Vitória?

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❝ Será que os verdadeiros heróis são tão perfeitos assim? Ou será que somos tão imperfeitos que os disfarçamos bem o suficiente para nos compararmos a eles? ❞

O feixe vermelho atravessou o corpo do homem, sem efeito algum e fez um pequeno estrago no piso. Entorpecido de fúria, William apertou o gatilho na direção de Astro e o mesmo ocorreu, apenas o chão foi atingido pelo tiro.

— Hologramas? — murmurou a mulher ao lado de Le North, em tom de surpresa.

As imagens de Astro e Jon começaram a gargalhar.

— Sobre você ser um tolo, eu já sabia — provocou Greeves, com um sorriso malicioso emoldurando o rosto. — Mas, seus amigos, não.

POU!

William caiu ao chão abruptamente. Havia recebido um tiro de blust na costela, de metros à distância. Quem segurava a arma era Verônica, escondida em um dos pilares da nave.

O homem gritou, sentindo uma dor incansável. Le North e a outra mulher observaram os arredores da nave, segurando atentamente suas clasteres.

— Astro, quando o Fedor grita, ele está peidando? — indagou Jon, esticando os braços, com um quê de provocação.

— Aí é diarréia — respondeu Astro, com um provável sorrisinho por debaixo do capacete.

Seus hologramas desapareceram e deixaram os três isolados ali.

— É uma armadilha! — retrucou a mulher, seguindo em direção retilínea. — Temos de fazer a tripulação de refém...

No mesmo instante, o teto despachou muros que desceram até os chãos, e geraram um som inquietante de estrépito. Ao se darem conta, os três estavam trancafiados no lugar.

— Compreendo, ele planejou tudo... — riu Le North, admirado. — Ele veio até aqui e posicionou os hologramas nas extremidades da nave para nos atrair, sabendo que esse espaço poderia ser utilizado sem preocupações, e ainda posicionou alguém para balear um de nós com sua distração, acreditando que ver uma situação destas, nos deixaria em pânico.

— Acho...que...ele...conseguiu... — murmurou William, com dificuldade, tentando se erguer, o tiro de blust havia perfurado sua armadura abaixo da roupa e deixado uma queimadura dolorosa.

— O que vamos fazer agora?! — perguntou a mulher, o desespero fazendo-a trazer as mãos à cabeça.

— Acalme-se Aira. Se eu não tivesse uma escapatória para isso, não me chamaria Le North — falou o homem, confiante, afagando os cabelos longos


***

Greeves e Astro rumaram até onde Verônica estava, ambos batiam palmas e Verônica não sabia se respondia àquilo com olhares de censura ou um sorriso que demonstraria que realmente foi irado demais. Particularmente, o narrador antecipa de que ela adorou isso mesmo, não adianta nos enganar Vê!

— Acho que vou contratar você para ser minha nova segurança — elogiou Jon, abraçando Verônica.

— Para com isso... — retorquiu ela, tentando mascarar o sentimento de adrenalina e empurrando Jon.

— Sei que gostou de se vingar um pouquinho — sussurrou ele. — Viu? Dos pretendentes que eu te livro? Complicado hein...

— Patrón, não é hora para conversas, o que iremos fazer quanto a eles? — indagou Astro, com uma formalidade, forçada.

— Aprende com ele a respeitar o chefe — gargalhou Greeves para Verônica, que o xingou veêmentemente e andou até os assentos. — Brincadeira. Literalmente, esperaremos sentados. Ainda suponho que seja difícil aquele homem não ter um plano B.

Na verdade, Jon não conseguiu processar os próximos passos que daria a partir do seu próprio plano, estava em choque. A atitude de Verônica quebrava totalmente seus pensamentos de que ela era uma mulher indefesa e mesmo elaborando o planejamento e tendo em mente que isto aconteceria, não imaginou que impactasse seus pensamentos. Mas até que ponto ela poderia realmente saber se proteger? Ele não era tão especial para que eles ficassem juntos...o melhor para ela e para ele, seria terminar esse relacionamento de uma vez por todas. Ser o "El Patrón", atualmente se mostrou uma tarefa perigosa e que envolveria a vida das pessoas que ele ama. Apesar de tudo, era da Verônica que ele falava em sua mente confusa. A mesma Verônica que conheceu um ano atrás.

No próximo capítulo, o escritor manda avisar que falaremos dela, Verônica!

Jon Greeves - A História de um Babaca do Século 23Onde histórias criam vida. Descubra agora