Capítulo 16

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*ARABELLA* 

O sol bate na janela e seus raios a atravessam vindo diretamente em meus olhos, fazendo com que eu cubra a cabeça com o cobertor. Deus, como eu queria mais um tempinho na cama quente.

- Bom dia! - Cecília entra no quarto sem bater.

-  Ninguém te ensinou a bater não? - sinto que fui muito áspera, mas minha cabeça nega a se desculpar.

- Eita, alguém acordou de mal-humor hoje em. - ela da risada e ergue as mãos em sinal de paz.

- Não estou para brincadeira hoje, Cecília. - termino de colocar meu vestido e me viro para ela terminar de amarrar os fios atrás.

- Prima, se quiser conversar sobre ontem saiba que eu e Trice estaremos sempre aqui. - ela coloca a mão sobre meu braço e depois faz um leve carinho  em meu rosto que está carrancudo.

- Obrigada. 

 Desço as escadas e percebo que ainda faltam mais três escadarias para descer até a cozinha. Enquanto caminho penso sobre ontem e sobre o ano passado, desde que Mathew chegou aqui. Antes dele era tão simples e tão calmo, mas depois que ele chegou até Arendel tudo ficou um caos. Eu perdi totalmente o juízo ao me entregar pra ele, e por causa dele eu fiquei desacordada durantes longos 7 meses e aquela ruivazinha miserável entrou na minha vida e tomou Mathew de mim, mas sabemos que ele nunca se entregou totalmente à ela e mais uma vez por conta dele eu fui humilhada, chamada de vadia e tudo mais.  Tudo por causa dele.

- Arabella. - logo pela manhã Mathew já aparece do meu lado me atazanando.

- Majestade. - o corrijo e consigo sentir a expressão de incredulidade em seu rosto.

- Como assim majestade? - ele pergunta e começa correr para tentar me acompanhar. - Nós transamos um monte de vezes, não tenho porque te chamar assim. - ele para na minha frente.

- Majestade. - eu reviro os olhos e passo a língua pela bochecha e saio andando. - Pra você continua sendo majestade. - grito enquanto desço até a cozinha.

- Meu Deus, prima, melhora essa cara. - Beatrice sai da escadaria direita e me encontra quando saio da escadaria esquerda.

- Impossível! - exclamo e viro para a escadaria que leva até a cozinha.

- Onde pensa que vai, Bella?

- Até a cozinha. 

- Nós temos hospedes que vieram ficar conosco nessas festas de natal. - Beatrice me puxa e me leva até a entrada onde os hospedes estão.

 Meus Deus, já são as festas de natal e eu nem percebi!

— Majestade! - um rapaz alto dos olhos verdes e cabelos castanhos se levanta e se abaixa fazendo reverência.

— Prima, este é Andrew, príncipe do reino de Gothsa. - Beatrice aponta para Andrew e depois para uma moça de cabelos ruivos. Estou tendo um D'javu. - Está é Charlotte, irmã de Andrew.

— Majestade. - ela segura uma parte do vestido e se abaixa levemente fazendo a reverência.

— Vou mandar que Philip o acompanhe para seu quarto, príncipe Andrew. - digo e dou um sinal para Philip que logo assente com a cabeça.

— Venha conosco... É... Charlotte. - esqueço por alguns instantes o nome dela e me pego pensando em América.

— Ah, por favor, me chame de Charlie. - Ela solta um sorriso meigo e levanta as mãos.

— Tudo bem, Charlie. Vamos? - estendo a mão para que ela venha conosco, mas se recusa.

— Preciso tomar banho, Vossa Majestade. Não seria um incômodo recusar o convite, ou seria? - ela é tão doce e delicada, deve ter lá seus 14 anos.

— Claro que não. - sorrio e seguro em suas mãos. - Pode ficar tranquila, nos vemos no jantar. Seu quarto fica lá em cima na última escadaria.

Charlie sorri para mim e Beatrice e sai andando. Tenho dó que ela precise subir 4 escadarias para chegar até o seu quarto.
  Ela se parece muito com América. A cor dos olhos: verdes cristalinos. A cor de seus cabelos é idêntico ao de América. Uma versão criança dela.

— Você pensou o mesmo que eu pensei? - Beatrice pergunta enquanto andamos até a cozinha.

— Que ela se parece com a vadia da América? Sim.

— Gente, vocês viram a princesa Charlotte ? - Cecília chega eufórica na cozinha. - Ela é idêntica à América.

— Pois é. Tive o desprazer de reparar isso. - me sento e pego uma maçã.

  Enquanto estou comendo e pensando o porquê que gosto de Mathew, minha cabeça começa a girar e latejar e sinto vontade de vomitar. Me levanto correndo e vou até a janela, e lá despejo todo o café da manhã.

— Bella, você está bem? - Philip chega até mim e me segura antes que eu possa cair no chão.

— Acho que agora sim. - me levanto e me recomponho. - Depois de jogar todo o café da manhã janela abaixo, é, acho que estou bem sim. - dou risada e todos caiem na gargalhada.

  Já é noite e todos descemos para a sala de jantar. Charlie e Andrew sentados um ao lado do outro do outro lado da mesa. Eu, Beatrice, John, Cecília e Philip do outro lado. E Mathew como sempre atrasado.

— Onde será que o infeliz do Mathew se enfiou? - pergunto impaciente e parcialmente irritada pela demora.

— Falando no diabo... - John diz quando vê Mathew passando pela porta.

— Desculpe meu atraso, é que eu... - Mathew fica com o queixo no chão quando vê Charlie sentada na mesa. O que não era de se esperar não é mesmo?

— Da pra sentar logo, Lorde Mathew. - estou sendo muito dura com ele, mas é para ele aprender a não fazer nada com as mulheres e depois sair se gabando por aí.

— Shhh. - ele estende a mão em sinal de pare e continua olhando para a mini América em sua frente. - Charlie?  Espera! Eles se conhecem?

— Meu Deus, Mathew! - ela levanta e o abraça. - Que saudades.

— São amigos de infância...- Andrew quebra o nosso silêncio percebendo a cara de incredulidade que estamos fazendo.

— Você continua linda como sempre. - Mathew a afasta e a olha de cima até embaixo.

— Disfarça essa cara, Arabella. - Trice me cutuca com o cotovelo percebendo que arqueei as sobrancelhas e que estou revirando os olhos a cada palavra de Charlie e Mathew.

  Minha cabeça começa a rodar novamente e a latejar mais forte do que hoje pela manhã. Me levanto para sair e tudo começa a rodar e ficar escuro.

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