Eu sou um telefonema recusado
Eu sou a carta rasgada, não lida
Se lida, serei incompreendidaEu sou uma noite chuvosa
O não aparecimento do sol
Fagulha teimosa tentando não sumir
Tentando permanecer em pé no vendavalO vento já soprou
Trouxe um aroma agridoce
Que cheiro é esse, menina?- Lágrimas com sangue, é meu perfume.
Ora, que isto? Não diga bobagens!
Cada vez que o vento uivar
Será um pedido de Socorro
Para alguma força ocultaO mar de mortos me puxa
Me quebra os ossos e rasga a alma
Eles me querem do outro lado
O fato é que também quero ir
Mas também não quero causar mais dor
Já não basta a minha dor?Não me jogue flores, é decreto
Jogue sentimentos negados
Na beira da lápide, qual é teu segredo?
Conte-me todos, não minta, Não agora.
Eu quero que você tire o calçado e pise no chão de terra, sente-se e converse comigoNão terei visitas, terei?
estranhos nas alamedas
Velas que queimam choronas
Concreto que veda o mau cheiro
Por dentro só restos de carne
Não entra luz, não entra música
É o encerramento da andança
O final da estrada que machucou.Isso é para depois, Não sabemos quando
Isso soa como devaneio psicótico
Isso não se parece com viver
Oscilando fraquinha
Indo... indo... perdendo a lógica
Viajantes que somos
Não aproveitamos a viagem.Pegue a bagagem
O que você está levando com você?
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Tudo aquilo que não foi dito
PoesiaA poesia de uma jovem amargurada, impopular, com múltiplas personalidades e paranóias. Em cada poema há um pouco da minha dor, essa é a minha voz, mesmo que queiram ainda me silenciar. Para todos que estejam dispostos: Tudo Aquilo que não foi dito...