Capítulo 18

2.3K 241 15
                                    

POV Ana

- Você faz parecer tão fácil, mas é tão difícil. - Lamento mais uma vez.

Estou na minha primeira aula de surfe com Christian. Os primeiros quarenta e cinco minutos passei na praia aprendendo como remar corretamente e como me manter de pé numa prancha, mas até agora só consegui alguns tombos.

- Aprenda a andar antes de correr Ana. - Christian diz remando sua prancha em minha direção.

- Eu estou engatinhando Christian! - Bufo indignada.

- Vamos com calma, Gatinha. - Diz alisando minha perna. - Você aprende rápido. - Fala e posso sentir o duplo sentido nas suas palavras.

- Você é um safado! - Acuso enquanto ele me olha daquele jeito cafajeste.

- E você gosta. - Diz entrelaçando nossas mãos. - Tem planos para mais tarde? - Pergunta todo fofo.

- Por acaso você está me convidando para sair? - Pergunto não contendo o riso.

- Por acaso estou sim. - Diz me olhando intensamente.

- Não daríamos muita bandeira? Já estamos o dia todo juntos... - Começo a falar, porém sou interrompida por ele.

- Eu pensei em um piquenique na frente de casa, nós dois juntinhos olhando o pôr do sol... Para os outros eu estarei apenas te acompanhando em seu ritual diário, mas apenas nós dois sabemos que é mais do que isso.

- Você é um fofo quando quer, sabia? - Digo com sinceridade. - Nem parece aquele estrupício mirim. - Completo no que ele ri.

- Eu cresci e mudei, Ana. - Fala levando minha mão aos lábios.

- Percebi...

🌊🌊🌊

- O que acontece com essas garotas, hein? Elas poderiam disfarçar melhor o interesse delas em você. - Digo olhando para um grupo de meninas sentadas mais a frente de nós. Estamos esperando o pôr do sol acontecer, e o que pensei que seria um momento romântico está sendo um teste de autocontrole.

- É só um rostinho bonito, baby. - Christian provoca dando batidas de leve em suas bochechas.

- Você adora isso, não é mesmo? A atenção e todo o assédio... Sempre deve ter sido fácil para você conquistar qualquer garota. - Ralho irritada.

- Não a que eu quero. - Diz com seu olhar penetrante e eu me arrepio inteira.

- O que você vê em mim, Christian? - Pergunto exasperada. - Nunca nos demos bem, sempre te tratei mal, te ignorei, fui esnobe por diversas vezes e sempre que podia te menosprezava, mas mesmo assim, você diz essas coisas, faz e fala coisas que somente alguém que gosta de verdade faria ou falaria... a não ser que tudo isso seja vingança... - Jogo pra ele tudo o que vem me afligindo há alguns dias e noto seu olhar terno para mim. - Eu realmente gosto de você e confesso aqui e agora que esses dias serão dolorosos de esquecer, então você já pode se considerar vingado, se isso entre nós dois realmente for só vingança ou alguma aposta idiota.

- Ana, eu nunca quis te magoar propositalmente. - Ele começa a dizer enquanto pega minhas mãos com as suas. - Tivemos um começo turbuloso, difícil, explosivo, mas isso não significa que toda nossa convivência tenha que ser da mesma forma. - Ele fala soltando minhas mãos e passando a segurar meu rosto com firmeza. - Minha vontade é entrar em casa e contar ao Raymond que eu sou completamente louco pela filha dele, que o temperamento difícil e explosivo dela me fazem me sentir vivo e trazem dinâmica para o meu dia a dia, dizer que a resiliência e a força dela em buscar o que ela deseja me faz ver que ela é a mulher ideal para estar ao meu lado, que o fato de coisas nas quais não valorizamos, como assistir maravilhada o pôr do sol todos os dias me dá certeza de que para ela tudo é muito maior do que o dinheiro que move este país e o mundo... - Ele solta o meu rosto e eu já posso sentir a ausência do seu toque. - Eu vejo você, Ana, eu vejo você como eu nunca vi antes. Eu te amo!

Te amo

Cinco letras.

Duas palavras.

Um turbilhão de significados.

- Christian... - Digo não contendo as lágrimas que caem dos meus olhos. - Eu... Eu...

- Shiiiu... Não chora! - Ele diz me puxando para seus braços. - O sol já está começando a se pôr.

- Quando minha mãe falava sobre ela e o meu pai, eu tinha muita vontade de viver a mesma coisa, sabe? - Digo levantando a cabeça um pouco para olhar para ele. - Acho que vivo um pouco disso, mas... Eu tô com medo, Christian. Estou com muito medo. - Confesso.

- Não precisa ter medo, pois vou onde você for, Ana. - Declara com convicção. - A única pessoa que pode separa nós dois é você, porque eu nunca mais vou te soltar dos meus braços. - Diz me apertando e nos fazendo sorrir.

- Uma promessa Christian! - Digo me soltando do seu aperto. - Prometa que  nunca vamos nos separar, que vamos lutar contra todas as adversidades e se um dia o que nós sentimos de algum modo esfriar...

- Prometo que nunca vamos nos separar e que lutaremos juntos contra todas as adversidades. Se caso um dia o que nós sentimos esfrie te prometo aquecer novamente com o meu corpo e o meu amor. - Ele diz estendendo o dedo mindinho.

- Eu juro o mesmo. - Digo estendendo o meu mindinho e selando o nosso acordo.

- Sabem o que dizem? - Ele pergunta.

- O que? - Pergunto de volta

- Que promessa de mindinho nunca pode ser quebrada. - Responde.

- Pode ter certeza de que essa não vai.

Não vai mesmo.

~•~

Onw que fofinhos 🙈😍

Um capitulinho pequenininho para aquecer o coração de vocês nessa quinta-feira fria, não sei onde vocês moram, mas em Pernambuco tá bem friozinho meeeeesmo...

Espero que tenham gostado! Nos lemos em breve ❤️

I Saw The Love In Your EyesOnde histórias criam vida. Descubra agora