"Stay with me."

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Estava a chegar a escola, atrasada como é óbvio.

Não era para vir, mas a Malia obrigou-me e tive de lhe obedecer.

Estava a andar a um passo apresado, pensando numa desculpa para dar a professora, quando olho para a porta da sala onde eu iria ter aula. Um rapaz de cabelo verde já gasto pelas lavagens estava encostado a parede.

Lembro-me de o ver na festa onde conheci o Luke, só que na altura ele tinha o cabelo preto e vermelho. Acho que se chamava Michael

"Preciso falar contigo.", diz o rapaz de cabelos verdes quando viu que eu me aproximava dele.

"Peço desculpa?", olho para ele de sobrolho levantado. Não me lembro de ter nada para falar com este rapaz.

"Eu não sei o que é que fizeste ao Luke, mas é bom que resolvas as coisas.", disse ele num tom severo.

"Eu não fiz nada ao Luke.", respondi num tom seco e meio desagradável.

"Olha, eu ouvi a vossa discussão ontem. Ele ficou tão zangado desde esse vosso desentendimento que quase se meteu numa luta com o Eric.", olhou para mim e aproximou-se, "E tu sabes que ninguém se mete com ele." 

Não disse nada. 

"Ele não veio as aulas, ficou na casa de fraternidade. Fechado no seu quarto.", aproximou-se ainda mais de mim e sussurrou-me ao ouvido, "Ele tem uma chave escondida no móvel que fica a meio do corredor. Na terceira prateleira, dentro de um frasco que provavelmente tem preservativos lá dentro.", sentiu sorrir contra o meio cabelo e arrepiei-me.

Ele deu-me um beijo na bochecha e começou a andar na direção oposta daquela que eu tinha vindo.

Eu estava sem reação, não sabia bem o que fazer. 

Primeiro porque o Luke ficou mesmo muito chateado ao ponto de se meter com o Eric, e espero que ele não tenha acabado com um olho negro.

Segundo, o Michael ao dar-me essa informação sobre a chave deve querer que eu lá vá. Mas não me apetece ir porque tenho medo do que é que ele me posso vir a fazer.

E terceiro, não sei como reagir ao beijo na bochecha que o Michael me deu. Foi estranho pois os lábios dele, apesar de serem de um vermelho quente e bem cheios, são frios.

Já não valia ir para a aula. Se eu continuar assim, mas valia a pena sair de vez da universidade e poupar o dinheiro que gasto com as propinas, com os livros e com o material. 

"Ok Ali, tens até a tua próxima aula para ires falar com ele. Até as 11h15. Vais lá, resolves as coisas e depois voltas.", pensei para mim mesma. 

Agora temos um problema, eu não tenho carro para ir até a casa de fraternidade. Ainda não comprei um. Podia pedir o do Calum, mas ele está em aulas. O mesmo se passa com o Jake.

Só se for de táxi. Mas se as coisas correm mal em casa do Luke não tenho ninguém para me vir trazer a escola.

Apressei o passo até à saída da escola a procura do Michael. Já que ele queria que eu fosse resolver as coisas com o seu amigo, ao menos podia-me dar boleia.

Demorou 10 minutos até eu o encontrar sentado no chão a ouvir música com os seus óculos de sol na cara. 

Ele estava a fumar, pois tinha um cigarro entre os dedos.

Aproximei-me dele e toquei-lhe levemente no ombro. Ele deu um salto e atirou o cigarro para o chão. 

"Que puta de susto.", disse ele apagando o cigarro, "O que é que queres?", disse olhando para mim por cima dos óculos. O sol da manha batia-lhe na cara fazendo com que os seus lindos olhos verdes ficassem mais claros que o normal.

Drunk In LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora