Capítulo 1

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POV Ana

- EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ VAI FAZER ISSO! VOCÊ TEM NOÇÃO DE QUE VAI ACABAR COM A MINHA VIDA? – Grito alto sem me preocupar se os vizinhos vão ou não me ouvir.

- Filha, não é bem assim... – Carla tenta argumentar mais a corto imediatamente.

- NÃO? E O QUE É MÃE? PRECISO QUE ME EXPLIQUE! – Digo passando minhas mãos exasperadamente pelo meu rosto. – VOCÊ VAI ME JOGAR NA CASA DELE, NA CASA DO HOMEM QUE NUNCA SE IMPORTOU COMIGO. 

- ACALME-SE ANASTÁCIA! – Ela ordena enquanto grita e eu respiro fundo para conter meus ânimos. – O Ray sempre quis ser presente na sua vida, mas você o afastou todas as vezes que ele tentou fazer isso. 

- Claro, quem sou eu quando comparada ao filho perfeito que ele tem? Sempre que ele entra em contato é pra falar sobre alguma coisa que Christian conseguiu. – Digo revirando os olhos.

- Você terá o ano todo para resolver suas indiferenças com o seu pai e para conhecer o seu meio irmão. – Minha mãe volta a falar com a sua calma de sempre.

- ELE NÃO É O MEU MEIO IRMÃO! – Grito com muita raiva.

- Ei mocinha, eu já falei para baixar a bola e não irei repetir novamente. – Ela diz pondo suas mãos na cintura. 

- Por favor, mãe, não vai. – Imploro de joelhos. – Se você me ama tanto quanto diz fica aqui comigo! Olha... eu tenho certeza que você arruma um emprego rapidinho. – Argumento.

- Eu amo você, Anastácia. – Ela diz estendendo a mão para me ajudar a levantar. – Mas, dediquei dezessete anos da minha vida a você, e acredite faria tudo novamente, porém preciso fazer algo por mim e você vai ter que aceitar isto. – Diz enfática. – O seu pai te ama e ao contrário do que pensa ele se importa muito com você e ficou bastante animado em te ter com ele em sua casa durante esse tempo que estarei fora, já está na hora de você deixar essa birra infantil de lado e tentar se entender com ele e com a nova família que ele constituiu. – Diz enquanto segura firme o meu rosto me fazendo encará-la nos olhos.

- Se ele se importasse tanto comigo e me amasse como você diz ele estaria aqui mãe, ele teria lutado por você, ele teria lutado por nós duas. – Digo tentando não chorar.

- Filha... nós já conversamos e você sabe que eu e o seu pai nos amamos muito, mas éramos jovens, cheios de sonhos e inexperientes, fomos felizes juntos e tivemos você que é a nossa razão de viver, mas um dia...

- Perceberam que o que sentiam um pelo outro era algo fraternal e resolveram se separar. – Completo por ela. – Como você transa com um cara e depois o considera um irmão, mãe? – Pergunto. – Eu sinceramente não consigo entender.

- Eu nunca disse que deixei de sentir atração por ele, eu só quero que você entenda que o para sempre é muito tempo e para um casal conseguir isso é necessário algo mais e nós dois não tínhamos isso. – Minha mãe diz e eu resolvo enfim aceitar toda essa baboseira que ela insiste em dizer.

- Ta bom, mãe. – Digo me afastando dela e olhando ao redor da minha luxuosa e confortável casa. – E que se iniciem os piores dias da minha vida.

🌊🌊🌊


- Oi filha. – Raymond diz se aproximando de mim no aeroporto. – Espero que tenha feito uma boa viagem. – Fala no que eu ignoro. – Ei mocinha, eu estou falando com você. – Ele diz segurando meus ombros e me virando.

- É eu sei que está. – Respondo nem um pouco a fim de ter um diálogo com ele.

- Eu sei que você não queria estar aqui, mas está, então, eu exijo que pelo menos você me trate decentemente. – Fala e posso ver um traço de tristeza em seus olhos. – Infelizmente a única filha que tenho não me vê como um pai e não gosta de mim como eu gostaria, mas isso não anula o fato do meu sangue correr em suas veias e de eu ser sim o seu genitor. 

I Saw The Love In Your EyesOnde histórias criam vida. Descubra agora