Mais que uma garota! - Klonnie

VINTE E CINCO

Bonnie

Fui ao quarto da Summer tentar descansar um pouco, encontrei Nik sentado na poltrona com ela dormindo em seu colo.

"Ela ficou perguntando sobre a foto da sua avó, queria entender o que estava acontecendo." Ele disse torturado com a situação da garota.

"Ela está bem? Eu a machuquei?" Perguntei sentindo o coração apertado no peito.

"Ela está bem, apenas confusa. Precisamos resolver esse mistério o quanto antes." Ele disse se levantando com cuidado para não acordar a menina que se aninhou ainda mais aos seus braços.

Klaus andou com ela até a cama e a deitou, depois cobriu e permaneceu olhando-a. Sua preocupação era palpável.

"Além de tudo o que envolve a origem da Summer eu preciso me dedicar a resolver o problema com meus irmãos. Talvez Vincent e Genevieve possam ajudar com os assuntos de bruxa." Ele diz mais próximo de mim, na intenção de não falarmos alto para não acordar a menina.

"Não envolva Genevieve nisso... Qual o problema de vocês?" Digo irritada.

Não quero essas vadias enfiadas em assuntos pessoais. Klaus e Elijah são dois idiotas se acham que elas são bem intencionadas.

"Precisamos de toda ajuda que pudermos ter." Ele diz sério.

"Genevieve e Gia não são nenhum tipo de ajuda. Vocês dois parecem enfeitiçados e estão ignorando o óbvio." Eu rebato vendo Nik rir.

"Isso são ciúmes?" Ele pergunta se aproximando.

"Para o inferno vocês dois. Eu não confio nelas." Respondi sem rodeios.

Nik me olha daquele jeito intenso que faz meus joelhos tremerem. Ele não ri mais e isso é sinal de que vai acatar minha ordem. Ele parece sempre ler meus pensamentos e comandar meu corpo.

É ridículo.

Em meio a tudo isso eu desejo que ele me beije e me faça esquecer toda essa loucura. Mas ele não o faz.

"Vou à igreja, buscar os registros das Bennett. Você vem comigo?" Ele pergunta mudando de assunto e tom com uma facilidade incrível.

"Mas e a Summer?" Pergunto sinalizando para a cama onde a menina descansa.

"Margareth acabou de chegar, tenho certeza que ela ficará de olho." Nik responde.

"Ok, então vamos."

Klaus e eu vamos juntos até os arquivos que estão guardados no sótão da igreja de Sant'Ana. O padre Kiren é quem mantém tudo em segurança e nos recebe com uma cordialidade muito contida.

É visível que entre ele e Klaus há muita história.

"Vamos começar." Nik diz me guiando até algumas caixas que possuem grandes livros com capas de couro marrom e bem tratado. As folhas apesar de amareladas pela ação do tempo, parecem ser mantidas intactas por magia.

"Como você possui tudo isso sobre as Bennett?" Pergunto intrigada.

"Algumas de suas ancestrais confiaram em mim ao longo dos séculos, algumas não confiavam, mas ainda assim concordaram que eu mantivesse a salvo os documentos. Principalmente na época da inquisição." Ele contou com algum orgulho.

Nik tinha uma fama muito ruim para quem o via de fora, mas quando o conhecia verdadeiramente ele era leal e dedicado. Além de ser muito consciente do seu papel no mundo sobrenatural. Ele criava caos, mas sempre se lembrava que algum equilíbrio era necessário.

Eu o admirei por alguns segundos imaginando como seu charme foi capaz de seduzir outras Bennett no decorrer da história.

Eu não as culpava.