❝ O ego parece apedrejado ao extremo, porém ele é nosso maior aliado quando não temos a ninguém ❞
— Brincadeira. Literalmente, esperaremos sentados. Ainda suponho que seja difícil aquele homem não ter um plano B.
No mesmo instante, um tremor atacou a nave, e não fosse por Astro que pisou de forma veêmente o chão liso, Verônica teria caído, pois não vestia as botas.
— A Brincadeira acabou! — urrou um Réptiliano uniformizado de co-piloto, surgindo da direção em que certificou os três que ele teria assassinado todos os pilotos da central da tripulação.
Como de costume, os Reptile tinham a pele encouraçada por escamas, eram verdes e lembravam um jacaré com a simples diferença de não possuírem uma boca gigante, mas sim, lábios duros que escondiam presas afiadíssimas e o nariz ser constituído por fendas. A calda acabava de chicotear a calça e aparecer sacudindo-se de um lado para o outro.
Os olhos de fisga do Reptile fuzilaram os de Greeves e a pistola Sub-Venom — renomadas pelos tiros de baixo dano, contudo, tendo a compensação de uma recarga rápida — disparou um tiro de plasma.
Greeves se jogou para perto de um dos assentos e usou-o como barreira, Astro pulou com Verônica para o chão, e o tiro atingiu o teto.
Jon, tomou a atitude de sacar do coldre a Claster, contudo, se abaixou ligeiramente quando um novo disparo quase esquentou sua cabeleira, e atingiu uma das gavetas que continham alimentos na parte superior da nave.
Astro conseguiu arremessar Verônica para os assentos da fila oposta à de Greeves, no entanto, quando engatinhou para o que chamaria de barreira, um tiro acertou a bota e ele recaiu o queixo ao piso com estrépito. Neste instante, Jon elevou a cabeça e atirou um feixe vermelho que raspou a coxa direita do Reptile.
Verônica puxou o corpo de Astro para a barreira, e ele soltou um grunhido de dor, o queixo inchou imediatamente e a bota perdera a capacidade de se fixar à nave em movimento.
Os olhos do Reptile ebuliram de ódio, e ele fungou com força, a resistência a tiros lhe conferiu uma micro cicatriz. Rápidamente apontou a Sub-Venom na direção da fila de assentos e apertou o gatilho. A fila foi varrida pelo tiro, que teve poderio suficiente para fazer um buraco na cadeira que Jon se escondia, passando perto de seu nariz e colidindo à parede da nave, largando uma marca preta de incineração.
Verônica se desvincilhou da cordinha nas costas que agarravam a Blust e encaixou a fenda da arma no espaldar da cadeira. A mira se ajustando metículosamente. Mas foi tarde demais. O Reptile, conseguiu perceber, e descobrindo a localização precisa deles, redirecionou a pistola.
A nave solavancou, anunciando que algo havia acertado ela novamente. O Réptiliano tombou no chão e o estampido chegou ligeiramente aos ouvidos de Geeeves e Verônica. A mulher havia apertado o gatilho da Blust na hora errada, o feixe bateu um dos adaptores de gravidade, e todos começaram a flutuar lentamente. Verônica subiu pelo ar segurando a Blust e o inimigo começava a flutuar sobre o chão, com um sorriso satisfeito quando os dois se entreolharam no ar.
As botas salvaram Greeves deste mal, mas seus movimentos foram igualmente lentos e ele disparou com a Claster novamente, desta vez o feixe raspou violentamente o braço do Réptiliano e acertou novamente o adaptador de gravidade. Os movimentos de todos se tornaram mais rápidos e o ser de outro planeta guinchou, a Sub-Venom fez o resto do trabalho. Estava prestes a atravessar em direção certeira o corpo de Verônica, mas Astro foi astuto e um feixe expelido de sua Claster, colidiu ao tiro de plasma, causando uma pequena explosão de vácuo.
Astro havia passado sorrateiramente, escondido pelas filas de cadeiras e agora estava próximo o suficiente do réptil, chutando sua mão escamada e fazendo a Sub-Venom girar para longe. Entretanto, a calda do alienígena se agarrou à perna do marciano e o derrubou. Sem chances, o homem verde se encaminhou até a parte onde estavam seus companheiros por meio de um pulo engajado pela gravidade. Nesse instante, Greeves atirou mais uma vez no adaptador, Verônica e o Reptile se sentiram em queda repentina e se colidiram ao piso aeroespacial. Astro tombou também, pois estava caindo gradativamente quando o réptil empurrou-o.
Greeves se retirou do assento e correu rente ao monstro, entretanto, ele rastejava velozmente igual a um crocodilo. Jon comprimiu a distância do dedo para o gatilho da Claster. O réptil saltou e escalou as paredes e o feixe vermelho chocou-se no chão onde antes estava. O Réptil subiu o teto e Greeves tentou repetir o movimento, porém, o inimigo lançou-se sobre ele, com uma voadora que o fez rolar pela nave e soltar a Claster no meio dos dois. O Reptiliano tangiu num pulo até a arma, apto a arrancá-la do piso, Jon se jogou da mesma forma para impedí-lo.
POU!
Um tiro de longa distância alvejou o ombro do extraterrestre, foi a Blust de Verônica e percebendo-se cercado, ele recuou, estancando o sangue com a mão.
— ELE ESTÁ FUGINDO PARA ONDE ESTÃO PRESOS! — bradou Jon, esticando a mão até a Claster e aprumando-se em adrenalina.
Um som ruidoso foi ouvido e a nave sacudiu mais uma vez, onde os três quase se desequilibraram.
— JON! ESTÃO ATACANDO B-17800! — alarmou Astro, com uma expressão que por dentro do capacete seria a de desespero.
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Jon Greeves - A História de um Babaca do Século 23
FantasiO brasileiro Jon é o homem mais rico do mundo. Surpreendentemente é bilionário em ignorância e nasceu com o poder da sorte. Por conta de um infortúnio, a máfia virá atrás dele para vingar um velho amigo. Os únicos parceiros com que Jon poderá cont...