1° Capitulo: Nosso primeiro quatro de julho

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"Não existe o impossível, apenas o improvável" Soluço Espantosicus Strondus III

-Connor Stoll, o que você pensa que está fazendo?

Luna já estava brava, como filha de Atena devia ser regra odiar surpresas.

-Já estamos chegando você vai ver.

A escuridão da floresta nos cercava. Era dia 4 de julho, o dia mais romântico do acampamento meio sangue por causa dos nossos famosos fogos de artifício. Pensei em chamar algumas garotas, porém desisti. Queria estar com Luna essa noite em retribuição a uns favores, que ela tem prestado ao chalé 11.

Luna era filha de Atena, 15 anos, e, ainda assim, tinha cabelos castanhos. Mesmo tendo os cabelos mais lindos do acampamento ela insistia em pinta-los de loiro, apenas para se parecer com uma filha de Atena... Hoje era uma das raras ocasiões em que ela se encontrava em sua cor natural.

Eu era um dos poucos que sabia como ele era porque entrei uma vez escondido no chalé 6 e a vi assim. De dois em dois meses ela passava uma dias morena, ela deveria ter pintado um cabelo hoje, mas desistiu.

Chegamos a nosso destino, meu refúgio particular. Eram duas cadeiras em uma clareira no meio da floresta... Nada muito bonito, mas eu fiz questão de colocar um monte de pisca-pisca brancos, de árvore de natal, para que ficassem parecendo estrelas. Além de dar uma geral no lugar. Era a primeira vez que levava uma garota ao refúgio dos Stolls... então precisava deixar ele com uma cara agradável ao menos.

Uma música tocava ao fundo. Eu sorri.

-É a nossa música...

Ela me olhou por um segundo, espantada, então ouviu a música e sorriu. Era um sorriso travesso que apenas eu conhecia, perto de mim ela não era a Luna, a certinha do chalé 6... Era Luna, a melhor pregadores de peças do acampamento... Atrás dos filhos de Hermes, claro.

Cause two can keep a secret if one of then is dead....

Ouvi Luna cantar com um sorriso.

-Que lugar é esse, Connor?

Eu sorri.

-Chamo de: O Refúgio particular dos Stolls.

-E... Por que me trouxe aqui?

-Bem... - comecei- você não ia com ninguém, eu não chamei nenhuma garota aí pensei.... Por que não dar a Luna a honra da minha presença?

-Para não desperdiçar meu tempo? - seu sorriso travesso apareceu de novo. - Ok, Ok, mas por que aqui?

Sorri.

Me sentei no chão onde havia uma toalha de piquenique extendida e ela se sentou ao meu lado, próxima de mim.

Em menos de um minuto vimos os fogos de artifício, não uma fração, como se vê na praia, mas o todo, como um quadro.

Só de ver o brilho nos olhos dela, meu coração voltou a bater mais forte. Peguei em sua mão, e, antes do que eu pudesse ver, eu a beijava.

Nunca ouvi dizer que alguém a tivesse beijado, o medo de ser o primeiro beijo dela me dominou por um segundo. Mas logo depois um pensamento passou pela minha cabeça: se eu for o primeiro, serei inesquecível.

Quando nossos lábios se separaram logo senti sua ausência, puxei ela para a beijar novamente, mas ela não deixou.

-Connor... -ela disse na sua voz doce e racional que eu já estava cançado de conhecer - nós nos odiamos... somos rivais...

Ela estava certa... Droga!...sempre estava certa... O que podíamos fazer para atingir um ao outro, nós fazíamos. Desde aranhas de borracha na cama dela, até pó de mico na minha.. Mas por que, depois de tudo, eu ainda sentia meu coração acelerar, minhas mãos suarem e borboletas no estômago sempre que chego perto dela?

Porém, hoje, não estava conseguindo ser nem um pouco racional. A puxei para,meu colo. Ela ficou completamente vermelha, e linda, acho que o fato dela estar de saia não melhorou muito a situação. Para ela, apenas.

-Amanhã podemos nos odiar a vontade... Você volta a fazer da minha vida um inferno e eu a de todo o resto do acampamento... Mas hoje não! Estou cançado de fugir do que sinto... Essa noite eu não quero te odiar... Falta pouco para a guerra de Cronos, todos estão totalmente pirados. Eu não quero morrer sem ter ficado ao menos um pouco com quem eu gosto. - tomei toda a coragem que me restava - e, eu gosto de você, Luna.

Seu rosto estava todo corado. É agora que ela me dá um tapa na cara e sai falando que sou um aproveitador de meninas indefesas.

Porém ela se aproximou de meu rosto e o acariciou, nunca vi a expressão que ela mostrava.

-Eu...- ela começou, vermelha, às palavras saiam devagar, não a deixei terminar, a beijei e passei meus braços por ela, não consegui me conter, e coloquei a mão em sua perna. Ela interrompeu rapidamente o beijo.

-Amanhã voltamos a nos odiar?- perguntei acariciando qualquer parte de seu corpo que pudesse alcançar.

-Amanhã nos odiamos. -ela concordou.

Os fogos de artifício ainda explodiam no horizonte, porém, eu ainda os ouviria mesmo que não estivessem lá. Luna alí comigo,era um sonho realizado.

Eu não podia negar que estava apaixonado... Só queria ser menos idiota para poder evitar o ódio mútuo que cresceu entre nós depois desse dia.

My little daugther of AthenaOnde histórias criam vida. Descubra agora