01 - Desejos Proíbidos

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01 - Desejos Proibidos

        O ano mal havia começado na escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, e os professores já estavam enchendo todos os alunos com deveres e trabalhos. Talvez estivessem preocupados com os N.O.M.s desde o começo ou  faziam aquilo por adorar ver os alunos sofrerem um pouco. E por falar em sofrimento, uma das que estavam em maior sofrimento quanto a isso era Gina Weasley que agora se encontrava sentada à horas na biblioteca. Hermione sempre a olhava de forma reprovadora nessas horas, e dizia como se fosse uma mãe, 'eu sempre digo a vocês que não deixem nada para última hora, mas vocês não me escutam.' De certa forma ela tinha razão, eram raras às vezes em que Gina fazia tudo com antecedência, sempre ficava para os últimos dias, mas também parecia que Snape não queria colaborar, aplicava deveres enormes e complicados.


        E de novo lá estava ela, mirando o pergaminho em branco a sua frente. Fazia uma redação detalhada de como se fazer uma poção do sono e isso não era algo que lhe agradava, mas se chegasse com o pergaminho em branco, Snape com certeza seria mais desagradável ainda. Mas as idéias não vinham a sua cabeça, era como se tudo tivesse sumido, tudo o que havia prestado atenção em aula. Poções não era muito o forte dela, talvez seja culpa do professor também. Harry até ofereceu ajuda, mas sabia que ele só atrapalharia. Não que ele fosse chato ou algo do tipo, pelo contrario era perfeito, e já fazia três meses que namoravam, estavam ótimos, obrigada. Ah sim estavam namorando. Finalmente depois de anos gostando do menino que sobreviveu ele finalmente tinha percebido que ela era uma garota e não só a irmã mais nova de seu melhor amigo. O importante é que estavam felizes. Mas voltando a redação, ela estava a mais ou menos meia hora encarando o pedaço de papel, a biblioteca no mais absoluto silêncio, e qualquer garota normal de 16 anos estaria aproveitando o tempo livre para andar pelos jardins e namorar, mas como nunca havia sido uma garota normal, ela estava ali, enfiada no meio de livros velhos e empoeirados em pleno SÁBADO, aquele dia não parecia ser dos melhores, queria pelo menos conseguir fazer aquela redação, mas quem disse que a concentração vinha?

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        E lá estava ele, da forma mais prepotente possível e com o jeito mais intrigante. Caminhando pelos corredores escuros e gelados do castelo a procura de seus guardas costas, queria encontra-los e nem sabia exatamente por onde começar. Tudo o levou indiscutivelmente a biblioteca. Mas o que de fato Crabbie e Goyle estariam fazendo ali? Estava sendo um grande idiota entrando naquele lugar e realmente só percebeu isso ao olhar pela terceira estante onde não havia ninguém. Passava agora por entre as mesas, naquele momento acharia que todos os ali presentes eram desclassificáveis, e enfim, inúteis tantos Corvinais perdendo seus dias devorando livros, era ridículo. Logo apenas um ponto avermelhado se destacava entre o mar de pontos azuis.
A ruiva, mais nova dos Weasley's. Garotinha louca estudando em pleno sábado? E o que seria de um Malfoy se ele não aproveitasse uma oportunidade de mexer com um Weasley, mas não era qualquer Weasley era a única mulher entre todos eles e gostava disso.

– Ora, ora, o que temos aqui, está se juntando ao nerds, Weasley? - dizia com aquele ar imponente e superior que tanto gostava.

        O que faltava para o seu dia piorar? Claro o Malfoy zombando de sua cara, o que não era muita novidade já que encher os Weasley's parecia o passatempo preferido dele. Ergueu os olhos do pergaminho ainda em branco e encarou os olhos azuis meio acinzentados tão frios que parecia que se olhasse muito para eles sentiria até calafrios. Irônico e idiota como sempre. Sorriu de forma cínica procurando uma resposta a altura.

– Não Malfoy, eu venho na biblioteca de sábado porque eu não tenho nada melhor pra fazer sabe? E estou olhando pro pergaminho em branco tentando fazer ele levitar com o poder da mente. - terminou de falar voltando seus olhos pro papel ignorando ele totalmente.

– Como se levita alguma coisa quando não se tem cérebro Weasley? Por isso que o pergaminho até agora não se moveu! - disse ele rindo levemente e de forma divertida.

        Ao menos pra ele aquilo era muito divertido. Não tinha reparado antes mas ela ficava levemente encantadora quando ficava brava, mas só levemente, afinal era uma Weasley, aqueles seres bem repugnantes que deviam limpar os pés de um Elfo doméstico. Para Draco era isso que os Weasley deviam fazer, afinal estavam na base de uma cadeia de poderes onde o topo estava predestinado apenas e somente aos Malfoy, é claro.

– Você fala isso por experiência própria não é? - disse ela sem olha-lo pegando um livro de poções que estava ao seu lado e o abrindo em qualquer página, queria apenas não prestar atenção nele e nem naqueles olhos que pareciam um mar de escuridão. - A propósito, você é quase tão engraçado como uma doninha... - fez cara de pensativa e então deu um sorriso ainda mais cínico. - Oh, será alguma seqüela de quando te transformaram em uma?

– Não eu só estou tentando imitar a sua ignorância, Weasley!

        Draco apenas arqueou a sombrancelha dizendo como um tiro simples, prático e certeiro, uma estudiosa daquelas nunca ia aceitar ser chamada de ignorante. Claro, que estava esperando um escândalo, mas se também não acontecesse não iria ligar, o fato de deixa-la irritada apenas o animava e o quanto mais ela o odiasse mais atenção chamaria naquele local e vê-la perder a calma e quem sabe perder alguns pontos para a Grifinória lhe causaria um certo prazer inconfundível.

        Ok. Ele queria provoca-la, fazer ela gritar com ele no meio da biblioteca. Rony podia ser mais estourado que ela e partir pra cima dele, mas ela não. Era tão pacifica e calma que sabia muito bem se comportar na frente de um idiota daquele e uma coisa sua mãe sempre lhe ensinou é que quanto mais você mostra que se importa, mais a pessoa vai continuar. E de certa forma aquilo era verdade. Tudo bem que duvidava um pouco que aquilo funcionasse com Malfoys mas não custava tentar né? E também porque ele tinha que arquear aquela maldita sombrancelha? Ele ficava tão... tão terrivelmente sexy quando fazia aquilo. Por Merlim que tipo de pensamento é esse sobre um Malfoy?

– Seus ataques não me afetam Malfoy, se você e seus amiguinho puxa-sacos gostam ou acham um passatempo divertido implicar comigo e com a minha família, eu creio que vocês poderiam gastar o tempo de vocês tentando achar um cérebro para cada um.

– Não Weasley, no momento estamos sendo caridosos e procurando um pra toda sua família de perdedores, e quem sabe eu ainda não esteja de bom humor e ao dar o cérebro a vocês, eu não dê junto um galeão, imaginou vocês terão 7 galeões, com seu pai e sua mãe completam 9, nunca tiveram tanto dinheiro na vida, não é verdade?? - Draco soltou um riso daqueles bem irônicos e falsos como se estivesse mesmo impressionado com tanto dinheiro que ganhariam.

        Gina respirou fundo, TINHA que respirar. Afinal qual era a daquele garoto? Tudo bem que sabia que seus irmãos e Harry sempre o zoavam quando o viam, ou faziam alguma coisa para irrita-lo, mas ela nem sequer lembrava-se daquele trasgo, porque ele tinha que irritar justo a ela?

– E quem foi que o papai comensal roubou dessa vez para você conseguir esse dinheiro Malfoy?

Perguntou ela tirando seus olhos do livro e o fitando. Tá ele realmente poderia ficar bravo agora, tinha ouvido falar que um Malfoy não gostava nada quando uma pessoa falava de outro Malfoy, mais quem se importava, ele merecia afinal!

– Ou foi o precioso Lord que deu por bom comportamento ao cachorrinho Malfoy pai? – continuou ela com todo veneno que conseguia.

