Capítulo 7

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*ARABELLA*

Acordo no meio da floresta com Beatrice e os outros. Me sinto péssima, com dores em todas as juntas do meu corpo. Vejo Beatrice acordar e levantar com uma expressão de quem está de ressaca um olho arregalo e o outro semi aberto, como se a luz do sol que ainda nem surgira estivesse a incomodando. Seus cabelos castanhos estão todos cheios de nós e folhas. Ela se recompõe e pega as nossas roupas que sempre deixamos num canto da floresta para quando nossa transformação acabar e voltarmos ao normal, nos vestir.

- Está com dor ainda? - ela me pergunta jogando um pedaço de pano que nem se considera um vestido.

- Estou morta! - digo e vou vestindo a roupa.- Parece que foi minha primeira transformação novamente. - lembro que tem um lobo metade bruxa novata dentro do palácio presa em correntes nos seus aposentos, com Philip. Meu chefe da guarda virou picadinho.

- Vamos, já estamos no crepúsculo.- Beatrice me ajuda a levantar enquanto raciocínio.

- Cecília ficou amarrada no quarto dela.

- Se Philip ficou em pedaços temos que arrumar toda a bagunça e segurar a fera que vai estar abalada porque comeu o namorado. - Beatrice fala enquanto tira as folhas de seu cabelo.

Minhas dores no corpo, minha transformação sem estar sobre a luz da lua e Cecília que passou por dores piores por ser sua primeira transformação, ainda mais sem estar sobre a luz da lua e presa por correntes, é culpa de Mathew. Eu vou matá-lo assim que encontrá-lo.

Chegamos ao palácio e fomos direto ao quarto de Cecília sem fazer barulho. Vejo Cecília acorrentada dormindo na posição de conchinha coberta por um lençol branco.

- Ela teve uma noite difícil. - Philip está sentado numa poltrona olhando fixamente para Cecília dormindo no chão.

- Como ninguém escutou os uivos? as rosnadas? - Beatrice pergunta com os olhos arregalados olhando a aparência de Philip.

Philip está acabado. Suas olheiras nem são de cansaço, e sim por estresse e medo que passou com Cecília a madrugada toda. Está pálido, parecendo um papel.

- Antes dela se transformar, ela fez um feitiço para o som ficar apenas neste quarto. - Philip para de encarar e vê minha aparência derrotada. - Meu Deus o que aconteceu com você? Está toda torta!

- Culpa de um moreno alto, dos olhos castanhos. - respondo.

- É. Ontem ele passou dos limites. - Philip diz e se levanta para cobrir Cecília com uma manta.

- Agora se me dão licença, tenho que ficar linda e com a aparência ótima para matar um indivíduo chamado Mathew. - Debocho e vou para meu quarto.

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*MATHEW*

Acordo e percebo que são quase dez horas. Desço as escadas e Beatrice para na minha frente com sua cara de taxo como sempre e logo digo:

- Já estou indo para lá. Nem se dê ao trabalho de gastar suas preciosas palavras comigo. - digo com a maior arrogância. Hoje é um daqueles dias que acordei de mal humor e de mal com a vida.

Entro na sala do trono e logo vejo uma criatura de um metro e meio num vestido rosê levantando do trono. Arabella está furiosa, percebo pelo seu olhar me fulminando.

- Vossa Majes... - Antes mesmo de terminar de falar, ela voa em meu pescoço me enforcando.

- Seu desgraçado! Você tem noção do que quase fez ontem? Eu vou te matar! - ela grita e ecoa por toda a sala. - Eu deveria ter te arrebentado no primeiro dia que você apareceu falando sobre a floresta, seu miserável. - antes que ela pudesse me atacar mais ainda com as palavras, foi arremessada pra perto do trono e vejo Cecília para na porta com suas olheiras roxas se destacando em sua pele clara e em seu vestido rosa. Ela está com a mão estendida em direção a Arabella.

- Eu mesmo o mataria, prima, mas ele não sabia o que estava fazendo. - ela me olha com rancor e me defende diante daquela mulher que deveria se comportar como uma rainha.

- Saiam todos daqui. - Arabella rosna para nós dois.

- Não Bella. - Cecília a afronta.

- Eu mandei sair, agora!- ela grita e as janelas da sala se abrem entrando uma forte brisa e Cecília me puxa para sairmos correndo.

Saímos da sala e a porta se fecha com muita força. Com certeza deve ter ecoado pelo o castelo inteiro.

- MERDA! - escuto Arabella gritando e quebrando todas as coisas dentro da sala.

- MERDA! - escuto Arabella gritando e quebrando todas as coisas dentro da sala

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