Thirsty

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A última aula foi uma das mais demoradas do ano. Senhorita Edith falou tanto que nem ouviu o sino soar e infelizmente tivemos mais quarenta minutos de francês. Enquanto ela proferia palavras estranhas com um sotaque totalmente estranho, minha cabeça pensava em mil e uma coisas para por no jogo de adedonha do próximo dia. Talvez eu estivesse bem animada, animada demais se me permite dizer, mas apenas pelo fato de que no dia seguinte, provavelmente Tzuyu fosse jogar conosco, afinal ela não faltaria o resto do mês, certo? Com isso eu poderia apresentá-la para as meninas.

Finalmente Edith olhou pela janela e percebeu que todos os alunos de outras salas já saiam e quando olhou em seu relógio, espantou-se com o horário e abriu um pequeno sorriso amarelo.

-- On se voit au prochain cours. -disse com o nariz arrebitado, postura totalmente ereta e olhar cortante, fazendo todos os alunos que antes estavam inquietos pela demora da professora, engolirem o seco e levantarem hesitantes.

Joguei tudo dentro da mochila, sem nem ao menos fechar o caderno. Eu precisava passar na casa de Tzuyu e voltar para a minha antes de anoitecer, caso contrário eu estaria totalmente ferrada e teria que escutar umas poucas e boas da minha queridíssima omma.

Levantei da cadeira com minha bolsa nas costas e fui até a porta de saída, sentindo olhar fulminante de Momo em mim. Aquela garota me causava arrepios. Enquanto tentava disfarçar meu desconforto com aquilo, Dahyun tentava acalmar a mais velha que mesmo conversando, não tirava o olhar de mim.

Quando finalmente consegui sair da sala, em meio á toda aquela multidão que tanto me trazia falta de ar, me deparei com Chaeyoung e Jungyeon que conversavam com um breve sorrisinho nos lábios. Provavelmente eram colegas de classe. Deduzi pois saiam da mesma sala e conversavam abertamente sobre algo que eu não estava muito interessada. Pensei em acenar, mas não o fiz, sabia que se cumprimentassem-nas, ficaria um bom tempo conversando e não teria como ir na casa de Tzuyu.

Segui adiante com um sorriso bobo nos lábios.


⋆⋆⋆


Dei três batidinhas na porta da casa de Tzuyu, já que a campainha aparentava estar com defeito. O canteiro de flores do jardim estava ainda mais belo do que da minha última visita e o gramado estava mais verdinho, parecia que alguém havia devolvido a vida que ali faltava e isso me deixava contente, não apenas com o fato do jardim estar deslumbrantemente "vivo" mas com o fato de que minha saeng estava com disposição para propiciar aquilo.

Finalmente a porta foi aberta. Não consegui ver muito bem pois foi tudo muito rápido, a porta foi aberta e logo alguém me puxou para um abraço. Seu perfume não conseguia disfarçá-la, nem muito menos seu coração que palpitava com tanta rapidez que fazia minha bochechas tomarem uma coloração avermelhada.

Retribui o abraço, sentindo as batidas do meu coração sincronizando com as dela.

-- Como foi a aula hoje, unnie? -Tzuyu perguntou sem desfazer o abraço, deixando a porta aberta fazendo com que eu a fechasse com o pé.

-- Foi legal, mas seria melhor se você estivesse lá. -disse simplista.

-- Perdão, ocorreu um imprevisto.

Seu sorriso fraco formado em seus lábios deixava bem claro sua preocupação e exaustão, sem contar que seus membros se contrariam assim que apertei levemente seus braços no simples abraço. Meus dedos foram trilhando um caminho para sua pele cálida que tanto me fascinava e acariciaram sua tez macia e branquinha.

-- Aconteceu algo? - perguntei fitando suas orbes inquietas que pairava vezes na pequena cômoda de madeira ao nosso lado, feita para por nossos sapatos e seus pés.

Sua resposta foi silenciosa. Ela apenas negou com a cabeça enquanto seu olhar permanecia no chão.

-- Tzuyu...

-- Halmeoni não lembra de mim, unnie! Ela lembra da omma, appa, até da minha prima mais nova, porém... -sua frase foi levemente interrompida por um soluço brando que parecia estar preso a horas, juntamente com as lágrimas mansas que escorriam pelos seus olhos inchados. -- ela esqueceu tudo sobre mim.