– A claro, quem sabe não tenha sido o Lord mesmo? - dizia ficando pessoal, agora os dois estavam se alterando, afinal quem era aquela garotinha? A cabeça cor de maça falando de um Malfoy? Jamais. - Pelo menos o meu pai tem a capacidade de estar em um bom cargo no ministério enquanto o seu nem pra isso serve! E se não fosse o meu pai ter saído dele, você e seus irmão não estariam nem vestindo uma roupa, mas acho que você gosta de vestir a roupa de seu irmão Ronald, não? É um ótimo pijama pra você usar!

– Olha aqui garoto. - disse ela erguendo o corpo da cadeira e o encarando. - Pelo menos o meu pai não precisa subornar ninguém no Ministério para conseguir algum cargo. Quando ele conseguir uma promoção vai ser por esforço próprio e pela capacidade dele.

        Ela respirava alteradamente e depois de o encarar ainda mais alguns segundos, voltou a sentar-se fechando os livros e enrolando o pergaminho com um toque da varinha. Logo suas coisas estavam arrumadas e juntas. 

– Não vou perder meu tempo com você, ok? Já estragou ainda mais o meu dia.

– Você se estraga sozinha! - disse ele de forma rápida e direta - Aliais você nasceu estragada, filha de estrago, estrago também é! - cruzava os braços abrindo o sorriso todo superior dele erguia até o queixo como se demonstrasse isso em sua superioridade.

        Ele conseguiu. Conseguiu tira-la do sério. Falar dela tudo bem, ela até suportava e entendia, agora ofender os seus pais era demais. Ela levantou-se tão rápido que não deu tempo nem dele pensar, apontou a varinha para ele onde ficava seu coração o que fez ele encostar em uma das prateleiras, pois estava desprevenido.

– Eu não vou permitir que fale dos meus pais seu filhote de comensal nojento. - como todo Weasley suas orelhas estavam vermelhas e queimando, sempre quando ficava com raiva isso acontecia. - Lave essa boca imunda pra falar deles, eles são muito melhores do que a sua família ridícula e porca. - terminou como se cuspisse as palavras com toda a raiva que sentia.

        Draco bateu na prateleira olhando a varinha ela apontada no coração dele, como se realmente aquela ruiva cheia de sardas fosse conseguir fazer alguma coisa contra ele, ainda mais dentro da biblioteca da escola, nem se ela quisesse e nem se ela pudesse o que ele não acreditava muito porque gente como ela no mínimo devia saber fazer apenas um feitiço de levitação.

– E o que você vai fazer Weasley? Matar-me? - dizia de forma irônica.- Me mata Weasley, anda me mata que eu quero ver!

        Segurou o pulso dela e a empurrou contra a prateleira e ela pode sentir as costas baterem com tudo na mesma, era a vez dela de estar contra a prateleira, Draco prendia a mão de Gina que segurava a varinha no topo de sua cabeça ainda pressionada no armário. Era tão fácil para ele desarmar uma garota, e sem mágica ainda, nada que pegá-las de jeito não resolvesse, e cá entre nós... pegar de jeito é o que Draco Malfoy mais sabe fazer, ele até poderia viver disso. Imaginem, 5 galeões a cada garota que ele desse um 'jeitinho'?

– Sabe porque eu gosto tanto de te irritar Gina? – ele comentava rindo ainda de forma vitoriosa, levou a boca até o ouvido dela sussurrando lentamente e de forma bem arrastada - Porque você fica sexy assim. - passou então a ponta da língua em volta da orelha dela seguido de um riso.

        Que ódio sentia daquele garoto, ódio mesmo! Como podia ser tão idiota e nojento? E se não estava ouvindo demais ele tinha lhe chamado de Gina. GINA! Como se fosse íntimo dela. O que definitivamente ele não era, qualquer um poderia lhe chamar assim, até um trasgo, mas não o MALFOY!

– Malfoy se não me soltar agora, ai sim eu vou te matar e vou ter um enorme prazer em fazer isso.

– Ah vai me matar? Eu pagaria pra ver essa Weasley! - dizia ele rindo ainda da cara dela. - Continue assim e serei obrigado a te beijar! - riu novamente segurando o pulso dela, puxando o outro e colocando-os sobre a cabeça dela também. - Vamos ver, porque não grita, e então eu jogo um feitiço pra sua voz sumir?

