I really, really like you.

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Tzuyu pov's again*°·

Naquele momento o ambiente estava menos denso. Sana passava seus dedos por minhas madeixas oleosas que há um bom tempo não viam um frasco de shampoo, mas pelo visto não a incomodava, já que continuava com a carícia enquanto minha cabeça permanecia em seu colo. Ela maneou seus toques calorosos desde a raiz do meu couro cabeludo até minha tez que aparentemente estava úmida pelas lágrimas de mais cedo.

Ter Sana alí comigo era bom, eu me sentia mais uma vez completa e sem dever explicações a ninguém, afinal, uma das únicas pessoas a qual eu deveria explicações era para a minha unnie.

Fiquei um bom tempo olhando para o teto, sem fechar ou ao menos descansar um pouco meus olhos, eles estavam mais acordados do que nunca, mesmo com a insistência falha de Sana para que eu dormisse, eu não me sentia nem um pouco apta para o sono.

Fazia exatamente um mês que eu estava naquele estado. Nas primeiras semanas cuidei de halmeoni como pude, mas foi na terceira semana que ela deu uma enorme recaída e de uma em uma hora, a mulher de cabelos grisalhos me perguntava o que eu fazia ali ou qual era o meu nome e isso me deixava inquieta. Com o coração apertado, decidi levá-la na clínica mais próxima e, foi naquele momento que me arrependi amargamente da minha decisão. Fomos atendidas por uma mulher de estatura mediana, bochechas rubras, pele clara, cabelo curto como de Jungyeon e um sorriso impecavelmente deslumbrante, quase como uma propaganda da colgate a olho nú. Seu nome era Seon Mi. Ela fazia perguntas bem elaboradas à minha avó como se já a conhecesse há tempos, enquanto esta respondia retoricamente e, quando tentava responder a mesma pergunta de minutos atrás, se atrapalhava e respondia algo totalmente diferente.

-- Quantos anos você tem mesmo, Chou Tzu-Yu? —Seon Mi perguntou enquanto arrumava o óculos no rosto e colocava uma mecha de cabelo atrás da orelha.

-- Tenho… 16. —falei dando uma pausa para me certificar de que aquela era mesmo minha idade. Minha cabeça já estava tão transtornada que nem lembrava mais o dia do meu nascimento ou até mesmo o ano.

-- Bem, creio e que já sabe o que sua avó tem, certo?—perguntou mais uma vez porém, me fitando com certa estranheza. Apenas assenti com a cabeça, na esperança de que a mulher apenas me passasse os medicamentos necessários e nos liberasse, mas não foi bem assim, notei em seu olhar de pena que meus planos eram efêmeros. -- Você não tem idade suficiente para cuidar de uma mulher com Alzheimer, senhorita Tzuyu. Não sei se você sabe, mas só podemos liberar um paciente se este estiver acompanhado por alguém maior de idade, ou seja, de vinte anos.

Minha respiração vacilou. Enquanto Seon Mi falava e falava, eu só conseguia olhar para a minha avó, me sentindo a pior neta do mundo. Sabia que era para ter continuado em casa, mesmo com as perguntas repetitivas da mais velha.

Naquela tarde voltei para casa sozinha, sentindo que parte de mim estava faltando. halmeoni estava internada já que eu ainda não era de maior e a clínica já era responsabilizada por ela há um bom tempo. Ela fazia terapia naquele lugar e nunca havia me dito ou de fato esquecera do lugar. Não pude fazer nada quando a levaram de mim, tinha um contrato de responsabilidade com eles e, comigo, apenas palavras. Fiquei um bom tempo me corroendo por dentro enquanto tentava contatar appa ou omma que como sempre mantinham seus celulares ocupados com outras ligações. Eu me sentia péssima e só com aqueles pensamentos, meus olhos marejaram, fazendo Sana me olhar com certa preocupação. Suas carícias não cessaram, pelo contrário, continuaram dessa vez sendo ainda mais delicado.

Warm Me 》Satzu. Onde histórias criam vida. Descubra agora