Capítulo 11 - A verdadeira face

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Nicolas

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Nicolas

Hoje deveria ser um dia feliz, como geralmente é para a grande maioria das pessoas, mas não para mim. Assim como tudo em minha vida, meu aniversário também se tornou uma data que para mim tanto faz. É inevitável não me sentir ainda mais melancólico e sozinho. Seria muito melhor esquecer essa data, assim como meu pai faz. Ele não faz questão se quer de me desejar um feliz aniversário, muito menos de estar comigo neste dia. Ele está viajando e eu tento ficar bem com isso, não ligar, não me sentir magoado, mas a verdade é que isso faz o meu peito doer, e o pior é ter que admitir isso mesmo que seja para mim mesmo.

Ofereci carona para a nerd novamente, já que nossos pais resolveram tirar mini férias, ou talvez uma lua de mel antecipada, e nos largar a própria sorte, mas ela não aceitou. Eles dizem que estão viajando a negócios, mas eu não me surpreenderia se meu pai estivesse longe de propósito simplesmente para passar esse dia longe de mim, como faz vários e vários anos seguidos, desde que a minha mãe faleceu.

Durante o trajeto até à escola tenho uma ideia brilhante, arriscada, mas brilhante. Dou meia volta e volto para casa. Hoje é meu aniversário, as pessoas se divertem nesse dia, e é isso o que eu vou fazer, não importa as consequências.

Dispenso todos os funcionários. Alguns, como Gina, me dão mais trabalho do que outros, mas acabo conseguindo. Faço algumas ligações e mais tarde mando mensagem com o meu endereço para todos os contatos que interessam. Hoje, a festa será aqui, na minha casa.

Mais tarde, conforme dá o horário da saída no colégio, as pessoas começam a chegar. Muitas garotas já estão com shorts muito curtos e exibindo a parte de cima de seus biquínis. Logo, alguns calouros da faculdade também chegam e a bagunça começa, assim como a diversão.

Ainda não são nem seis horas da tarde e várias pessoas já estão bastante alteradas pela bebida, a música está alta e tem comida, copos e garrafas de cerveja espalhadas por todo lado. Subo as escadas para ir ao banheiro, mas antes de conseguir alcançar o cômodo, alguém agarra a lateral da minha camisa e me empurra contra uma parede.

Por um segundo, penso que pode ser alguma gata com saudades ou desejos reprimidos, mas, como não sinto nenhum corpo macio contra o meu, logo percebo que não se trata de nada disso.

— Você ficou louco? O que significa essa bagunça? Essa música estrondante, essas pessoas? Onde está a Gina e os outros funcionários?

A nerd.

Por algum tempo, até havia me esquecido dela. Ela está com raiva, mas, mais que isso, está com medo. Claro que uma garota certinha como ela jamais daria uma festa em casa sem o consentimento dos pais — até por que ninguém ia aparecer. Reprimo uma risada com esse último pensamento e a encaro com desdém.

— Obviamente é uma festa. — respondo, ignorando seu tom repressor.

— Você só pode estar querendo nos meter em uma baita encrenca. Você já pensou o que vai acontecer quando o seu pai souber disso? — ela diz, deixando seu medo ainda mais evidente.

Sob O Mesmo Destino (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora