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"Eu estou vendido, e nossa história vai envelhecer
Mas você vai fazer poeira do ouro" — From Gold (Novo Amor)

Acho que a pior tarefa que alguém poderia ter na vida, sem ter um pingo de experiência é montar, digo, montar cama, armário, guarda roupa bicicleta, berço. Louise disse que poderia pagar alguém para montar, algo oferecido para gente assim que compramos o berço, mas não quis isso, não porque sairia mais barato mas porque Louise é uma garota clássica, ela não quer saber o sexo do bebê até ele nascer, então para que todo o resto do mundo moderno fique longe desse processo de gerar uma vida, eu comprei a tinta laranja pêssego que para mim serve tanto para menino como para menina. Na verdade não deveria existir cor para isso, entretanto, Lizze concordou e eu pintei o quarto, compramos um guarda roupa que não era difícil de montar mas me fez ficar dias nele e eu e ela montamos e decoramos todo o resto que poderia enfeitar o quarto de um bebê sem gênero. E agora, eu estou tendo que montar o berço e não parecia difícil, digo eu consegui montar um guarda roupa grande, o berço eu montaria em uma tarde de domingo, grande engano meu, ele já caiu três vezes e quase cortei minha mão, mas tudo bem, eu consigo.

— Harry para um pouco, eu fiz suco e comprei bolo. -Lizze fala entrando no quarto com um copo de suco e um prato de bolo na mão.

— Esse berço está me desafiando Lizz. -Resmungo e escuto sua risada, eu retorno a montar o berço e tento encaixar a grade nele.

— Deixa de besteira. -Ela fala sorrindo mas eu consigo encaixar a peça. Contudo, corto minha mão.

— Merda. -Resmungo e afasto minha mão imediatamente da madeira. Lizze me olha preocupada.

— Muito fundo? -Ela pergunta.

— Não. Só não vou montar mais esse berço por dias.

🍃

Faz duas semanas que Cendi está aqui e tirando o fato de que ainda sei muito pouco sobre ela ou sobre o pai do bebê se eles estão juntos ou não. Até agora Cendi apenas parece ser uma garota sozinha que sabe cozinhar bem e não vai me causar tantos problemas só minhas noites que não serão mais as mesmas quando Naadiya nascer, como eu achei o nome dela diferente eu fui pesquisar. Naadiya é um nome árabe e significa mensageira o que me fez pensar o quão irônico seria se quando Naadiya crescesse fosse uma tagarela. Queria dizer isso para Cendi, mas não consegui ou sequer tive um momento para isso, de qualquer forma, é quarta feira e é também o dia da recepção dos novos alunos na faculdade e eu me ofereci a levar ela, mas ela se negou, disse que precisava andar um pouco, fazer a circulação da sua perna funcionar, já que segundo ela a mesma estava inchada. E eu estou na sala organizando minha primeira aula, estava ansioso, afinal é a minha primeira turma depois de tudo e eu não sei como os alunos serão, talvez a mesma coisa de sempre. Afinal é o módulo introdutório da história da arte, muitos alunos são calouros ou repetentes mas ainda sim calouros, de qualquer forma energéticos e cheios de expectativas, tagarelas e tudo mais. Quase como dá aula para uma turma do ensino médio.

Escuto o telefone tocar e vou atender, tentando imaginar quem poderia ser. Será que Vera esqueceu a chave novamente? Mas hoje ela não irá vir, é seu dia de folga ao menos nos trabalhos na minha casa. Atento o telefone.

— Oi? -Falo.

— Senhor Styles desculpe incomodá-lo mas há um rapaz aqui da loja para bebês dizendo que vai fazer uma entrega de um berço para Cendi Thompson. -O velho Mike fala e eu mordo meus lábios.

— Tudo bem, eu estou dividindo meu apartamento com ela, mande o subir. -Falo e desligo o telefone, coço meus olhos e não demorou muito até eu ouvir algumas batidas na porta, atento a porta e logo a figura do funcionário da loja aparece em minha frente, com uma enorme caixa ao lado e um papel para eu assinar.

Emigrate || H.S. || Shortfic || CompleteOnde histórias criam vida. Descubra agora