– Não se atreva Malfoy. - disse com o olhar como se quisesse fuzila-lo e mata-lo. 

        Tortura-lo até a morte não seria nada mal também, faria um bem pra humanidade porque ai seria menos um verme poluindo a terra. Menos um Malfoy futuro comensal que iria matar pessoas inocentes e destruir coisas apenas por diversão, coisas típicas de pessoas sem um pingo de amor próprio, que era o caso dele. Ela tentou puxar as mãos das dele que a prendiam fortemente.

– Se não me soltar vou ser obrigada a chuta-lo em um lugar que você realmente não vai gostar.

– O que vai querer um feitiço que também mutile suas pernas? - dizia rindo, abrindo aquele sorriso dele.

        Em seguida Draco se colocou entre as pernas dela, fazendo ela afastar as próprias, ficando ainda mais baixa que ele e logo assim não podia chuta-lo. Ótimo Ginevra, você realmente foi muito burra agora, tinha que avisa-lo que iria chuta-lo se ele não te soltar? Agora que ele vai segurar mesmo, apenas para ver sua cara de idiota inconformada e zombar mais ainda de você, ESPERTA!

– Obrigado por me avisar seus atos tão previsíveis Weasley! Vamos ver, onde foi que eu parei? A sim, no beijo! - disse ele tocando os lábios dela rapidamente sem mais A nem B, passando a beija-la.

        Não podia acreditar, aquele desgraçado estava lhe beijando. Sabem o que é isso? Claro que não sabem porque não é todos os dias e nem nada normal um Malfoy beijando uma Weasley na biblioteca da escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Escola de bruxaria, claro que é muito menos normal, vocês que estão lendo são trouxas afinal, nem imaginam que isso existe. Ok, vamos voltar para o beijo. O que estava realmente importando era que ele estava lhe beijando e de um jeito nada legal de se ver. Imaginem uma menina com as mãos presas, e com um loiro entre suas pernas. Sim! Entre suas pernas a impedindo de chuta-lo com toda a raiva que sentia. Tudo bem, o beijo dele era até que bom, nada comparado ao jeito carinhoso e calmo de Harry. Era sôfrego e de tirar o fôlego, e completamente viciante. Por Merlim, Virginia o que está acontecendo com você? Empurre ele anda! Ela até empurraria, SE NÃO ESTIVESSE COM AS MÃOS PRESAS! Então faça alguma coisa menina!
Sim, ela ia fazer e fez. A única coisa que pode fazer foi lhe dar uma mordida nada amigável na boca o que fez com que ele se afastasse e até pudesse sentir um gosto diferente na boca, que era seu sangue.

        Malfoy se deliciou com a boca dela, com cada detalhe da boca de uma Weasley, que lhe dissera todas as piores palavras de antes. Porem como todo bom homem que ele era sentiu prazer naquele beijo quente e necessitado que ela correspondeu. Sim acreditem ela correspondeu, por aqueles segundos, que foram sugados pelos seguintes doloridos, que garota estranha, que tipo de beijo selvagem era aquele que arrancava sangue?
Ela havia conseguido se soltar dele devido à mordida que o fez se distrair e com toda a vontade do mundo deu um tapa nele. Seu rosto queimava, tinha sido um tapa de arrancar suspiro e emudecer tudo, estava até com os olhos arregalados e a boca semi-aberta.

– Ora sua...- começou ele, mas ela o interrompeu sem se importar.

– Você é nojento Malfoy! – disse com raiva daquele idiota.


        Então ele não conseguiu conter o riso. E daí que ali permaneceriam os dedos dela, ao menos uns dois dias, tinha achado mesmo graça, estava entrando em um desafio que o levaria a perfeição suprema, tocar a Weasley por completa.
E acreditem, ela tinha vontade de pular no pescoço daquele maldito, ah se tinha e era para machucar muito. Pegou suas coisas em cima da mesa e estava quase saindo de perto dele quando o ouviu rir. Ele riu! Simplesmente riu, como se fosse um retardado e realmente era, porque que espécie de pessoa tem quase o lábio arrancado e em seguida leva um tapa, começa a rir depois? Só o idiota do Malfoy mesmo.

– Está rindo do que seu doente?

