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Rio del Mar, condado de Santa Cruz, Califórnia. Era ali onde estavam. 

Klaus Mikaelson era o pai de Destiny. Ou melhor, era quem havia facilitado sua vinda ao mundo, mas não seu pai. Pais se mantém presentes nas dificuldades ao invés de abandonar a esposa e a filha. Mas o que a jovem poderia saber? Laurence mentiu sobre absolutamente tudo. Talvez, Klaus quisesse ter permanecido perto, mas a própria mulher o afastou. Não tinha como saber a verdade sem questioná-lo, no entanto, Kish permaneceu naufragada no silêncio, como se houvesse se esquecido da superfície onde sua língua habitava.

Após o estranhamento de fitar o pai sem ser em uma fotografia escondida embaixo das meias de Laurence, Klaus resolvera fingir não estar tão surpreso quanto a filha e pediu para que saíssem da água. E assim, Destiny o fez. Saiu do mar em silêncio, caminhando em passos pesados até a areia. A jovem apenas foi o seguindo como um cão desorientado, sem saber para onde iam. Sem nem saber se Mikaelson queria ser seguido. Mas como ele não protestou, Destiny tomou seu lugar no carona do Renegade Jeep quando o pai sentou-se no banco do motorista, ligando o carro e dando vida ao motor barulhento. Antes dele dar partida, o olhar de ambos se encontraram. A confusão na mente de Kish se intensificou, esperando que seu pai lhe desse um sorriso gentil como Laurence o faria. Ao invés disso, seus lábios permaneceram firmes, assim como seus olhos, que não ressaltavam nenhum tipo de afeto. Klaus fitou o horizonte através do para-brisa e começou a dirigir. No fim das contas, não importava o quanto Destiny tentasse se enganar, dizendo para si mesma que não, não gostava de carinho e afeto. A verdade é que, mesmo a contragosto, é exatamente o que todos querem. 

Ele dirigiu por menos de cinco minutos e estacionou o veículo na garagem. Ainda sem olhar para a filha, Klaus saiu de seu assento e Kish o seguiu. A casa não era enorme, mas para uma pessoa, era mais do que o suficiente. Era rodeada por árvores e plantas nascendo no chão terroso. Havia um deck na parte da frente, com mesas e cadeiras aparentemente confortáveis, mas algo dizia à jovem que ninguém entrava naquela residência além de Mikaelson. A sala de estar, a cozinha e a sala de jantar eram próximas e banhadas com a luz do dia, devido as duas janelas amplas no teto e ás quatro vidraças que concediam visão ao deck. 

Eles se sentaram na mesa de jantar, como se aquele fosse o habitual entre eles. Como se Destiny houvesse acabado de chegar da escola e se sentasse para almoçar e desabafar com o pai sobre algum besteirol adolescente. Mas eles sabiam que não era esse o caso. 

— Você é real? — indagou, redescobrindo que tinha uma língua para ser usada. A face neutra de Klaus permaneceu da mesma forma; ilegível.

— Seus pensamentos caóticos cessariam caso eu respondesse não?  — seu tom de voz era grave, mas entonado calmamente. Como ele pode não estar nervoso? - ela pensou. 

— Meus pensamentos caóticos, no momento, querem saber se isto — seus olhos percorreram o ambiente — é real. 

As costas de Klaus relaxaram mais na cadeira e seus braços se elevaram cruzados à altura do peito. Ele a analisava em silêncio. 

— Sim. Isto é real. 

— Como isso é possível? Eu estava a poucos minutos atrás com...

Brenner. Mas citar este nome significaria explicar que Laurence a abandonou e que sua nova casa era um laboratório, cujo testam pessoas como... Eles. Seu pai também tinha dons, talvez ele conseguisse tirá-la de lá ou, quem sabe...

— Brenner — ele respondeu, quando o silêncio se estendeu, devido aos pensamentos fluídos de Destiny. 

A jovem piscou algumas vezes, tentando retomar a linha de raciocínio. 

Push me Harder ✧ Stranger ThingsOnde histórias criam vida. Descubra agora