Um estranho no espelho

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"O céu é o limite" já dizia a expressão popular, mas o limite de Rogue era naquele quarto do hotel Di Fratelli

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"O céu é o limite" já dizia a expressão popular, mas o limite de Rogue era naquele quarto do hotel Di Fratelli. Qualquer coisa ao seu alcance se tornara insustentável. A cama vazia, o som do ar-condicionado e o pequeno criado mudo era um mundo inverso mediante a falta de sentido em sua vida cercada pelo medo, medo de ser preso, medo por Mari, medo da solidão, medo do passado, medo dos sentimentos, e pensar que à alguns dias atrás estava descendo a 'serra' de Mari, e afirmando que o amor lhe tirara todo o medo.

Deitou-se de costas sobre a cama com os pés no chão. Ainda eram 18:00 o que tinha para fazer? Qual lugar ir? Mais de 120 quilômetros o separava de sua casa, não podia voltar tinha certeza de que os terminais estariam sendo vigiados, estourara o limite da CC e o dinheiro: ah! O dinheiro estava escasso. Que merda de assalto bem-sucedido é esse em que você tem de passar o resto da noite em um hotel olhando para o nada? Talvez não tivesse sido bem-sucedido, nunca saberia se caso estivesse com os 100 mil seria diferente, era improvável que mudasse alguma coisa.

Ainda se recorda de seu primeiro roubo, foi no supermercado Dia. Rogue acabara de chegar da escola, e a casa estava vazia como sempre, ninguém lhe perguntando como foi a aula, ou se teve prova, ou quanto tirou na prova, e se veio lição de casa, ou se há algum trabalho em dupla, era só o vazio e o almoço do dia anterior.

Sempre ia para as esquinas fumar um baseado com Bruno, nelas sempre rolavam as ideias, as zoeiras, as amizades e as fumaças, muitas fumaças. Nesse dia eles se encontraram com Paulo.

-Puta merda! Esse cara chato tem que estar aqui. -Reclamou Bruno sussurrando.

-Ei rapaziada. -Gritou Paulo ao avistá-los -Tenho um corre louco ae na cena, vocês querem entrar?

-Que corre mano? -Perguntou Rogue

-Um assalto mano, vai eu e mais um, será num supermercado, é rapidinho nos vai de moto.

-Ah! Não, estou suave. -Argumentou

-Para de ser frouxo mano, vamos lá, é só pegar o dinheiro e sair fora não tem erro, são mais de 10 mil.

Rogue franziu a testa.

-É suave mesmo?

-Claro mano já fizemos isso tantas vezes, não tem erro.

Rogue pensou no almoço azedo e no seu QIX furado.

-Certo mano, vamos nessa.

-Eu não vou -Recuou Bruno.

-Ei Brunão, tá tranquilo mano, vamos lá são 10 mil cara. Dá para você comprar um celular. -Disse Rogue.

Bruno pareceu pensar.

-Beleza! Mas se algo sair do controle, eu vou pular fora.

-Firmeza mano.

-Firmeza mano

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