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Taehyung Cheshire está destruído.

Yoongi não o conhece tanto quanto gostaria de conhecer. Dessa forma, também pouco sabe sobre a relação do híbrido com seu dono, Jimin. Mas a cena é tão triste e ele está tão abalado por ver alguém morrer em sua frente sem poder fazer nada que, mesmo mal tendo conhecido o filho da Condessa — e tendo trocado com ele não muito mais que algumas palavras e beijos —, também sente vontade de chorar. Seus olhos marejam e ele se embrenha na bagunça da sala, se aproximando do Gato e do corpo do ruivo a passos calculados e curtos.

— Yoongi, não... — É só o que Hoseok diz antes de fungar. O loiro sequer se vira e continua seu caminho, até estar bem próximo de Taehyung.

O choro do híbrido é agora baixinho, dolorido. A franja castanha lhe cobre os olhos, contudo, Yoongi pode ver os caminhos de lágrimas que percorrem suas bochechas, tal qual as gotas pingando no queixo e caindo direto na tez delicada do rosto de Jimin. Taehyung tem os dentes à mostra cerrados e a mandíbula tensionada. O loiro se abaixa ao lado dele e estende a mão em direção ao pequeno ruivo, na intenção pura de fechar-lhe os olhinhos opacos, porém dedos rápidos lhe surpreendem, direto em seu pescoço. A mão grande do Gato se fecha ao redor da garganta do Min, que não faz nada para impedi-lo, apenas ergue os olhos numa expressão triste e conformada. Ele sente as garras afiadas do híbrido lhe cortando a pele do pescoço, perfurando-lhe; assim como o líquido quente — sangue — escorrendo de forma lenta dos mais novos machucados.

— Devia ter sido você no lugar dele. — A voz grossa segue embargada, sai de modo arranhado pela garganta e o loiro não tem tanta certeza se é o lado mau do Gato de Cheshire falando, mas é o que quer acreditar.

Yoongi mal respira. Ouve o som da trava do revólver do Chapeleiro, ele já está de pé atrás de si e aponta a arma para o topo da cabeça do híbrido, bem entre suas orelhas felpudas.

— Quantas vezes terei de fazer isso?

Hoseok aparentemente tenta dizer num tom zombeteiro e ácido. Só tenta. Pelo que parece, o Chapeleiro também está abalado. Ainda assim, Yoongi acha sua grosseria tão desnecessária neste momento. Taehyung levanta o olhar para Hoseok, fazendo com que o cano fique em sua testa; seus olhos estão úmidos, e no entanto seu olhar transparece um misto de fúria e ódio em meio à tristeza e angústia.

Atire, desgraçado! — grita, soltando o pescoço de Yoongi e o empurrando.

— Não farei esse favor para você. — O Chapeleiro pega o pulso do loiro e o ajuda a se levantar, sem mudar a direção do revólver.

— Hoseok, não fala assim... — Yoongi diz, mesmo depois disso tudo. Na cabeça dele, o lado mau de Taehyung não está de todo errado em querer matá-lo agora mais do que nunca. Hoseok simplesmente o ignora com um revirar de olhos e o arrasta para longe dali.

— Eu ainda vou matá-lo, Alice.

— Venha, Yoongi.

O Chapeleiro tira o loiro da casa enquanto o mesmo massageia o pescoço no lugar no qual as garras afiadas de Cheshire lhe perfuraram, mas ele olha para trás a tempo de vê-lo abraçando o corpo de seu dono, balançando-o entre os braços como se ninasse um bebê.

É enquanto caminham pelo jardim bem cuidado que Yoongi finalmente olha para Hoseok Hatter e vê que o moreno tem os olhos úmidos; entretanto, não comenta nada sobre. Pela primeira vez, também, percebe a pressa com a qual Hoseok se vestiu, após acordar e se ver sozinho, para procurá-lo: algumas das tiras de couro de sua roupa estão soltas, como se não houvesse tido tempo para amarrá-las. De resto, ele está bem vestido, nas mesmas peças de couro de costume.

Eu Sou Alice • {yoonseok}Onde histórias criam vida. Descubra agora