Capítulo 08 - Sob o mesmo teto

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Anelyn

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Anelyn

Desde que eu me conheço por gente, moro nesta casa. A casa que mamãe comprou com a herança do meu avô e que foi o lar da minha família desde que eu nasci. Nós passamos maus momentos aqui, mas também passamos os melhores das nossas vidas. Tudo isso ficará guardado, de agora em diante, somente na minha memória. Nós — por vontade só da minha mãe —, estamos nos mudando e eu nem se quer sei direito para onde.

Ontem, quando cheguei da escola, a maioria das nossas coisas já estavam em malas e algumas caixas. Nós não vamos levar muita coisa, somente as de uso pessoal, já que nossos móveis são dispensáveis agora que vamos morar em uma mansão, segundo minha mãe. Eu não sei dizer ao certo o que estou sentindo, se é raiva, medo, ou os dois ao mesmo tempo. O que sei é que esse é o passo mais incerto que já demos em nossas vidas, tudo pode dar errado, inclusive, acho eu que a probabilidade de dar errado é consideravelmente maior do que a de dar certo, por isso, convenci minha mãe a deixar a nossa casa somente alugada ao invés de vendê-la. Essa casa é tudo que terei no futuro. É a minha herança e eu com certeza lhe darei o devido valor.

— Animada? — minha mãe pergunta descendo a escada, contente. Eu não respondo, pelo menos não com palavras, o olhar que lanço a ela diz tudo o que eu gostaria.

Além de estar dando esse salto no escuro, ontem a noite quase não consegui dormir de tanto ódio pelo babaca do Nicolas Mitchell. Também estou furiosa com Trevor, que me convenceu a sair com ele, eu menti pra minha mãe, fiz Melissa me arrumar como uma Barbie e tive que ficar horas escutando ela falar como ia ser legal quando Trevor e eu assumissemos um namoro e pudéssemos sair, oficialmente, em encontros duplos, para no final acabar vendo-o sair da balada desacordado e carregado por policiais.

— Você vai ver que todo esse seu drama não tem sentido. Nossas vidas vão mudar para muito melhor. — se aproxima e segura meus ombros com as duas mãos. — Comporte-se, filha. Quero que mostre a educação maravilhosa que dei a você. Seja gentil e delicada. E mostre o quanto você está feliz e agradecida pelo convite de irmos morar lá.

— Mas eu não estou...

— Shhhhh! Estamos entendidas. — diz, no momento em que uma buzina é acionada do lado de fora.

Um carro preto e luxuoso está parado à nossa porta e um homem de terno está de pé em nossa calçada, já com o porta malas aberto. Ele é um homem pequeno, poucos centímetros mais alto que eu. Deve ter seus quarenta anos, a pele é clara e os olhos castanhos claros, assim como os cabelos que consigo ver por baixo do cap de motorista.

— Bom dia, senhorita. Senhora, como está? Estão prontas? — ele pergunta, de forma gentil.

Assim que nossas bagagens são colocadas no carro, mamãe tranca a casa e nós seguimos para um lado da cidade onde eu nem ao menos já estive. As casas são belíssimas, cada uma mais que a outra, e a de Frederick não fica atrás, muito pelo contrário. A casa é recuada, assim que Dick se aproxima do portão branco e gradeado, ele se abre e um dos seguranças faz um gesto de cabeça, cumprimentando Dick. Entramos na propriedade e alguns metros depois pode-se ver toda a parte frontal da casa. A arquitetura é extremamente moderna, a pintura é marrom claro, com apenas alguns detalhes branco em algumas partes das peredes.

Sob O Mesmo Destino (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora