Capítulo 17

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POV Ana

- Você está se sentindo melhor? - Pergunto assim que vejo Christian na mesa da cozinha lendo alguns livros. 

- Estou sim, obrigado por perguntar. - Ele responde olhando para os lados e em seguida me puxa para um beijo rápido. - Fiquei sabendo que cuidou de mim...

- Sim, fiquei preocupada em ver você delirando de febre. - Digo e posso sentir a agonia que tive quando presenciei a cena. - Sua mãe molhou um algodão com álcool e pôs em baixo dos seus braços e por entre seus dedos do pé e milagrosamente sua febre e delírio cessaram.

- Eu engoli muita água e bati meu tornozelo. - Diz levantando a perna para que eu possa ver o inchaço. - Tá bem inflamado, por isto a febre e o delírio. - Explica.

- Você precisa cuidar bem disso, caso contrário não terá como competir na próxima semana. - Digo o óbvio.

- Em três dias estarei melhor e de volta aos treinos. - Fala como se já tivesse passado por situação semelhante. - Estou fazendo compressa de gelo e repousando o pé, mas dizem que carinho ajuda a passar mais rápido. - Diz manhoso.

- Mais tarde... - Lanço as palavras no ar.

- Eu vou cobrar. - Fala safado.

- O que você está estudando? - Pergunto tentando ver a capa do livro que ele está lendo.

- Química. Sou péssimo! - Diz fazendo uma careta.

- Eu pensei que fosse um garoto de exatas. - Falo me sentando na cadeira ao seu lado.

- Eu sou, mas essa química aqui não tem números. - Diz aborrecido. - É só um monte de figuras, traços e letras... Eu fico louco tentando entender. - Fala me fazendo sorrir.

- Eu não acredito que você tem dúvida em química orgânica. - Digo sem conter o riso. - É muito simples Christian.

- Para você, Ana nêutron. - Provoca.

- Eu vou ajudar você, garoto prodígio. - Falo presunçosamente.

- Prometo te recompensar bem. - Sussurra próximo ao meu ouvido.

- Christian... - Advirto e na mesma hora Grace entra pela porta da cozinha. Pela roupa que está usando percebo que estava cuidando das suas rosas no jardim da parte de trás da casa.

- Bom dia, Ana! - Diz com o seu entusiasmo de sempre.

- Bom dia, Grace! - Retribuo da mesma forma.

- Dormiu bem querida? - Pergunta retirando as luvas das mãos.

- Só depois que Christian parou de roncar. -   Digo fazendo ela sorrir e Christian se irritar.

- Eu não ronco! - Protesta.

- Ronca sim. - Grace e eu dissemos simultaneamente. 

- Mais até o seu ronco é lindo, meu filho. - Ela completa se dirigindo até a geladeira e tirando alguns alimentos de lá. 

- Filhinho da mamãe. - Brinco.

- Com muito orgulho! - Ele responde batendo no peito.

- Assim que se fala meu bebê. - Grace diz rindo.

- Pô mãe, bebê é demais, não acha? 

- Não. - Grace responde dando de ombros. - Vocês sempre serão nossos bebês, não importa o quão crescidos estejam. Ana a sua mãe ligou para você, mas não conseguiu falar, então ela telefonou para o seu pai e pediu para que você retornasse a chamada dela.

- Eu falei com ela. - Digo sorrindo. - Para falar a verdade foi ela quem me acordou. Reclamou horrores, disse que Raymond estava me pondo em maus costumes por eu estar dormindo até tarde, mas ai eu lembrei a ela do fuso horário e ela pediu mil desculpas. - Falo fazendo Christian e Grace sorrir. - Minha mãe é muito doida.

- Eu a admiro bastante e não estou falando isto por está na sua frente, mas por ela ser uma daquelas mulheres que inspiram, sabe? Empoderada, dona de si, vejo que você é bem parecida com ela. - Fala começando a cortar alguns legumes.

