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"Uma contusão embaçada
Eu era fraterna, maternalmente
Um jovem insensível
Que maneira de perder
Todos vocês
Eu não consigo me livrar do seu sangue
Mas eu não posso deixar o seu amor" — Amateur Blood (Novo Amor)

— Hey Harry, acorde. -Lizzie me acorda e eu resmungo me virando para o lado. Eu quero dormir mais, é domingo e eu poderia dormir o dia todo. — Anda logo preguiçoso, acorda. -Lizzie me chama de novo e suspiro frustrado ela não vai desistir. Me viro e abro meus olhos, ela sorri imensamente, até que ter acordado desta forma valeu a pena. Lizzie sorrir para mim e pega minha mão e coloca na sua barriga, sinto um chute. Sorrio pequeno, o primeiro movimento dessa criaturinha dentro da barriga de Louise.

— Isso não te dá nervoso? -Pergunto. - Digo, tem um monstrinho de parasita dentro de você e agora ele está mexendo aí dentro.

— E se for ela? -Lizzie pergunta e se ajeita na cama, ela me olha atenta com seus olhos cinzentos e brilhantes. — E para de falar como se você odiasse esse bebê. -Lizzie fala e ri. Eu sorrio e beijo a barriga dela.

— Eu não odeio esse pequeno parasita, eu na verdade amo. -Falo e me inclino beijando Lizzie. - E eu te amo também.

🍃

Solto um suspiro quando o despertador toca de novo, eu já estava acordado faz algum tempo, já tinha comido, ido ao banheiro tomando um banho quente, mas coloquei meu celular para despertar novamente porque hoje eu vou receber minha inquilina, ela vai ficar no meu quarto. Eu decidi colocar ele para alugar porque minha psicóloga disse que seria bom eu voltar a ser mais social, talvez não nesse sentido mas eu estou precisando de dinheiro e como eu moro perto da faculdade, nada melhor do que dividir minha casa com algum jovem universitário com uma ingênua esperança no futuro. E eu nem sei se isso fere as normas da faculdade, afinal eu sou o professor da história da arte, bem, se a minha inquilina não for minha aluna então espero que tudo esteja bem, caso contrário terei que expulsar ela, mas pelo o que conversamos pelo telefone e nesses aplicativos de celular ela estuda algo mais biológico ou deu a entender isso, de qualquer forma ela não me parece alguém que vai me dá trabalho e foi a única que pode me pagar no prazo que eu quero. Além disso, eu decidi colocar esse quarto para alugar porque eu estou um pouco quebrado e uma grana a mais seria bom.

Eu arrumo minha pasta, na verdade olho para ela novamente garantindo que não haja nada faltando, eu vou ter uma reunião hoje. Bem, vou voltar a ser professor depois de dois anos, muito tempo e o coordenador do departamento de história, Liam, meu grande amigo, quer conversar comigo antes que de voltar para as salas de aulas. E eu apenas estou garantindo se minha pasta, com algumas de minhas coisas para colocar em minha sala estão mesmo aqui.

Escuto a campainha tocar, deve ser ela. Seu nome é Cendi, significa luz e é de origem tupi guarani, uma tribo brasileira, o que me fez questionar se ela é brasileira com descendência indígena, não conseguir ver sua foto muito bem de perfil, era apenas uma foto do céu o que me fez sentir medo no primeiro momento, até ela me ligar e começar a mandar áudios, até eu ficar mais confiante e agora, ela está aqui então talvez não seja um golpe, porque ela já me pagou. De qualquer forma, vou saber agora. Abro a porta e me surpreendo ao ver a figura baixa e de pele negra bem a minha frente, seus olhos são puxados como as de uma indígena e seus cabelos, contudo, são cacheados e vão até a altura do ombro, o rosto é circular e os lábios são carnudos e rosados por causa do batom mas o que me surpreende mais é que ela está grávida, com certeza está, talvez seja gordura mas eu conheço barriga de grávida quando vejo uma. Eu respiro fundo e me pergunto se minha psicóloga estava mesmo certa, eu deveria voltar a ser mais social? Porque eu não sei se estou de fato para ser social a este nível.

Emigrate || H.S. || Shortfic || CompleteOnde histórias criam vida. Descubra agora