Adeus.

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Ana  Clara Caetano.

Acordo com barulho de tiros de canhão. Olho o projetor no meu pulso e vejo mais dez mortos. A cacheada novamente não está no meio. Ela não pode morrer, não me devendo algo.

Não dormi menos que três horas. Mas foi o suficiente, estou em pé e com foco.

Hoje é dia de caça. Irei fazer uma caminhada. Tomar território.

Agora são 45 na floresta. Loucos pra receber o prêmio. Uma mansão, dois carros mais meio milhão de dólares.

Eu preciso também achar a Bárbara. Ela é minha companheira de restrito. Ela me ajudou bastante.

Saio adentrando na floresta mais densa. Me abaixo vendo um homem de uns vinte e oito anos de idade. Estava arrumando a sua espada, ela estava empenada.

Sorrateiramente me aproximo, o mesmo não percebe minha presença. Agora chegando mais perto, saio do mato e dou um passo largo, penetrando a faca em seu corpo.

Depois do tal ato me ajoelho no chão. Sinto lágrimas escorrer fortemente.

- Desculpa tirar a tua vida... Mas se eu não te matasse, eu que seria a morta.

Me levanto com um peso nas costas. Olho a sua arma e pego-a, pode ser útil.

- Obrigada pela espada...

Agradeço pelo menos.

Saio caminhando e vejo movimentos, tá muito aglomerado aqui.

Novamente me assusto com um tiro de canhão. Nem preciso olhar pro meu projetor pra saber quem é. Droga! É muita crueldade a parte.

Saio singelamente. Não podem me encontrar.

Agora encontrando uma trilha, começo a andar fora da mata densa.

Me assusto quando vejo alguém apontando um arco com uma flecha pra mim.

- Ana Clara?

Era a Bárbara. Caraca era a Babi. Corro até ela e dou um abraço apertado.

- Pensei que...

- Pensou errado. Para com isso. Eu tô bem!

Dou um sorriso.

- Foi ótimo te achar!

Concordo.

- Agora seremos parceira!

Dou um sorriso largo.

- Mas é claro, tava louca pra te achar e po...

Eu permanecia com o sorriso largo, observando a alegria de Bárbara. Mas logo o meu sorriso morreu. Ouvi barulho de flecha ser lançada, e em menos de um segundo cravar no peito de Bárbara.

- BÁRBARA!

Ela cai em meus braços. Não, por favor não!

Olho pro lado e vejo uma mulher também ruiva com um sorriso nos lábios. Ela já ia pegar mais uma flecha, mas eu sou mais rápida e saco a minha faca e a lanço em sua garganta.

Vejo seus olhos se arregalarem e por ali cair mesmo. Simples, servi o exército, e atirar com facas é fichinha pra mim.

- Sua idiota!

Coloco Bárbara no chão e aliso o seus cabelos.

- Bah, por favor, aguenta, eu vou dar um jeito... Só fica comigo.

Ela ainda respirava um pouco.

- Não dá Aninha. Chegou minha vez, e eu fui escolhida como caça... Amo você.

Ela passa a mão em meus braços fazendo um carinho.

- Por favor fica comigo?

Sacudi ela. Mas ela apenas da um sorriso de orelha a orelha.

- Valeu a pena. Nunca fiquei tão feliz em te ver, e eu ficarei contente por morrer junto a ti...

E aquele sorriso foi se desmanchando e sua respiração parou. Ela tinha partido. Eu odeio ver isso.

Começo novamente a chorar. Eu tenho que ser forte, eu preciso seguir.

Deu vontade de gritar, mas não podia. Apenas chorei, chorei pra aliviar.

Passo a mão em seu rosto e seus olhos se fecham lentamente. Faço um velório digno a ela. Trago algumas flores que tinha ali e coloco ao seu redor. Depois arrumando um buque pondo seus braços em volta dele.

- Te amo babi... descanse em paz.

Dou um beijo em sua testa e me levanto dali.

Vou até a outra garota que matou a Bárbara e retiro minha faca de seu pescoço.

- Desculpa, mas você que quis. Uma hora o outra, todos nós 59 vai morrer.

Dou uma pesada respiração. Passo também minha mão em seu rosto fazendo seus olhos se fechar.

Saio novamente, só que agora em direção a floresta. Ao caminhar ouço os dois barulhos de tiro de canhão, olho meu projetor e vejo: Restrito 50 restrito 13. A Bárbara se foi.

Droga! Isso está me deixando louca. Meu estado mental é muito fraco.

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