– Estou rindo de você sua louca troglodita, não sabia que gostava de coisas selvagens, eu vou me lembrar disso! Aliais, vou adorar me lembrar disso! - dizia rindo de forma mais divertida que pode, só pra ter o prazer de irrita-la mais. - Vai e conta pro seu namoradinho que eu te beijei só pra eu ter o prazer de dizer a ele que você correspondeu e que adorou minha língua na sua, vai lá! - a boca dele se abria em um sorriso tão encantadoramente maldoso que chegava a ser sexy, e arrepiante.

        Era impressão dela ou Malfoy estava lhe fazendo uma cínica e muito fdp chantagem? É claro que Harry jamais poderia saber daquilo. E vindo do Malfoy ela só poderia imaginar aquilo mesmo, ele fazia esse tipo de coisa apenas para provocar Harry, o que mais seria? Ela apenas o olhou de forma enojada é claro, porque era o único sentimento que poderia ter por ele, nojo! Mas tinha que confessar, ele não beijava assim tão mal... ok ele beijava MUITO bem, por Merlim que beijo era aquele? Tinha a deixado tão... tão quente. Ah, Gina pare de pensar ok você é bem melhor muda e sem pensar em nada. 

– Não se iluda Malfoy, pode ter certeza que a primeira coisa que vou fazer é lavar minha boca com qualquer coisa que tire esse gosto horrível dela. Beijar você é como beijar um trasgo. 

– Como se eu me importasse com as comparações que você faz comigo e com qualquer animal do mundo mágico Weasley, porque agora, eu já ganhei a certeza do dia, o fato de que você me beijou e teve prazer nisso! - dizia ele todo convencido.

        Típico de qualquer Malfoy, se ele pudesse voltar e reproduzir a cena em câmera lenta mostraria, até aqueles detalhes da língua dela buscando a dele. Que fossem por segundos, ou milésimos tinha acontecido e com isso Gina apenas conseguiu aumentar o ego de Malfoy. Se é que era possível o ego dele ficar maior, porque ai sim explodiria e ai todos nós iríamos morrer num acontecimento catastrófico e inédito.

– Você só me deu a certeza de o quanto eu sou irresistível, será mesmo que o Harry vai gostar de saber que a namoradinha dele desejou a boca de um Malfoy? Tenho muita gente que iria adorar contar uma versão da história pra ele, mas sabe como é, as pessoas sempre destorcem um pouco as coisas... - dizia soltando aquela risadinha, maldita risadinha de tirar uma pessoa qualquer do sério, parecia que nada o abalaria, estava simplesmente confiante de tudo o que dizia.

        Idiota! Como podia ser tão idiota e prepotente daquele jeito e irritantemente convencido? Harry não poderia saber sobre aquilo, e nem ia, nem que tivesse que fazer um feitiço da memória pra fazer aquela cabeça loira esquecer de tudo o que tinha acontecido ali. Ora essa, quando ele teve a terrível impressão de que ela correspondeu aquele beijo tão ruim! Sim, foi ruim, na verdade péssimo e ela tinha que se fazer concordar com aquilo.

– E você só me deu a certeza de que é um idiota prepotente e arrogante Malfoy. - disse pegando as coisas que tinha arrumado nos braços.- Conte alguma coisa a alguém sobre isso e eu juro que aprendo alguma maldição imperdoável só para pratica-la em você!

"Uhhhhh" foi exatamente isso que pensou, só faltou tremer os dedos de forma mais cínica que ele pudesse para completar a cena. Mas talvez ela já estivesse irritada o bastante, e mesmo que fosse engraçado e divertido vê-la daquela forma ele não queria causar muitos estragos, poderia irrita-la mais... mas quem sabe daqui a uns dias?

– Cuidado Weasley você está me assustando! Vai acabar entrando no lado errado heim? -dizia de forma cínica.

        Estava mesmo sendo cruel com ela, mas era isso que o fazia sentir-se bem, ser o melhor, o poderoso, e representar isso diante daquele ser mínimo o faria se sentir melhor, pelo resto daquele dia pelo menos. Ela tinha tanto medo de que ele contasse ao Potter sobre o beijo que o deixava mais curioso em ver o que aconteceria se a noticia acabasse, "Ops!..." se espalhando.

– Não se preocupe Malfoy, ao contrário de você eu sigo o lado que eu escolho e que acho certo, e não o lado que o meu pai me obriga, porque se não o seu papai morre não é?

        Ela era quase tão cínica quanto ele, sempre que dizia alguma coisa destilava veneno, as vezes até se perguntava se em vez da Grifinória ela não devia ter entrado na Sonserina, porque as vezes era quase tão venenosa quanto uma serpente. Mas então 'acordava' para o mundo e via que não tinha nada a ver e que também esse seu lado 'mal' só aflorava quando estava perto daquele loiro insuportável.

– Ou então o que acontece? Você apanha no bumbum. Ou é torturado até aceitar? Porque com uma família igual a tua eu não duvido nada que eles te tratem dessa forma. – sorriu irônica.

– Na verdade o que acontece é que eu concordo com nossos princípios, eliminar o mundo de uma espécie de vermes inicialmente chamada de Weasley's! – disse Draco e começou a rir de forma incontrolável.

        Ela tentava, se esforçava mesmo para tentar irritá-lo mas tornava tudo em um jogo, onde ele não seria o perdedor, claro que não seria, ele não perdia, haviam dois jogos em que um Malfoy jamais perderia. O primeiro é no jogo de humilhar uma pessoa, o segundo, o de deixar uma mulher louca, e Draco sabia como faze-lo, mesmo que essa o odiasse, e agora a cada segundo tinha mais certeza de que enlouqueceria Ginevra Weasley, faria ela perder o controle e implorar por tê-lo ou ele mesmo não aceitaria mais fazer parte dos Malfoy.

        Ela já ia dar as costas pra ele, pra que discutir com uma pessoa tão insignificante como um Malfoy? Ela não conseguia olhar pra ele e não ver defeitos, aquela família devia ser toda cheia deles, e ela agradecia todos os dias por ter nascido uma Weasley. Mas quando ouviu ele chamar sua família de vermes e dizer que ele seguia como princípio eliminá-los, ai sim ela sentiu raiva. Onde já se viu, ele dizer aquele tipo de coisa. Ela literalmente jogou suas coisas no chão, os tinteiros caindo e manchando tudo o que pudesse alcançar, mas seu nervo estava a flor da pele, tinha que dar uma lição naquele sonserino, mesmo que se arrependesse depois. Rápida como era puxou a varinha das vestes e apontou para Malfoy sem nem piscar.

– Estupefaça! 

        Pode ver ele cair para trás como se fosse um saco de batatas, direto em uma das prateleiras mais altas e que parecia ter mais livros, e essa balançar terrivelmente e os livros começarem a cair desde lá de cima até os que estavam embaixo. Ok, Ginevra Molly Weasley, agora você está realmente encrencada.

        Draco só teve tempo de arregalar os olhos e voar longe, ao sentir a dor nas costa devido a prateleira, caiu no chão murmurando um leve.

– Ai...
        Mas quem disse que ele teria tempo pra mais alguma coisa, sentiu um pesado livro cair sobre a cabeça e outro, só se protegeu quando a estante balançava e o soterrava de livros, além de doer às costas agora a cabeça e o braço afinal os livros eram pesados. Que maldita garotinha era aquela que ousava ataca-lo? Estava mesmo querendo desafiar um Malfoy? E ele não ia deixar barato, iria humilha-la até dizer chega, iria brincar com ela até não poder mais, transformaria a vida desta Weasley em um verdadeiro inferno. Começava a se mover de baixo dos livros empurrando-os pra onde pudesse até que pudesse sair de baixo destes. Os olhos de Draco reluziam em um cinza perola de tão intensa era a raiva que sentia, sacou a varinha e apontou para ela.

– Levicorpus! - assistiu a garota ficar de ponta cabeça e flutuar pelo tornozelo, e daí que chamavam atenção de toda a biblioteca e que ele perderia também pontos para a casa dele... queria saborear a vingança de vê-la pendurada pelo tornozelo.