- De fato eu sou. - Digo sorrindo ao lembrar do quanto nós duas nos parecemos e do quanto isto nos causou problemas ao longo do meu crescimento. - Segundo ela meu senso de responsabilidade e a forma que me porto perante os outros herdei dela, mas a maneira de pensar e agir em grande parte das situações são idênticas as do Raymond. Minha mãe ficava louca comigo quando discordávamos de alguma coisa, porque ela sabia que eu não mudaria de opinião, e hoje eu vejo muito disso no Raymond, principalmente agora que tenho mais contato com ele. Nossa razão é aflorada pela percepção que temos de tudo, nós somos muito sensitivos... é difícil de explicar.

- A gente entende você. - Christian diz sorrindo. - Antes de sabermos que você viria morar conosco, o Ray teve um pressentimento e depois um sonho ou foi o inverso, não importa, o que importa é que ele pressentiu. - Completa. - Quando você quebrou o pulso no ano passado ele foi para Nova York no meio da noite procurar você sem ao menos saber que tinha acontecido algo. É bizarro, mas ele sempre prevê, como um guru. - Fala fazendo Grace e eu sorrimos. - Ontem ele disse assim "Christian, você está muito confiante o que eu digo a você sobre isso? Cuidado com a prepotência, garoto!" e na onda seguinte eu levei o maior caldo da minha vida. Ele sempre sabe. - Finaliza dando de ombros.

- No caso de ontem mocinho - Grace diz apontando a faca em direção ao filho. - Foi a experiência de Raymond falando. Ele me disse que o senhor estava se achando muito. - Diz em tom repreenssivo. - Nós já conversamos sobre isso Christian, você sabe que não vai muito longe agindo dessa maneira. 

- Eu sei mãe, mas eu estava indo tão bem, poxa, é pecado eu ficar feliz com o meu desempenho? Fazia tempo que eu não mandava bem e me divertia ao mesmo tempo. - Christian diz se justificando.

- Não é problema algum você se orgulhar disto, mas é errado você deixar o efeito todo poderoso tomar conta de você, não se vai muito longe sem humildade, filho, você sabe disso. - Finalizou.

- Eu sei... Desculpa! - Pede um pouco triste.

- Agora vamos cuidar direitinho desse seu pé para não infeccionar e não te trazer mais problemas como ontem a noite. - Ela diz indo até o freezer e pegando gelo. - Consegue mexê-lo direitinho? - Pergunta enquanto retira as pedras de gelo.

- Consigo, mas sinto incomodar um pouco. - Christian responde após uma careta de dor.

- Vamos te deixar de molho um pouco e depois aplicarei aquela pomada milagrosa. - Grace fala carinhosamente. - Ana, um café ou um achocolatado te ajudaria a segurar a fome até a hora do almoço? - Pergunta me olhando.

- Um achocolatado com certeza me ajudaria. - Respondo unindo minhas mãos uma na outra.

- Saindo um achocolatado. - Grace fala.

- E eu mãe? - Christian pergunta todo manhoso e eu me seguro para não enchê-lo de beijos.

- Saindo dois achocolatados no capricho. - Grace fala para a nossa alegria.

- Vai querer ou não ajuda? - Pergunto feliz como há muito tempo não me sentia.

- Só se for agora! - Christian fala me mostrando a página do livro na qual estava lendo antes de eu chegar. - É cada nome louco, vê só metano, propanoico, heptona... 

E assim, de forma descontraída passamos as próximas horas estudando, conversando, rindo e agindo como uma verdadeira família...

Feliz!



~•~



Um capitulinho fofo do jeito que amamos.

Não sei vocês, mas eu bem que queria ser enfermeira particular do Grey 🙈

Espero que tenham gostado. Nos lemos em breve 🤗❤️

I Saw The Love In Your EyesOnde histórias criam vida. Descubra agora