadas.

Tinha um bom pressentimento com relação a essa noite, me sentia inspirada, até realmente motivada a caprichar um pouco mais no visual.

Tentava negar o fato de que essa enérgica euforia estivesse ligada a Luan a todo custo, porém infelizmente não conseguia bloquear seu rosto perfeito dos meus pensamentos, muito menos deixar de fantasiar com seus lábios sobre os meus.

A imagem que passara a me atormentar desde essa noite, surgia constantemente em minha cabeça me torturando.

Tinha que esquecer nosso beijo, pois aquele cara estava bem longe de ser o príncipe encantado de alguém ou mesmo o mocinho de um romance. Lembrei-me do seu olhar altivo e estremeci. Ele era realmente assustador até mesmo ameaçador, mas ainda assim sua força bruta e o poder que ele emanava mesmo que sombrio e devastador me atraiam absurdamente em vez de me repelir como realmente deveria ser.