CAPÍTULO 11- VODKA E REVELAÇÕES

45 6 0
                                    

   - Por favor, Hobizinho... – Imploro, tropeçando nas palavras, para que Hoseok me sirva mais um copo de vodka.
   - Não, Seon Min. Já chega. – ele responde autoritário. – Você já está bêbada o suficiente pra uma noite.
   - VOCÊ É MUITO LATO!
   - Viu? Você nem consegue falar direito.
   - Tá legal, eu vou embora.
   - Espera alguns minutinhos, pedi pra alguém vir buscá-la.
   - Quem?
   - Eu. – uma voz grave, familiar e irritada ecoa pelo recinto atrapalhando nossa conversa.
   - Seokjin? – Indago.
   - Vem, vamos embora. – Ele chega mais perto, pegando firme, mas sem força, em meu braço.
   - Me solta! Você não é meu pai, muito menos meu namolado.
   - Eu também não estou me divertindo com essa situação, Seon Min. – Ele diz já parecendo cansado. – Então, vamos logo.
   Sem mais protestos, permito que o maior me tire do estabelecimento. Desço do banquinho de madeira e dou um passo, no mesmo instante perco o meu equilíbrio e tropeço.
   - Aish... Nem andar você consegue. Vem aqui. – Jin então me pega em seu colo, com muita facilidade, admito.
   Deito minha cabeça em seu peito, escutando as batidas de seu coração. O cheiro de sua colônia invade meu nariz, me causando arrepios por todo o corpo. Sem perceber, acabo adormecendo ali mesmo, no embalo de seu abraço.
   “- Quantas vezes eu tenho que mandar você me obedecer, em sua vadia? – Ele diz me puxando pelo cabelo e me jogando contra a parede, fazendo minhas costas baterem com força.
   - Por favor... – Começo a implorar com a voz embargada e tentando segurar as teimosas lágrimas que insistiam  em escorrer pela minha face.
   - CALA A BOCA. Eu não suporto ouvir a sua voz, a não ser quando geme de dor. – Ele difere um tapa em meu rosto.
   - Por que você faz isso comigo?
   - Porque eu gosto de te ver sofrer.”
   - Ei... – Jin me acorda. – Chegamos.
   Abro meus olhos e me deparo com o mais velho me olhando de uma maneira indecifrável.
   - Onde estamos? – Pergunto meio sonolenta.
   - No sofá da minha casa.
   - Por quê?
   - Você está muito bêbada, não quis te deixar sozinha por medo de você fazer alguma besteira. – Ele diz me oferecendo um sorriso, um lindo sorriso.
   - Não sabia que você se preocupava comigo... – Digo num tom de brincadeira.
   - Pois eu me preocupo. – Ele me responde seriamente.
   - Você é muito charmoso, Jin. Mas não vai rolar nada entre nós, pelo menos não hoje... Quero dizer, eu ainda não estou pronta e...
   - E quem disse que eu quero que role algo? – Olho para ele confusa. – Espera, você admitiu que me acha charmoso.
   Eu questão de segundo, minha expressão vai de confusa para sem graça.
   - Yah! Isso não vem ao caso. Então, você não quer nada comigo? Sem segundas intenções?
   - Depois de todo esse tempo, Seon Min, eu achei que você me conhecesse bem o bastante pra saber que não me aproveito de garotas bêbadas.
   - Desculpa, é só que eu... Só que eu não estou acostumada com gentilezas desse tipo, ainda mais vindas do sexo oposto.
   - O que quer dizer com isso?
   - Nada... Não é nada.
   - Seon, tem algo que você queira me contar? – Ele diz olhando em meus olhos e pegando delicadamente em minhas mãos. – Você pode confiar em mim.
   - Por que você acha que tenho algo a esconder?
   - Quer mesmo que eu listei os fatos?
   - Tudo bem, não precisa. Eu posso mesmo confiar em você? – Pergunto com suplica em meu olhar.
   - Sempre.
   - Okay... Digamos que meio... Meio que... Eu fui abusada, durante toda a minha... Vida. – Não consigo controlar as lágrimas que escorriam pela minha pele sem parar.
   Jin não fala nada, apenas me abraça fortemente e me permite chorar em sua ombro. Seus braços me envolvem firmemente, fazendo com que eu me sinta protegida, como jamais me senti antes.
   Separo-me de seu abraço, evito olhar em seus olhos, pois a vergonha me consome por inteira. Jin percebe e segura meu rosto com ambas as mãos, fazendo com que eu o encare.
   - Você não precisa se envergonhar, pois não fez nada de errado. Farei tudo que estiver ao meu alcance para protegê-la e te fazer sentir segura.
   Sem conseguir me mexer, nossos olhares se mantém ali, sinto minha respiração começar a se descompassar e meu coração errar inúmeras batidas. Um frio estranho preenche o meu estômago e um arrepio diferente percorre por todo o meu corpo.

Awake - Kim SeokjinOnde histórias criam vida. Descubra agora