        Gina só pode começar sentir seus pés saírem do chão, logo após dele sair debaixo dos livros, o que ele estava fazendo? Lógico que ele estava fazendo um feitiço de levitação, mas como ele ousava deixa-la de cabeça para baixo? Ela estava de saia e a mesma abaixou-se no instante em que foi virada de ponta cabeça. Gina não sabia se ficava vermelha de vergonha ou de raiva daquele ser repugnante. Levou as mãos até a saia tentando tapar sua calcinha que estava sendo mostrada assim como se fosse uma liquidação. Ah ele ia ver quando conseguisse descer dali, iria enfiar as unhas nos olhos dele e arranca-los com todo o prazer e depois servi-los como sobremesa aos pais dele. Algumas pessoas começavam a perceber a movimentação e iam até perto de onde eles estavam olhando curiosos e rindo apontando para ela, alguns garotos apenas indo ali só para ter o prazer de vê-la com a calcinha a mostra. Não que ela fosse feia, pelo contrário, Gina era linda e até que bem disputada na escola, tinha o corpo bonito e tudo  mais, mas pensem se você é uma garota, mesmo sendo linda ODIARIA que outras pessoas pudessem ver algo assim tão ÍNTIMO. Maldito Malfoy.

– Malfoy me coloque no chão, AGORA! – disse com muita raiva daquele garoto. – Vai se arrepender por isso seu idiota.

        Em primeiro momento achou graça dela de ponta cabeça a calcinha tão "charmosa" dela a mostra, mas quando mais risadas além da dele começaram a se confundir e viu estar sendo observado por tantos alunos, chegou a sentir a ponta de pena pela humilhação que ela passava. Mas essa ponta de pena passou tão rápido que Malfoy apenas moveu a varinha fazendo ela chacoalhar um pouco.

– Fique calada por um segundo, Weasley, ou só vai piorar sua situação!

        Terminou piscando pra ela e guardou a varinha, ajeitou as vestes lentamente e passou a caminhar para fora da Biblioteca deixando-a ali pendurada.
A confusão na biblioteca era tão grande que agora os alunos de fora desta invadiam a mesma para saber o motivo de tanto alvoroço. Draco, ao alcançar o corredor procurava o rosto que mais desejava, até avistar de longe aqueles óculos redondos e a cara de idiota que inconfundivelmente pertencia a um Potter. Draco pegou novamente a varinha murmurando.

– Sonorus... - encostou a varinha na própria garganta e gritou - HEY POTTER NÃO DEVIA DEIXAR SUA NAMORADA MOSTRAR A CALCINHA DELA PRA TODO MUNDO! - no segundo seguinte tirou a varinha da garganta e voltou a caminhar sem nem mesmo assistir a reação de Harry a confusão já estava feita e nem ia se importar em perder pontos para sua casa.

        Ele não podia estar fazendo aquilo com ela, na verdade ele até podia, mas não precisava, que maldito ser que adora ver a humilhação alheia. Além de faze-la pagar aquele grande mico ainda tinha a deixado ali pendurada! E se já não bastasse ela ainda pode escutar o que ele tinha falado a Harry. Com certeza o namorado estava perto e isso se confirmou quando ela viu grandes olhos verdes vivos se arregalarem ao vê-la daquele jeito. 

– Gina o que aconteceu com você? – perguntou assustado olhando para cima.

– Ora não faça perguntas Harry, me tire daqui!

        E foi o que ele fez, pegou a própria varinha apontando-a para Gina, fazendo-a levitar até o chão depois de desvira-la. Gina sentiu os pés no chão novamente e arrumou a saia rapidamente, estava tão envergonhada e com raiva de Malfoy que seria capaz de mata-lo. Algumas pessoas ainda a olhavam rindo e ela lançou um olhar tão mortal a eles que pararam de rir na hora começando a sair da biblioteca. Harry ainda a olhava estranhamente, lembrando do que Malfoy havia dito.

– O que aconteceu Gina? O que foi aquilo que o Malfoy disse?

– Guarde isso Harry, eu juro... juro mesmo que eu vou acabar com a vida do Malfoy. – disse ela com os olhos faiscando. Harry nunca tinha a visto daquela forma. Ela nem se importou com as coisas que tinha derrubado antes de azarar o Malfoy, saiu da biblioteca espumando, indo direto para o seu dormitório na Grifinória.

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