Drunk In Love

"I need you."

Luke.

Depois de 10 minutos em silêncio, acabei por ouvir um leve ressonar e calculei que ela tivesse adormecido. Dei-lhe um beijo no topo da sua cabeça e aconcheguei-a melhor contra mim. 

É nestas alturas, em que te sentes bem contigo mesmo, que começas a questionar tudo o que te aconteceu na vida.  

Tudo neste mundo tem uma explicação lógica, é isto que me tem sido dito desde criança.

Desde a mais pequena pedra que se põe no teu caminho até todas aquelas teorias que se ouve falar desde há muitos anos. Tudo tem uma explicação. 

Eu não acho isso. Na minha opinião, nem tudo tem de ter a sua explicação. As vezes é bom não saber certas coisas, como por exemplo, e esta deve ser a pergunta que mais vezes me passa pela mente, o porque de a Ali ainda estar comigo. 

Sim, é verdade que eu a trato bem mas na maior parte das vezes ou estou a arranjar problemas ou então a fazer cenas de ciúmes. 

Nós não temos nada oficial mas é quase como se fosse. Só que parece faltar sempre qualquer coisa, e na minha opinião essa coisa é a confiança e um relacionamento sem confiança não é um relacionamento. 

É preciso haver confiança para que as coisas corram bem e talvez seja por isso que as coisas entre mim e ela nunca estejam a 100%.

Baixo o meu olhar e foco-me na sua cara que tinha uma expressão angelical. Os seus lábios estavam levemente abertos, rosado e um pouco inchados, respirava calmamente pelo nariz e de vez em quando um suspiro saia dos seus lábios. 

Inclinei a cabeça para lhe poder dar um leve beijo nos lábios o que fez com que ela fechasse a boca. 

Um leve sorriso formou-se nos meus lábios e acabei por voltar a deitar a cabeça fechando os olhos. 

******

Senti a Ali a tentar libertar-se dos meus braços que estavam a sua volta para a manter perto de mim enquanto dormia. 

Ela levantou o meu braço direito levemente para não me acordar. 

"Fica.", disse eu num tom de voz ensonado e rouco voltando a meter o meu braço a sua volta. 

"Luke.", murmurou ela, "Eu preciso de ir ao quarto de banho.", acrescentou logo de seguida.

"Oh, peço desculpa.", abri os olhos para poder ver que ela estava a sorrir.

"Não faz mal.", levantou-se com alguma presa da cama e destrancou a porta do meu quarto abrindo-a de seguida. Ao sair não a fechou por completo deixando a porta encostada.

Levei as mãos aos olhos e esfreguei-os. Não sei quanto tempo estive a dormir, pode ter sido horas como também pode ter sido apenas vinte minutos. 

Olhei para o meu pulso esquerdo que se encontrava enfeitado com o meu relógio digital. 

São quatro da tarde. Dormimos durante praticamente três horas. Esta noite não vou conseguir dormir o que vai se refletir no meu humor amanha que não vai ser muito bom pois quando não durmo fico mal humorado e irrito-me com facilidade. 

Um pouco depois, a Ali entrou no quarto fechando a porta logo atrás de si, trancando-a. 

Caminhou até a cama onde eu me encontrava ainda deitado e deitou-se ao meu lado encarando o nada.