Procurei por todos os cantos da escola, mas nada de Sana. Com a ideia de que esta já tivesse ido para casa, peguei minha mochila que estava esquecida na sala de aula e fui andando cabisbaixa para a saída, afinal, estava triste. Ela havia me esquecido de fato e aquilo machucava ainda mais meu coração. Comecei então a imaginar a hipótese de que ela poderia ter enjoado de mim e só de pensar, meu coração doeu.
— Tzuyu? — a voz calma de Sana chamou-me atenção. Esta estava sentada no pequeno banco de pedra que ficava no gramado da escola, logo antes da saída. Ela me olhava de forma preocupada. — Onde você estava?
— Eu estava te procurando. — falei me aproximando da mais velha.
— Não agora. Onde esteve durante as aulas? Eu fiquei tão preocupada! — ditou sem me dar tempo para respondê-la, pois já me encontrava presa em um abraço caloroso. O melhor abraço do mundo, que acalmava-me a alma e aquecia meu coração.
— Desculpa unnie, eu… fui conversar com a Jihyo, acabamos passando muito tempo conversando e, ela me abriu os olhos. Eu fui estúpida por sair daquele jeito da sala, me desculpa.
A mais velha apenas negou com a cabeça.
— ‘Tá tudo bem Tzu, eu que fui estúpida. Deveria ter te dado mais atenção, afinal, já fazia muito tempo que você não ía para a escola, eu deveria… deveria ser mais prestativa.
Durante um bom tempo ficamos apenas pedindo desculpas uma para a outra, não que me incomodasse, na verdade eu adoraria pedir perdão várias vezes para ela, talvez assim não me sentisse tão dominada pela culpa, porém, estava começando a ficar tarde demais e eu sabia que precisávamos ir para casa. Começamos a caminhar calmamente pelas ruas. Estranhamente não havia ninguém fora de casa e isso dava liberdade para que segurasse-mos apenas na mão uma da outra sem sentir que os olhares de julgamento estivessem sobre nós duas.
Conversamos muito durante o trajeto para casa. Eu sentia sua mão quentinha aquecer a minha involuntariamente enquanto minhas bochechas permaneciam sempre em um tom avermelhado, como se a qualquer momento eu pudesse me transformar em um tomate.
— Quer que eu deixe você em casa? —perguntei em um tom calmo enquanto balançava suavemente nossas mãos no ar, deixando meu semblante de boba apaixonada exposto. Qualquer um que passasse por mim naquele momento poderia perceber o quanto eu amava a garota ao meu lado.
— Na verdade, não vou para casa hoje. —respondeu. Seu tom saiu levemente triste de seus lábios enquanto olhava para os seus próprios cadarços brancos.
— Aconteceu alguma coisa?
— Crises da minha mãe. —dissera com um sorriso fraco nos lábios. — Será que a sua mãe me deixaria passar essa noite com você?
Engoli em seco aquelas palavras. Sana dormindo na mesma casa? Sobre o mesmo teto? Talvez no mesmo quarto pois o de hóspedes estava ocupado pela minha mãe.
Tratei de mostrar o meu mais belo sorriso.
— Claro que sim! Só tenta desviar das perguntas pessoais que ela faz, ok?
Ela riu baixo e assentiu com a cabeça.
⋆⋆⋆
Ao chegarmos em casa, omma foi bem receptiva, assim como Halmeoni que batia palmas, feliz por finalmente ter alguma visita mesmo que não lembrasse o nome desta ou o que ela era sua. Insistia em chamá-la de neta.
Depois de algum tempo, quando já estávamos limpas e arrumadas para uma boa noite de sono, omma decidiu que ela e Halmeoni iriam preparar o jantar, mesmo que a mais velha nem soubesse ao menos como se pegar em uma faca. Segundo ela, queria que a visita se sentisse confortável e pensasse que ela sabia fazer uma boa refeição, que, mais tarde descobrimos que era pura enganação.
Acabamos pedindo pizza quando sentimos o cheiro de queimado na cozinha.
Nossa diversão da noite fora resumida em comer pizza e assistir à série Full House que por sinal, era minha favorita. Após dois episódios, omma já bocejava e halmeoni também mas felizmente, eu e Sana permanecemos muito bem acordadas. As duas foram para a cama depois do quarto episódio, deixando eu e Sana no sofá. Nós duas dividimos um só cobertor, já que as duas adormecidas haviam levado os outros.
Sana encostou sua cabeça em meu ombro assim que halmeoni e omma saíram do nosso campo de visão. Eu conseguia sentir o aroma de morango vindo de suas madeixas.
Era de se esperar que não ficaríamos apenas daquele jeito, logo em minutos, Sana direcionou seu olhar para mim, tirando toda a minha concentração do filme. Seus olhos castanhos escuro clamavam por atenção e seus lábios, vermelhos como sangue me puxavam cada vez mais. Não sabia em que momento exato eu havia sido hipnotizada por aquela beleza angelical, nem o minuto exato ao qual começamos a nos beijar, cheias de desejos adolescentes.
O corpo frágil da mais velha se inclinou sobre o meu, suas mãos, pousavam sobre minhas pernas dobradas inocentemente em uma "borboletinha" enquanto nossos seios ficavam cada vez mais próximos.
O contato das nossas bocas e línguas traziam a sensação de que eu estava cada vez mais completa. O som do beijo finalizado me deixava cada vez mais sedenta por um ósculo mais intenso, mas eu sabia que era perigoso fazer aquilo naquele momento, afinal, minha família dormia a alguns passos dali.
Findamos o beijo após alguns minutos. Ambas boquiabertas, buscando pelo ar que nos faltava. De longe se podia perceber o sorriso ladino que ela deixava nos lábios.
— U-Unnie. —me aproximei um pouco mais da japonesa, guiando minha destra para a sua tez avermelhada. Meus dedos acariciavam seu rosto de forma calma enquanto meu coração permanecia acelerado.
Ela sorriu. Ela simplesmente sorriu com seus dentinhos brilhantes enquanto suas mãos pairavam em meu peito, provavelmente para sentir se meu coração estava mesmo em estado crítico, e estava.
— Tzuyu, você… me ama? —a pergunta foi direta, acertando com toda a força em meu peito, sem dor nem piedade. Ela mordeu o próprio lábio avermelhado enquanto deixava o olhar cair para suas pernas. — Porque eu te amo. Eu te amo, Tzu.
— Unnie, eu… eu te amo, amo muito. —falei parecendo uma boba, mas não tinha culpa, era o efeito que a mais velha tinha sobre mim.
Iniciamos outro beijo, esquecendo completamente da série que passava na televisão e das outras pessoas na casa.
⋆⋆⋆
— A noite de vocês foi divertida? — minha mãe perguntou, fazendo com que as bochechas da japonesa ficassem cada vez mais avermelhadas.
Talvez tivéssemos feito bastante barulho para irmos ao quarto, porém, não era nossa culpa, era difícil locomover-se para outro cômodo-no caso o meu quarto- enquanto tentava não por fim em um beijo apaixonado
— Ah, sim, foi… bastante divertido. —ditei tentando evitar o olhar da minha mãe.
Sana crispou os lábios enquanto um sorriso neutro se formava neste, eu sabia muito bem o que se passava naquela cabecinha.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Warm Me 》Satzu.
FanfictionOnde Chou Tzuyu esquece seu casaco todos os dias, apenas para ganhar um abraço caloroso de Minatozaki Sana. "Quem irá dizer que não existe razão nas coisas feitas pelo coração?" Plágio é crime!!! 👺🌷 © Sowlli ~ 29/10/2018 ~ 18/07/2021. Editando ♡ 2...