A Bela e a Fera

Reprise

Compreenda.
Pessoas não precisam de amores vazios
De pena.
Ou até mesmo da sua atenção.
Não precisam que preencham vazios
Que percorram caminhos
Mesmo sempre indo na contra mão
Pessoas não precisam do seu
Egoismo
Do seu achismo
Elas querem COMPREENSÃO
Vontades e verdade
Querem uma direção
As vezes é incontrolavel, eu sei !! Mas não tem nada de dificil não.
Abrir mão pra querer bem.
Chega de mentiras
Larga mão desse egoismos exarcebado disfarçado de boa ação.
A verdade é sempre o caminho mais facil pra se encontrar o que tava perdido entre " aqui está você" e o " "Você esta sozinha? .
Hey coração para de dar brecha, pra que isso tudo ? Aonde foi parar aquele lance lá que tu chama de solidão ?
As vezes é tão mais facil seguir sozinha do que nessa ilusão, que as pessoas realmente valem a pena.
Ai é que se engana o coração
Tu só serve enquanto esta servindo
Fora isso o que te sobra ?
Isso mesmo cara
A solidão
Aaaaaa sabe aquele tal egoismo
É verdade ele é incontrolavel, impulsivo, surge do nada em momentos desnecessarios.
Mas quem é que consegue  agir sempre com a cabeça e esquecer do coração ?

_____________  Devaneios☝️______________

Duas semanas. Nada. Se terminamos, ele devia pelo menos me dizer. Eu resisto a ligar para ele. Praticamente um pedido para ser deixada. Ele não está mais on-line. Acho que está me bloqueando. Está com ela de novo, eu sei. Estão juntos e falando sobre mim. Rindo. Aquela canção que comecei ganha mais uma estrofe.

Não leve nosso amor embora.
Não desapareça deixando-me tanta dor
O que posso dizer agora?
Mais uma vez?
Posso ser seu amor?
Á única garota que o agrada...
Você disse, não precisa de mais nada.
Não destrua nosso romance.
Por favor dê-me mais uma chance.

Não combina nem um pouco com o outro refrão. Preciso fazer uma fogueira. Meu olhar pousa na rosa do Henrique em cima da escrivaninha. Não. Não vou queimá-la. Nunca vou queimá-la. Mas todas essas letras horríveis e estúpidas, essas porcarias que rabisquei em pedaços de papel e capas de cadernos... está na hora da incineração.

Ana continua flertando comigo na escola. Meu coração está partindo, e ela não diminui a pressão. Não contei a ela que meu coração está partindo, é claro. Sem dúvida, ela tiraria proveito da situação. Pirralha. Ela é legal com todos na escola, menos comigo. Outro dia ela estava conversando com um garoto que tinha jeito de nerd e parecia familiar.

— Vejo você na prática então — o garoto saiu andando pelo corredor.

— Quem era? — vejo-o desaparecer no meio da multidão, tentando descobrir quem ele me lembra.

— Não o reconhece vestido?

— Aquele menino era a oferenda? — tenho pavor só de pensar naquela manhã terrível. — Por que estava conversando com ele?

Ana enfia as mãos nos bolsos e encolhe os ombros.

Eu o ajudei a entrar no Campeonato de Perguntas e respostas. Ele é mais inteligente do que parece.

— Obrigada por nos salvar na última primavera — encosto-me em meu armário e olho bem para a Ana. — Quem mais você resgatou?

Suas orelhas ficam vermelhas.

— Queria que você me deixasse resgatá-la de novo.

— Por quê? A escola está bem melhor este ano sem os Cavaleiros — como em um transe, meus olhos seguem os movimentos fluidos de seus braços quando ela ergue- os para pegar um texto na última prateleira do armário.

Ela vira a cabeça e percebe que estou olhando. Seus olhos capturam os meus e não soltam mais.

— Mesmo assim você precisa ser salva.

Viro para o lado.