CAPÍTULO 29

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Continuação...

— Você conseguiu! - Mathew me abraça junto com Hanna.

  Começo a chorar tudo o que eu precisava chorar. Tudo o que eu tinha guardado para mim nestes últimos dois anos quando Mathew apareceu no palácio e tudo o que eu havia guardado naquela eternidade chamada Nova York.  Ouço correntes se arrastarem pelo chão e decido ver o que era. Limpo as lágrimas e vou em direção ao som. Quando vejo o que significa o barulho arregalo os olhos e com o queixo caído consigo dizer apenas:

— Meu Deus...

Vi Beatrice e Cecília ficarem de queixo caído ao verem a mesma coisa que eu estava vendo. Mathew, John e Philip se olharam confusos e depois para nós esperando alguma reação.

— Mãe! - exclamei sem acreditar no que eu avistara.

  Cecília e Beatrice começaram a se olhar com os olhos arregalados e olhando para as duas mulheres acorrentadas nuas caídas no chão do meu Palácio.

........

MATHEW

A rainha e as princesas estavam com os olhos saltados para fora quando viram duas mulheres nuas caídas no chão acorrentadas no pescoço. Eram os lobos!

— Mãe! - Arabella disse enquanto uma mulher com os cabelos meio cor de mel, meio alaranjado levantava a cabeça. Seus olhos eram iguais o de Cecília: grandes só que verdes água.

— Mamãe! - as princesas falaram em um unisom.

   Outra mulher levantou a cabeça: seus cabelos eram escuros igual ao de Beatrice; seus eram escuros assim como os da filha mais velha, porém a cor da pele era do mesmo tom da pele da sobrinha.

  Arabella se abaixou e estendeu a mão direita para frente e deixando a magia fluir por seu sangue fazendo com que as correntes do pescoço da mãe se arrebentassem. Cecília e Beatrice imitaram a prima e juntas quebram as correntes que prendia a mãe pelo pescoço. Todas se abraçaram e lágrimas caíram. Só então perceberam que as mulheres estavam nuas quando Philip deu dois cobertores para elas se envolverem.
  Depois de contarem como Celine as prendeu por anos e as controlou como lobos, Evangeline se levanta e vem até mim:

— Quem é você? - seus olhos grandes verdes me assustam. Conhecer a sogra assim depois que vê sua mulher morrer duas vezes e ressuscitar  mais  duas vezes não é fácil.

— Principe Mathew, de Berlig, Majestade. - inclinei a cabeça enquanto balançava Liliam para se acalmar.

— Ele é meu marido, mãe. - Arabella interviu nas apresentações constrangedoras entre mim e sua mãe.

— Marido? - senti uma agulha perfurando meu estômago. — Finalmente, hein! - ela bate palmas e da pulinhos segurando o cobertor para não cair.

Bella continuou:

— Essa e minha filha, Liliam.

— Arabella! - Evangeline mais parece mãe de Cecília do que de Arabella. — Quanto tempo eu fiquei fora?

— Talvez uns 6,7 anos... - Bella suspirou.

  Luara, mãe das princesas, se levantou e foi até John:

— Suponho que seja o marido de Beatrice - John acentiu, então sua sogra começou a chorar e prosseguiu —  E essa é minha neta?

— Sim, Alteza. - ele sorriu.

— O nome dela é Freya, mãe. - Beatrice limpa os olhos inchados de chorar.  — Nasceu hoje!

  Luara e Beatrice se abraçaram e todos derramaram lágrimas, inclusive eu.

— E você, Cecília? - a mãe prosseguiu para a filha mais nova. — Que volume é este na sua barriga? Você está grávida e solteira? — o olhar de Luara fez Cecília se encolher.

— Eu sou o marido dela, Alteza. - Philip se encolheu num canto quando viu os olhos amarelos da sogra. Seria agora sua morte?

— Não precisa se encolher aí, bobinho. - ela deu risada. — Estou brincando. Vi a aliança na mão de todos vocês. — Já pensaram em nomes?

— Vai ser Raven, mamãe.

  Explicamos toda a história para as duas, de todos os anos. Eu e Arabella contamos nossa linda história de amor e traição para Evangeline que ficou com o queixo caído logo no começo da história, mas depois aplaudiu no fim. Luara adorou a história emocionante dos amassos de Cecília e Philip no jardim e amou mais ainda quando Arabella falava que eles ficavam transparentes quando pegava os dois no flagra. Todos rimos e choramos de alívio por tudo ter se acabado ali. Celine estava morta, as bruxas do norte também. Eu já conseguia me acostumar com pouco sangue. Evangeline não aceitou muito no começo o fato de eu ser um vampiro, mas entendeu com o contar da história.

— Em fim, dormiremos. - anunciou Arabella.

— Não vou agora. - Evangeline protestou.

— Mãe... Ham... Não quero ser grossa e nem faltar com respeito, mas eu sou a rainha aqui agora e já são três horas da madrugada. Só os guardas ficam aqui essa hora, ou ficamos quando temos festas, mas você viu a festa aqui, né?

   Evangeline obedeceu a ordem da nossa rainha e Luara foi rindo da cara de idiota da irmã enquanto subiam as escadas. Sentia a aflição no rosto de minha esposa. Corpos estirados no meio do chão, poças de Sangue. Aquele sangue não me atraia, pelo contrário, me dava vontade de vomitar!
   

Laços De SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora