I met this guy...

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Uma semana se passou desde o ocorrido na sala comum. Eliott não ia a escola desde então, e Chloe agia como se nada tivesse acontecido.

[flashback]

— Amor espera, por favor! — Lucas correu pelo pátio atrás da namorada, que andava o mais rápido possível. Seria mentira dizer que os alunos presentes no momento do beijo não sairam da sala para ver o que aconteceria.

Todos, menos Eliott

— Lucas você é gay e está me usando para esconder isso? — Gritou se virando para ele, e suas palavras chamaram a atenção de algumas pessoas que passavam por ali. — Se for isso fala logo! Eu não mereço essa humilhação!

— Chloe eu não sou gay! Eliott foi desafiado a beijar quem ele achava bonito, e fui escolhido, não foi minha culpa! —

— Mas você podia ter falado que entendia, mas não queria, podia ter dado um beijo no rosto, QUALQUER COISA! Mas optou por me trair na frente dos meus amigos. — Falava entre lágrimas.

Lucas sabia que podia ter feito qualquer uma dessas coisas, ele simplesmente não quis. Algo em Eliott o atraia cada vez mais, e naquela hora ele precisava de sentir a boca do outro contra a sua, ele necessitava saber se ao beijá-lo, todas suas dúvidas iriam desaparecer, ou algo iria invadir seu peito o deixando ainda mais confuso.

E bom, ele não sabia responder as suas próprias perguntas.

— Aquilo não significou nada para mim Chloe. Foi só um beijo, é você quem eu amo. — Se aproximou da garota, e não percebeu que Eliott passava ao seu lado no exato momento que ele soltou sua frase.

[flashback off]

Desde então Chloe e Lucas estavam bem, como se nunca tivessem tido uma briga antes. Mas saber que ele poderia ter machucado os sentimentos de Eliott o deixava péssimo.

Ele se importava com o mais velho mesmo sem entender o motivo. Cada dia que passava ele tinha a necessidade de estar junto de Eliott, o protegendo das palavras duras de Chloe, fazendo companhia em sua ida a escola. Lucas finalmente começava a entender o que sentia em relação a ele, e isso o assustava.

Tudo antes de Eliott era normal e calmo, sua vida estava começando a entrar nos trilhos, seu namoro voltava a ser como antes, seus três amigos pareciam o grupo perfeito, ou seja, tudo estava bem. Então ele chegou, e com ele trouxe novas dúvidas e sensações para Lucas. Seu namoro parecia cada vez mais entediado e seus amigos já não o entendiam mais. Se ele quisesse ter alguém para conversar ou jogar alguma durante a tarde, Eliott era quem ele procurava. Eliott parecia ser as soluções de seus problemas.

— Oi gente. — Lucas se aproximou de Louis, que conversava com Beatrice enquanto a loira arrumava seu material.

— Lucas? O que quer? — A garota se levantou indo em sua direção.

Ela estava irritada com o rapaz, ele havia magoado seu melhor amigo para tentar salvar um relacionamento que já não tinha mais futuro. E mesmo que tivesse, ele não tinha o direito de falar tais coisas.

— Eu quero falar com o Eliott, mas ele sumiu. Nem minhas mensagens responde mais. —

— Claro, você praticamente só confirmou o que sua namoradinha disse e ainda quer que ele fique correndo atrás de você? Vai nessa. — Louis disse em um tom não muito amigável e isso deixou Lucas confuso.

— O que? Como assim? —

— Lucas pelo amor de Deus, o Eliott gosta de você, ele é capaz de tudo por ti garoto! E o que você faz? Fala que o beijo que ele te deu não significou nada! — Beatrice falou gesticulando rapidamente e irritada, pensando como que alguém poderia ser tão lento ao ponto de ver que uma pessoa enfrenta seus medos e possíveis julgamentos apenas para assumir seus sentimentos a alguém.

Ok que no momento todos ali poderiam pensar que era apenas um beijo, e pessoas beijam umas as outras o tempo todo, conhecidos ou não, é um ato normal. Mas na cabeça de Eliott era muito mais que aquilo.

— E-eu não sabia...—

— É claro que você não sabia né Lucas? Você nunca sabe de nada, você sempre é o perdido da história. — Louis estava irritado assim como a garota ao seu lado. Eles tinham esse direito, afinal, Lucas magoou o melhor amigo deles e estava por algum lugar de Paris sem dar notícias para ninguém.

— Vocês podem me dar o endereço dele? Eu vou tentar consertar as coisas. —

— Se você piorar tudo eu juro que eu te caço e te sirvo de jantar para meus cachorros! — Apesar de estar tão irritada, Beatrice fez o que lhe foi pedido por querer ver seu amigo bem de novo, e se era o tapado do Lallemant que o deixava feliz, que assim seja.

Lucas começava a pensar que ninguém além dele e Eliott podiam dar opiniões nisso tudo. Apenas eles sabiam como e o que sentiam em relação ao outro, apenas eles sabiam como um fazia bem ao outro. Apenas eles podiam resolver isso.

[...]

Quando chegou na residência dos Demaury, havia uma mulher retirando sacolas do mercado de dentro do carro, e um homem a ajudando, imaginou que fosse os pais de Eliott.

Se aproximou com um pequeno sorriso, para que eles não levassem um susto achando que seriam assaltados. — Olá?

— Oi, o que deseja? — A mulher o olhou e ela aparentava estar triste, apesar do sorriso no rosto.

— Eu sou amigo do Eliott..Ele não responde ninguém então pensei em fazer uma visita. — Falou tentando não demonstrar nervosismo e o semblante da mais velha pareceu se iluminar.

— Eliott está trancado no quarto tem dias, nós batemos na porta, deixamos comida, mas nada o faz sair. Cheguei a achar que algo podia ter acontecido lá dentro, mas ouvi barulho de agua caindo do chuveiro ontem a noite, então sei que pelo menos vivo ele está. — Abriu a porta da casa e fez um sinal com a cabeça para que Lucas entrasse no local. — Você pode tentar falar com ele, mas não garanto que ele irá o atender.

— É melhor tentar agora do que me arrepender mais tarde. — Sorriu.

Sra. Demaury explicou como chegar ao quarto do filho, e Lucas agradeceu antes de subir as escadas e seguir o caminho que lhe fora explicado.
Ao chegar na porta do quarto, ele parou e respirou fundo algumas vezes pensando se deveria ou não bater, se era ou não um bom momento, se Eliott iria ou não gostar de sua presença ali.

Como sempre, centenas de perguntas rodeando sua cabeça e nenhuma resposta.

Bateu três vezes e esperou alguns segundos. — Eliott..sou eu Lucas.

Silêncio.

— Nós precisamos conversar. — E mais uma vez nenhuma resposta veio do outro lado da porta, nenhum ruído, nenhum sinal de que Eliott sequer estava o escutando. — Por favor...

— Achei que eu não significasse nada para você Lallemant. — Não soube identificar se a voz de Eliott estava realmente mais rouca e baixa demais, ou se estava apenas longe da porta.

— Eu não quis dizer aquilo. Você sabe. —

— Eu sei? Lucas tudo que eu sei aqui são dos meus sentimentos, sobre você eu não sei nada. — Deu ênfase nos dois primeiros "eu" da frase e finalizou com um tom mais baixo, mostrando como era triste dizer aquilo.

Lucas não respondeu nada, não sabia ao certo o que dizer. Mas depois de alguns minutos em completo silêncio, Eliott decidiu abrir a porta e encarar o menor.

Depois de dias, Lucas sabia que tudo que ele precisava era ver o rosto daquele que tanto tem mexido sua cabeça nas últimas semanas. Por mais que ele estivesse usando roupas amassadas, seu cabelo estivesse em uma completa bagunça e seus olhos mostravam extrema tristeza. Ele sabia que precisava vê-lo mais uma vez para ter certeza do que iria falar.

— Você não sabe nada sobre mim? — Perguntou andando lentamente para dentro do quarto do mais velho, e se aproximando dele.

— Foi o que eu disse.

— Não precisa saber muito. Eu sou Lucas Lallemant, tenho 16 anos, e estou apaixonado por um cara que entrou na minha, deixou tudo uma bagunça, e agora eu não me vejo sem ele. — Falou o encarando diretamente nos olhos.

Eliott não conseguiu esconder seu sorriso ao ouvir as palavras saírem da boca do menor.

Então sem pensar duas vezes, ele o puxou para um beijo e fechou a porta do quarto com um chute. 

my soulmate. • elu (em edição)Onde histórias criam vida. Descubra agora