A abracei mais uma vez, sentindo todo o seu corpo se retrair um pouco. Já havia feito algumas pesquisas sobre Alzheimer antes de pensar em visitar Tzuyu e sabia que para ela seria ainda mais doloroso de aceitar, pois a doença fazia com que as coisas e pessoas mais importantes fossem esquecidas primeiro.

A mais nova fungou o nariz, secou suas próprias lágrimas com as palmas das suas mãos e desfez o abraço, olhando para mim com um simples sorriso nos lábios, sorriso este que tanto me confortava, que tanto me trazia segurança, afirmando que mesmo em meio a toda essa bagunça, ela ainda estava ali, de pé, firme e forte.

Ficamos um bom tempo apenas observando uma a outra, o que não foi lá tão ruim, apenas constrangedor. Pude perceber o quão forte Tzuyu estava sendo e quanto aquilo mexia com o seu psicológico.

Coloquei minha mochila perto dos sapatos, bem na entrada, sentamos no sofá depois de tanto nos olharmos e para não deixar o silêncio constrangedor dominar, resolvi falar qualquer coisa que vinha em minha mente.

-- Vocês plantaram todas aquelas flores hoje? -perguntei inocentemente enquanto apontava para a pequena janela da sala que mostrava apenas um pouco das flores do jardim.

-- Sim... Halmeoni nos fez plantar pois ela ama flores. -a garota falou, deixando escapar uma melodiosa risadinha. -- é como se ela voltasse a ser uma criança.

Sorri com o seu comentário e assenti com a cabeça.

-- E onde ela está agora?

-- Ela e minha omma foram comprar algumas sementes de girassol e mais fermento para bolos. Mas dessa vez quem está ensinando a fazer bolos sou eu.

-- 'Tá, e quantos já queimou?

-- Isso não vem ao caso, ok? Eu sei todas as receitas, só falta o tempo do forno colaborar comigo. -respondeu deixando um bico se formar em seus lábios.

Olhei para a sua boca rosada. Aquela cena toda estava tão clichê, que mal faria apenas entrar na minha personagem?

Tzuyu percebendo que meu corpo se aproximava, apenas fitou meus olhos que tanto suplicavam pelo seu contato e me puxou pela cintura, fazendo nossos corpos se chocarem um com o outro. Umedeci meus lábios de forma inocente enquanto um sorriso ladino se formava nos da minha dongsaeng.

Ambas estávamos sedentas pelo contato uma da outra.

Sem pressa, guiei minhas mãos até sua tez macia e com o polegar, acariciei suas bochechas rubras que tanto me faziam suspirar. Seus dedos dedilhavam cada parte da minha cintura e foi quanto seus toques foram descendo que tomei iniciativa. Beijei-a calmamente sentindo sua respiração contra a minha, em um ato dessincronizado e totalmente sedento.

Minhas mãos foram rapidamente de encontro a sua nuca, enquanto os toques da garota em minha cintura me fazia suspirar, clamando por mais contato.

Eu estava louca?

Seus toques foram descendo à minha cintura enquanto a temperatura entre nós subia. Aquele lugar nunca fora tão quente quanto estava ficando naquele momento.

Tzuyu, parecendo ler meus pensamentos insanos e loucos por contato físico da mesma, puxou-me finalmente para o seu colo, onde meu corpo em menos de segundos se encaixou confortavelmente. Aquilo parecia tão errado, porém tão certo. Algo que ambas queríamos, mesmo sabendo que ocasionaria na enorme culpa psicológica mais tarde. 

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Melhor final de capítulo, sim ou claro? KKKKNÃOMEMATEM!! AMO VOCÊS.

Bom galera, vou deixar vocês com esse final porque eu planejo fazer o próximo capítulo só com o hot e eu sei que tem muita gente que não gosta muito, então, para não ficar uma coisa chata, a próxima atualização terá apenas o HOT!!! Quem não gosta apenas pula o cap 17, okay? TT

bjinhos da tia Ray ~

Warm Me 》Satzu. Onde histórias criam vida. Descubra agora