VII • Madagascar

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Por três dias, Luke resolveu morar em minha mente. Só havia ele, tudo voltava à ele e chegava a ser ridículo os tantos "Lukes" que habitavam minha mente.

Luke com o ukulelê e com coroa de flores, Luke cantando, Luke tomando sorvete, Luke me dando um sanduíche, Luke prestando atenção em mim, Luke mordendo o piercing do seu lábio inferior e, principalmente, o que não saía da minha mente em nenhum segundo sequer, Luke me convidando para sair no próximo sábado; no caso, amanhã.

A maravilhosa sexta já estava no fim;
Calum me acompanhava até em casa, junto com Ashton e os dois não paravam quietos, e eu não dava a mínima para o que conversavam pois tinha outra coisa que tirava minha atenção do mundo real. Uma coisa que parecia uma girafa de tão alto, era loiro, tinha olhos azuis e amava pinguins.

Pisquei duas vezes quando senti um estalo na testa, voltando ao mundo que habitava. Calum ria de mim, enquanto abaixava a mão em minha frente e o cacheado sorria ao seu lado.

- Bem vindo de volta, Michael! Onde estava agora? - ele sorriu, erguendo uma sombrancelha. - Luke Island? Ou Planet Hemmings?

- Você é péssimo. - disse, abaixando a cabeça e sentindo as bochechas esquentarem.

O moreno riu ainda mais. Queria apenas cavar um buraco e me enterrar, como os avestruzes fazem ou como as o Melman de Madagasgar fez quando estava na África.

Por dois segundos, lembrei que não sabia onde estava. Olhei para os lados e reconheci a duas casas; uma era a minha e a outra do vizinho da frente. Estava na frente de casa e não havia percebido.

- Você já me humilhou demais, Cal. Eu digo chega, não estou mais disposto! - digo, dando passos para entrar à minha casa.

Assim que dei as costas à eles, quase caí para frente pois alguém de jogou em mim. Claro, era Calum.

- Por favor, Mikezinho! Foi apenas uma brincadeira! Não me deixa, por favor! - sua voz estava repleta de tristeza e de ironia. Ele sabia que era brincadeira, e eu amava tanto isso nele e na nossa amizade.

O ponto era que, quando brincávamos não precisávamos dizer "é brincadeira" ou algo do tipo; sempre iríamos saber. Amava nossa amizade por coisas simples como essa, nos entendíamos e nos encaixávamos perfeitamente, como peças de quebra-cabeças que se complementam até formar as imagens.

- Tudo bem, eu te perdoo. - sorri, e tentei me virar para ele - Agora, me solta, eu preciso entrar! - continuei, dando dois tapinhas leves em seu braço. Ele me soltou para me agarrar em um abraço novamente. Dei o abraço que ele queria, e senti o meu celular vibrar em meu bolso. Tinha total certeza que era ele. - Calum, eu tenho que falar com o Luke.

O moreno separou de mim, me olhou nos olhos - o que começou a me preocupar-, e, com uma voz brava, disse:

- Você só da atenção ao Luke! Luke isso! Luke aquilo! Luke não-sei-o-quê! - na calçada, Ashton disse 'Hemmings' e Calum começou a rir e eu o acompanhei. - Ah, é brincadeira você sabe! Estou tão feliz por você, que encontrou alguém como Luke! Ai, Michael, você está todinho apaixonadinho!

Senti minhas bochechas esquentarem novamente. No bolso, senti o celular vibrar mais duas vezes.

- E-eu não estou a-apaixonado. - disse, começando a dar passos para trás. - Tchau, Cal, e-eu tenho que t-tomar chá da tarde. - virei, e com passos rápidos entrei em casa, atrás de mim ouvia as risadas adoráveis de Calum e Ashton.

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⏰ Última atualização: Aug 04, 2019 ⏰

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